A vice-consulesa da Colômbia, Claudia Ortiz Vaca, foi atingida por uma bala perdida na manhã desta sexta-feira (14), em São Paulo.
“O Ministério das Relações Exteriores informa que, nas últimas horas, nossa vice-cônsul em São Paulo-Brasil, Claudia Ortiz Vaca, foi vítima de um tiro, que, segundo as investigações preliminares fornecidas pelas autoridades brasileiras, foi uma bala perdida no meio de um assalto a outras pessoas”, disse o consulado em comunicado.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores da Colômbia, Ortiz foi levada ao Hospital Israelita Albert Einstein, passou por cirurgia para a retirada do projétil e seu quadro é estável. O governo de Gustavo Petro diz que acompanha as investigações e está apoiando a família da vice-consulesa.
Segundo a Polícia Civil, a tentativa de assalto ocorreu na avenida Nove de Julho, na altura do número 3.332. Criminosos em uma motocicleta abordaram uma pessoa em um carro. Um policial à paisana viu a ação e interveio.
“Durante a ação, uma mulher que passava pelo local foi atingida por um disparo de arma de fogo e socorrida. Um dos criminosos foi detido e o outro conseguiu fugir”, afirmou a SSP (Secretaria da Segurança Pública).
Os fatos estão em apuração, e a PM acompanha a investigação, afirmou a pasta da segurança. O caso será registrado no 78° DP (Jardins).
O caso se soma a uma série de outros episódios, registrados como latrocínio, que resultaram em mortes em São Paulo.
Nesta quinta-feira (13), José Domingos da Silva, um agente da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) de 48 anos, foi morto a tiros na zona oeste de São Paulo.
Segundo a SSP, um motociclista e o agente se envolveram em uma discussão e o condutor da moto atirou no funcionário da CET e fugiu. O caso foi registrado inicialmente como homicídio no 89° DP, que solicitou assessoramento ao DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa), mas depois foi retificado como latrocínio.
No fim de fevereiro, no dia 25, um homem também foi morto a tiros durante um assalto em um ponto de ônibus na zona oeste da cidade de São Paulo.
O crime aconteceu por volta das 6h, no km 15, da rodovia Raposo Tavares, região do Butantã. Dois homens em uma moto fizeram um arrastão entre as pessoas que estavam no ponto de ônibus.
Também em fevereiro, no dia 13, Vitor Medrado, um ciclista de 46 anos, foi morto ao lado do Parque do Povo, no Itaim Bibi, na zona oeste de São Paulo.
Uma câmera de monitoramento gravou a dinâmica do crime. Por volta das 6h10 do dia 13, Medrado, conhecido como Vitão ou Mineirinho, estava parado na calçada da rua Brigadeiro Haroldo Veloso e aparentava mexer no celular, quando dois homens chegaram em um moto e o abordaram.
A ação durou poucos segundos. Antes mesmo de a pessoa que estava na garupa descer da moto, o ciclista caiu no chão. O homem ainda revistou a vítima, e depois subiu na moto e fugiu.
No dia 14 de janeiro, um delegado da Polícia Civil foi morto enquanto caminhava na rua Amaro Guerra, em Santo Amaro, na zona sul de São Paulo.
Imagens de câmeras de segurança mostraram que o policial Josenildo Belarmino de Moura Júnior, 32, andava pela rua quando um motociclista, que havia estacionado ao lado de uma caçamba, vai até ele e aponta uma arma.
Em seguida, ele parece tomar a arma do policial e dispara contra o agente, que tenta correr, mas é atingido e cai na rua poucos metros depois da caçamba, ao lado de um carro estacionado. Segundos depois, ele fica imóvel.
No último dia 6, um homem de 40 anos foi baleado durante uma tentativa de assalto em Pinheiros, zona oeste de São Paulo. Ele foi socorrido e levado ao Hospital das Clínicas.
O crime aconteceu na rua Capote Valente, por volta das 20h. De acordo com o relato da vítima à Polícia Militar, que atendeu a ocorrência, ele foi abordado por um homem armado em uma moto. Ela reagiu e começou uma briga física com o criminoso, que atirou.
Dados oficiais do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) mostram que houve aumento de roubos ao longo de 2024 em 16 distritos da capital paulista, a maioria na zona oeste da cidade. A redução no geral foi de 13,6%, com 115.172 roubos na capital no passado, contra 133.324 contados em 2023.
Restrições na rotina e mudanças drásticas de vida são relatos comuns de vítimas de assaltos violentos, em que há agressão e disparos de arma de fogo.
É o caso de um casal de moradores do bairro Vila Nova Conceição, na zona oeste. Eles voltavam a pé de um jantar a quatro quadras de distância de casa quando foram interpelados por dois assaltantes em uma motocicleta, exigindo seus celulares.
As vítimas lembram que era uma noite quente de agosto passado, e ainda havia bastante movimento na rua, quando foram alvos de quatro tiros em uma ação que durou 32 segundos.
O marido foi atingido no peito, e a mulher, na perna. Os bandidos foram embora sem levar nada.
Agora, eles estão de mudança para a Europa, plano que já estava no radar da família, mas foi acelerado diante do medo rotineiro que se traduziu em saídas esporádicas de casa e instalação de sensor de movimento nas portas e janelas.