Investing.com – Como 2025 deve ser um ano de ajustes nas políticas monetárias do Brasil e de países desenvolvidos, é preciso revisar as estratégias de investimentos para navegar rumo às oportunidades. De acordo com a XP Investimentos, que tratou do assunto no relatório Onde Investir em 2025, a maior convicção entre as classes de ativos locais e globais está na renda fixa, diante de um cenário de forte imprevisibilidade.
“Em alocação, a depender do nível de incertezas, aumenta a dificuldade de mensurar se os prêmios de risco das classes de ativos estão adequados ao risco ou não. Deste modo, nossa visão para as principais classes reflete – e se adaptará ao longo do ano – a tal realidade, à medida que ela se materialize”, argumentam os estrategistas da XP (BVMF:).
A XP possui overweight, acima da média, equivalente à compra, em renda fixa atrelada à inflação e pós-fixados no Brasil, além de investimentos alternativos. O posicionamento neutro é recomendado em renda fixa pós-fixada, fundos multimercado, renda variável brasileira, fundos listados e renda fixa global. Para renda variável global, a indicação é underweight, que corresponde à venda – mas há divergências entre os mercados.
Renda fixa
A XP sugere alocação em renda fixa local e global, que deve representar a maior parcela do portfólios, tanto pós-fixada como taxas de títulos IPCA+, considerados em patamares atrativos. A preferência da XP está em vencimentos curtos e intermediários.
Além disso, a XP indica posições em caixa, incluindo títulos soberanos ou bancários com liquidez diária até o limite do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), e uma parcela em crédito mais estruturado. Os pré-fixados não são preferência, mas podem ser opção a depender do prêmio de risco. No mercado externo, títulos dolarizados seguem relevantes, com Treasuries pagando acima de 4% em moeda forte, assim como bonds corporativos, a ponderar para o risco cambial.
Renda variável local
Os especialistas consideram o cenário adverso para a renda variável. Ainda que os valuations estejam atrativos para a bolsa local, não haveria um gatilho positivo, o que motiva a visão neutra. Assim, a XP enxerga o em 145 mil pontos em 2025 e prefere ações com altas Taxas Internas de Retorno (TIR) e geração de caixa, exposição a receitas em e forte dinâmica de lucros.
As top picks de cada setor para 2025 são JBS (BVMF:), Itaú (BVMF:), Marcopolo (BVMF:), Cury (BVMF:), Cogna (BVMF:), Gerdau (BVMF:), Prio (BVMF:), Suzano (BVMF:), Rede D’Or São Luiz SA (BVMF:), Iguatemi (BVMF:), Intelbras (BVMF:), Rumo (BVMF:), Equatorial (BVMF:) e Smartfit (BVMF:).
Entre os possíveis drivers para a bolsa brasileira, estariam o valuation, fundamentos fortes e potencial melhoria com mudanças macroeconômicas, enquanto, entre os riscos, estão revisões baixistas de lucros com juros mais altos, piora na performance diante da política monetária e um possível cenário mais adverso aos emergentes com a gestão de Donald Trump.
Renda variável internacional
Enquanto isso, o valuation para a renda variável no mercado externo está superior às médias históricas, o que indica certa cautela, pois correções podem ocorrer. O posicionamento para o mercado americano é abaixo do neutro, mas a XP vê oportunidades em setores como o de finanças e energia, além de índices menos concentrados em tecnologia, como o , considerado equal weight, e small caps, que seriam beneficiadas por menos regulações e negociariam a múltiplos menores.
Para o mercado europeu, a XP indica posicionamento neutro, com múltiplos em linha com a média histórica, assim como para o Japão, com valuation superior à média, mas reformas de governança corporativa.
A indicação é acima do neutro para Reino Unido e China. No Reino Unido, a XP enxerga o mercado negociando com desconto em relação à média, e que pode ser beneficiado pelo ciclo de cortes. Na China, também descontada, mesmo com acirramento das tensões comerciais, o programa de estímulo do governo pode ser gatilho positivo para ativos de risco.
Alternativos e multimercados
A XP indica alocação em investimentos alternativos e multimercados visando aumentar a diversificação da carteira e reduzir a volatilidade da estratégia. Entre os ativos sugeridos, estão Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDCs), distressed asset e special situations.