Encontrar o fone de ouvido perfeito pode parecer um desafio em meio à grande variedade de opções no mercado. Seja você um ouvinte exigente de música, um gamer dedicado ou alguém que só quer entretenimento na hora de fazer exercício físico, conhecer as características fundamentais de cada tipo de modelo é o primeiro passo para fazer uma escolha acertada.
O preço pode variar bastante, com modelos que vão de cerca de R$ 50 a R$ 6.000, dependendo das funcionalidades, da marca e da qualidade da construção.
Modelos mais caros geralmente oferecem tecnologias mais recentes, melhor qualidade sonora e recursos como cancelamento de ruído, mas opções acessíveis também apresentam desempenho suficiente para quem só quer um produto para atender a um uso básico no dia a dia.
Veja a seguir o que levar em conta ao comprar um fone de ouvido.
1. Tipo
Com ou sem fio, o tipo do fone de ouvido deve ser uma das primeiras características observadas na hora da compra, já que cada um apresenta vantagens e desvantagens para diferentes estilos de uso.
Os fones intra-auriculares (in-ear) são aqueles inseridos no ouvido, com ou sem as borrachas que se adaptam conforme o tamanho do canal auditivo. São produtos acessíveis, leves e portáteis, mais voltados para quem busca discrição ou um uso durante atividades físicas. Há exemplos de variadas faixas de preço, do básico JBL C50HI aos avançados AirPods Pro 2, da Apple.
Os supra-auriculares ou headphones (on-ear) ficam sobre as orelhas, mas sem cobri-las por inteiro. Geralmente são mais confortáveis por períodos mais longos e oferecem uma qualidade sonora melhor do que os in-ear. Exemplo popular é o JBL Tune 520BT.
Para quem busca a melhor experiência, os circumaurais ou circumauriculares (over-ear) tendem a oferecer isolamento e qualidade sonora superiores por preço e tamanho maiores. São ideais para profissionais da área, entusiastas da música e para quem busca maior qualidade de construção. Um modelo conhecido é o Sony WH-1000XM4.
Modelos com microfones dedicados, os headsets, são mais voltados para teleconferências ou para o público gamer, como os das marcas Logitech, HyperX e Razer.
Há também fones de ouvido que, em vez de se posicionarem dentro ou sobre as orelhas, transmitem o som através dos ossos do crânio. São os modelos por condução óssea, ainda menos comuns que os outros e pouco presentes no mercado brasileiro.
2. Qualidade sonora
Apesar de ser essencial para esse tipo de produto, não é possível avaliar a qualidade sonora do fone de ouvido baseando-se apenas nas poucas especificações técnicas divulgadas pela maioria das marcas. Modelos mais básicos, por exemplo, raramente detalham esses aspectos, diferentemente do que ocorre com categorias como celulares e notebooks.
A qualidade do som de um fone de ouvido depende de fatores como design e construção, drivers, equilíbrio de frequência e até do hardware que está executando o arquivo de áudio. Por isso, modelos mais caros de marcas confiáveis tendem a ser as melhores opções, embora aqueles que custem menos de R$ 100 também cumpram uma função básica.
Como usuários mais experientes também têm preferências variadas em relação a graves, médios e agudos, um bom fone de ouvido para um pode não ser para outro.
Uma dica é sempre ficar de olho nas avaliações dos produtos nos sites e, se for uma questão crucial para decidir entre dois ou mais aparelhos, vale a pena procurar testá-los em lojas físicas ou procurá-los em plataformas especializadas em testes sonoros, como o site Rtings.
3. Conexões
Hoje os principais fones de ouvido não têm fios e usam a tecnologia Bluetooth para se conectar a smartphones, computadores e tablets. Mas os modelos com fio ainda continuam existindo tanto como opções mais acessíveis, em modelos de entrada, como para garantir a qualidade do áudio nos casos mais profissionais e voltados para entusiastas, como os da marca Kuba.
É claro que a conveniência dos primeiros é muito bem-vinda para a maioria dos usuários, já que funcionam mesmo a alguns metros de distância dos aparelhos com os quais estão conectados.
A versão da tecnologia mais comum hoje em dia é o Bluetooth 5.3, que oferece melhor alcance, maior estabilidade e menor consumo de energia em relação às anteriores. Além disso, vários fones e aparelhos hoje têm software de emparelhamento rápido que realizam a conexão automaticamente quando estiverem próximos um do outro.
No caso dos fones de ouvido com fio, os modelos apresentam o conector padrão de 3,5 mm, USB-C ou Lightning, no caso da Apple. Aliás, os iPhones e MacBooks funcionam melhor com os fones da mesma marca, os EarPods e AirPods, que oferecem pareamento quase instantâneo e suporte a todas as funções de controle disponíveis.
4. Recursos
O recurso que mais se destaca em fones de ouvido mais avançados é o cancelamento de ruído. Há dois tipos: o ativo, no qual o software do aparelho age para suprimir os barulhos externos, e o passivo, no qual o próprio design do fone faz essa tarefa ao tampar os ouvidos.
O cancelamento de ruído pode melhorar a experiência de ouvir música, podcasts ou até para realizar tarefas do dia a dia em cidades grandes, reduzindo barulhos indesejados.
Modelos com cancelamento ativo (ANC, na sigla em inglês) têm microfones externos que captam o som ambiente para gerar frequências opostas que cancelam esses ruídos. Geralmente funcionam melhor para eliminar sons uniformes e baixos, como motores de aviões e ventiladores, mas também quebram um galho para quem não aguenta mais barulhos de obras.
O passivo ocorre através do próprio design do fone de ouvido, que isola fisicamente o som externo, e está geralmente presente em modelos over-ear com almofadas grandes e in-ear com as pontas de silicone.
Para quem pretende usar o fone durante atividades físicas ou em ambientes externos, vale também ficar de olho se há resistência a poeira, suor e água.
Outro detalhe que traz uma comodidade a mais é a presença de controles de volume, chamadas e reprodução e a compatibilidade com assistentes virtuais como Google Assistant, Siri e Alexa, para automatizar outras tarefas.
5. Bateria
Para fones de ouvido sem fio, vale se atentar para a duração média da bateria especificada pelas fabricantes do modelo pesquisado.
A duração depende de fatores como o tipo de fone —pelo tamanho maior, os on-ear e over-ear têm baterias maiores—, uso de cancelamento de ruído e nível de volume. Modelos in-ear acompanham estojos de recarga que servem tanto para guardá-los como para carregá-los enquanto não estiverem sendo usados.
Os AirPods 4 têm duração estimada em 5 horas, menos que as 8 horas dos Galaxy Buds2 da Samsung. Os estojos, no entanto, fornecem mais 30 e 18 horas, respectivamente.
Já os AirPods Max, modelo over-ear da Apple, duram 20 horas com apenas uma recarga. O concorrente Sony WH-1000XM4 tem uma duração estimada em 30 horas, enquanto o H3 da QCY oferece até 60 horas.
Também há modelos com carregamento rápido, como o on-ear JBL Tune 520BT, que dura até 57 horas e cuja recarga de 5 minutos já garante 3 horas de uso. O in-ear JBL Live Pro 2 TWS tem duração de 10 horas em uma única recarga, 30 horas no estojo e carregamento de 4 horas em 15 minutos.