A FAB (Força Aérea Brasileira) e o Museu Asas de um Sonho assinaram um termo de comodato para criação do Museu Aeroespacial Paulista, em uma área da Aeronáutica junto ao aeroporto Campo de Marte, na zona norte paulistana.
O museu, que inicialmente terá cerca de 80 aeronaves, deverá ocupar uma área de 70 mil m² no Pama-SP (Parque de Material Aeronáutico de São Paulo).
A assinatura ocorreu na manhã desta quinta-feira (19) em um hangar da FAB previsto para ser usado no futuro museu.
Participaram da cerimônia o tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno, comandante da Aeronáutica, e Marcos Amaro, empresário paulista e filho de Rolim Adolfo Amaro (1942-2001), fundador da TAM Linhas Aéreas, presidente do museu parceiro.
O acervo vai contar com aeronaves da Força Aérea e do Museu Asas de um Sonho, que antes era denominado de Museu TAM e estava sediado em São Carlos (SP). Ele foi reinaugurado em agosto passado em Itu, também no interior paulista.
O estudo de viabilidade do novo museu deverá ficar pronto em março de 2025 e estimativa é que esteja pronto em até três anos, disse Amaro à Folha. “Podemos contribuir para o desenvolvimento da aviação da sociedade.”
Segundo o brigadeiro Damasceno, as negociações começaram em 2014, dois anos depois da fusão entre a chilena Lan e a TAM, que originou a companhia aérea Latam e quando o museu em São Carlos fechou para visitação.
A parceria, entretanto, só andou a partir de 2022, após um acordo entre a Prefeitura de São Paulo e a União, que trocou uma dívida da cidade de R$ 29 bilhões com o governo federal, pela transferência da posse de área no Campo de Marte. A disputa se arrastava por mais de 60 anos.
“Havia instabilidade jurídica do patrimônio”, afirmou o comandante da Aeronáutica.
As aeronaves que farão parte do acervo inicial do novo museu estão praticamente definidas. Entre aviões e helicópteros militares, há a possibilidade de a Força Aérea trazer para São Paulo exemplares que estão no Museu Aeroespacial do Rio de Janeiro.
Segundo Amaro, a FAB escolheu 40 dos 110 modelos da coleção do Asas de um Sonho. Entre elas há um Supermarine Spitfire, caça inglês que voou entre os anos 1930 e 1940, um americano F4U Corsair e aeronaves comerciais, como os Fokker 50 e 100, que voaram com a TAM, ou ainda o Constellation, avião de quatro motores que, entre outros, fez história na frota da antiga Varig.
A área em São Paulo conta com hangares prontos, outros que precisarão de adaptação e áreas abertas que serão usados no futuro museu. “Temos equipes de arquitetos e estamos abertos para colaboradores voluntários”, afirmou o oficial.
O acesso deverá ser feito pela avenida Brás Leme, mas há possibilidade de haver uma entrada pela avenida Olavo Fontoura. Uma das preocupações é quanto a área de estacionamento. Ainda não se sabe se haverá cobrança de ingressos.
No estudo previso para ser entregue em março, será analisada as viabilidades legal, patrimonial, logística e econômica, além do modelo de gestão do museu.
“É um plano de negócios construído a várias mãos”, afirmou o militar. “Temos que definir as atividades de cada participante na construção e operação [do museu], como será a parceria.”
Tanto a FAB quanto a família Amaro já discutem como será a logística para transporte dos aviões de São Carlos e Itu para a área ao lado do Campo de Marte e quem ficará responsável pela manutenção.
“Não será um museu da aviação brasileira, mas um museu de aviação. Serão [expostos] aviões do mundo todo e componentes de aeronaves, diz o brigadeiro Damasceno.
EM ITU
Parte do acervo administrado pela família Amaro atualmente está no Centro Cultural Fábrica São Pedro, em Itu, em uma área de 25 mil m². Ainda há aviões guardados em São Carlos, em um local que deverá usado pela estrutura da Latam.
Em exposições atuais, o visitante poderá ver, entre outros, um caça Mirage 3, o mesmo modelo que foi “copilotado” por Ayrton Senna. Ou um helicóptero militar Sikorsky, da Marinha Brasileira. Também há uma exposição sobre Santos Dumont.
Museu Asas de um Sonho
Funcionamento
Quarta a domingo, das 11h às 17h
Ingressos
R$ 15
Às quartas-feiras (exceto feriado), a entrada é gratuita
Estacionamento
R$ 20
Onde
R. Padre Bartolomeu Tadei, 9, Alto, Itu
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