Se você está pensando em dar aquela relaxada com um drinquezinho depois de um dia cheio ou durante as festas, pense de novo: o preço pode ser alto, principalmente a partir do climatério.
O álcool pode exacerbar alguns sintomas típicos deste período, além de aumentar o risco de certas doenças.
O consumo de álcool na menopausa já foi associado em diversos estudos a aumento de peso abdominal, noites insones, fogachos e maior risco de câncer de mama, câncer de cólon e osteoporose, entre outros.
Por que álcool e menopausa não são uma boa combinação?
O problema de base começa pelo simples fato de sermos mulheres, já que metabolizamos o álcool de maneira distinta dos homens.
Segundo o Centro para Controle de Doenças e Prevenção americano, as mulheres tendem a absorver relativamente mais álcool e mais rapidamente, além de demorar mais para eliminá-lo.
Com o envelhecimento, essa sensibilidade se agrava por diversos motivos. Entre eles, a redução na produção de certas enzimas que ajudam a metabolizar o álcool e a perda progressiva de massa muscular, com consequente diminuição do teor de água no corpo e, portanto, menos capacidade de diluir o álcool para sua metabolização.
“Não conheço nenhuma mulher na menopausa que processe álcool da mesma maneira que antes”, afirma Mary Claire Haver, médica ginecologista especializada em climatério e autora do livro The New Menopause (A Nova Menopausa, título ainda inédito no Brasil).
Seguem 5 motivos para colocar um freio na relação com o álcool no climatério (ou beber, mas sempre consciente de doses e possíveis consequências):
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Desequilíbrio hormonal, fogachos e oscilações de humor: o consumo de álcool pode agravar sintomas do climatério como ondas de calor e alterações de humor, ao interferir nos níveis de estrogênio. Além disso, pode prejudicar a regulação do cortisol, aumentando a sensação de estresse e cansaço e potencialmente acelerando o envelhecimento fisiológico.
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Aumento do risco de câncer de mama: o álcool é um dos fatores de risco controláveis mais importantes de câncer de mama. Seu consumo está associado a uma incidência maior da doença, especialmente em mulheres na menopausa, presumivelmente devido ao seu impacto no sistema imune e no metabolismo estrogênico. Apenas um drinque ao dia — considerado um consumo baixo ou ‘moderado’ — aumenta o risco em 7 a 10%.
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Sono prejudicado: se você já tem problemas para conciliar ou manter o sono por conta da menopa, saiba que o consumo de álcool, mesmo moderado e especialmente pela noite, pode interferir em seu ciclo natural, reduzindo o tempo de descanso profundo e aumentando os despertares noturnos.
Como diz Haver em entrevista, comentando sua própria relação com o consumo ocasional de álcool na menopausa: “em minha experiência pessoal, se eu escolho tomar um drinque, estou escolhendo não dormir”. -
Ganho de peso e gordura abdominal: Duas latinhas de cerveja somam uma média de 230 calorias; uma taça de 150 ml de vinho tinto pode ter uma média de 120 a 200 calorias, dependendo do tipo. O álcool não só adiciona calorias vazias à dieta como aumenta a propensão ao acúmulo de gordura, inclusive abdominal. Esta, junto com o advento da menopausa, é um reconhecido fator de risco para doenças cardiovasculares em mulheres – gerando um problema duplo que a gente quer evitar.
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Impacto na saúde óssea: O consumo excessivo de álcool pode afetar a absorção de cálcio, enfraquecendo os ossos e aumentando o risco de osteoporose.
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