O TikTok está na iminência de ser banido nos Estados Unidos. Isso porque o Congresso americano aprovou em abril do passado uma norma que exige que o aplicativo de vídeos seja vendido para uma empresa americana até 19 de janeiro de 2025. A justificativa é que a atual empresa que controla a plataforma, a chinesa ByteDance, está sujeita à “influência do governo chinês” e poderia vazar dados pessoais de cidadãos americanos.
A empresa nega sua relação com o governo chinês, entretanto, o Estado possui 1% da Douyin Information Service Co., a afiliada da ByteDance. A companhia alega normalidade conforme a legislação chinesa e que isso “não afeta as operações globais da ByteDance fora da China, incluindo o TikTok”.
Trump, TikTok e a mudança na relação
Crítico na plataforma de vídeos no passado, o presidente eleito Donald Trump parece ter “mudado de ideia” sobre o TikTok. Em seu primeiro mandato, inclusive, ele tentou banir o aplicativo, sem sucesso.
Agora, o republicano apelou ao Supremo Tribunal que suspenda o banimento aprovado pelo Congresso. Trump sugere que o TikTok poderia sim ser capaz de garantir a segurança nacional do país e, ao mesmo tempo, preservar a operação da plataforma nos Estados Unidos.
Shou Chew, CEO do TikTok, já participou de reuniões com o presidente eleito no final do ano passado, entretanto, não vê caminho fácil para suspender o banimento – e uma das razoes, é que o banimento foi aprovado com votos republicanos.
Trump assume o cargo de presidente dos Estados Unido em 20 de janeiro, um dia após o possível banimento da plataforma.
Influência do governo chinês e suspeita de manipulações
Embora a empresa negue em seu site qualquer relação próxima com o governo chinês, reportagens do jornal Financial Times publicadas no ano passado dão conta que os vínculos do governo com a empresa controladora do TikTok parecem ter aumentado.
A empresa ByteDance foi fundada em 2012 na capital chinesa pelos estudantes de TI Zhang Yiming e Liang Rubo. Se tornou um sucesso rapidamente, e Yiming chegou a ser o homem mais rico da China – até largar a empresa de maneira estranha, em 2021, e ser substituído pelo singapurense Shou Chew.
Durante uma audiência no Congresso americano em março de 2023, Chew evitou responder perguntas sobre as origens da ByteDance, na tentativa de alegar empresa foi fundada na China, entretanto, atualmente é uma “organização global”.
As alegações de proximidade com o governo chinês não é o único argumento para o banimento da empresa em território americano. O TikTok não se tornou apenas viral para crianças e jovens mas se tornou um meio de comunicação muito popular para temas políticos – somado a isso, vieram alegações de “manipulações”.
O caso político mais emblemático foi na Romênia, onde o candidato direitista Calin Georgescu, famoso no TikTok teve sua vitoria anulada por “suspeita de manipulação russa”. O pleito será refeito. O caso está sendo investigado pela União Europeia.
Na Albânia, o TikTok foi banido por um ano por razões de proteção dos jovens, após usarem a plataforma para organizar confronto com facas. A decisão veio após a morte de um adolescente.
Em 2020, a Índia também tentou banir o TikTok e atualmente, a plataforma de videos já está banida de dispositivos de trabalho de funcionários da UE e de políticos na Alemanha. Medidas semelhantes foram implementadas em diversos outros países.