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    Home » Uma cientista no ponto mais alto do Brasil – 08/05/2025 – Ciência Fundamental
    Ciência

    Uma cientista no ponto mais alto do Brasil – 08/05/2025 – Ciência Fundamental

    Brasil ElevePor Brasil Elevemaio 8, 2025Nenhum comentário4 minutos de leitura
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    Talvez a maior parte das pessoas, ao pensar em “Amazônia”, imagine uma grande floresta verde e densa. Mas, para além da maior floresta tropical do mundo, a Amazônia é, também, uma região rica em montanhas e serras —é ali, aliás, que fica o ponto mais alto do Brasil, o Pico da Neblina. E é assim como eu, uma geóloga amazônida, a enxergo: um paraíso das montanhas.

    Para entender como as cadeias de montanhas se formaram na Amazônia há 2 bilhões de anos e como elas estavam relacionadas a um supercontinente —meu projeto de pesquisa atual—, preciso ir a campo imergir nesse paraíso. Estudo, in loco, a formação dessas antigas montanhas, investigando os movimentos da tectônica de placas que as moldaram.

    A Amazônia é uma das unidades tectônicas mais antigas e estáveis da América do Sul. Datações indicam que sua formação começou há cerca de 3 bilhões de anos. A principal hipótese que investigo é que, há 2 bilhões de anos, a região integrava o supercontinente Columbia —suas cadeias montanhosas se conectavam a um antigo continente que hoje corresponde ao norte da Europa.

    A reconstrução de um supercontinente exige múltiplos dados geológicos: rochas de ambientes tectônicos específicos, como cadeias montanhosas, Grandes províncias ígneas (áreas extensas cobertas por rochas vulcânicas e graníticas, formadas em um curto intervalo de tempo na história geológica —aproximadamente 5 milhões de anos), e diques (estruturas como fendas na rocha preenchidas por magma solidificado). Esses são os tipos de rocha que procuro na Amazônia para construir um modelo paleogeográfico da região de quando ela fazia parte do supercontinente Columbia.

    No começo do projeto, em agosto de 2024, explorar o pico da Neblina parecia um sonho distante. Em dezembro de 2024, enfim conheci aquele ponto culminante do Brasil, com 2.995,30 metros de altitude. Conhecido como Yaripo pelos Yanomami, ele fica no Parque Nacional Pico da Neblina, território Yanomami, entre Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira, na serra do Imeri, no estado do Amazonas.

    Fui a convite do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) de São Gabriel da Cachoeira, encarregado da logística e da organização da expedição, em parceria com a Associação Yanomami do Rio Cauaburi e Afluentes (AYRCA). A equipe era formada por pesquisadores de diversas instituições (incluindo outros dois geólogos, Gilmar Honorato e Joana Sánchez) e 17 colaboradores Yanomami.

    Essa não é uma viagem fácil. Foram nove dias de trilha, dormindo acampados em redes e barracas numa região extremamente úmida. O campo logo impôs suas regras: botas encharcadas, tentativas de secá-las sobre brasas, roupas eternamente úmidas. O corpo reclama, a mente insiste, e só depois de três dias caminhando é que enxergamos pela primeira vez o cume do Pico da Neblina.

    Conseguimos realizar observações geológicas relevantes e coletar amostras em pontos estratégicos. Registramos diferentes tipos de rochas que, ao indicar ambientes e atividades tectônicas, oferecem pistas sobre a formação da montanha. O trabalho leva tempo, e agora os dados estão sendo processados em laboratório para contribuir com o quebra-cabeça geológico.

    O ataque ao cume do Pico da Neblina é o auge do desafio. Lama, escadas de aço, cordas, correntes. O medo e a tensão endurecem o corpo, mas o apoio dos colegas e dos guias Yanomami empurra para cima. A cada escada, a esperança de estar perto do topo, mas o cume parece sempre mais distante. Uma vez lá, a emoção desaba. Ficamos apenas 15 minutos, que se converteram numa eternidade gravada na pele.

    A descida é lenta, dolorida, cheia de tropeços e rasgos na calça. O frio e a chuva não dão trégua. No retorno, cada passo é uma vitória silenciosa. O corpo dói, mas a mente já ri do que parecia impossível. A floresta ensina, o campo transforma, e cada rocha que carregamos na mochila traz também a história de quem nos ajudou a chegar até ela.

    Para compreender a longa e complexa história da Terra, o trabalho de campo sempre foi fundamental na geologia. A geologia nasce do olhar atento, o mesmo que, séculos atrás, levou Charles Lyell a defender que a Terra era moldada por processos lentos e contínuos, uma ideia que influenciou diretamente Charles Darwin na formulação da teoria da evolução. Nosso trabalho começa, portanto, ao examinar a natureza, analisando rochas, relevos e paisagens para construir interpretações pretéritas e futuras sobre o planeta.

    *

    Mayara Teixeira é geóloga, professora na Universidade Federal do Amazonas e pesquisadora do grupo Vital insight into Precambrian Amazonia (Vip Amazonia).

    O blog Ciência Fundamental é editado pelo Serrapilheira, um instituto privado, sem fins lucrativos, de apoio à ciência no Brasil. Inscreva-se na newsletter do Serrapilheira para acompanhar as novidades do instituto e do blog.


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