Fechar menu
Brasil Eleve

    Assine para atualizações

    Receba as últimas notícias do Brasil Eleve

    O que há de novo

    Itaipu tenta calar na Justiça quem critica gastos da usina

    maio 9, 2025

    AGU não pede bloqueio de bens de sindicato de irmão de Lula

    maio 9, 2025

    juros altos ainda são “herança maldita” de Campos Neto

    maio 9, 2025
    Facebook X (Twitter) Instagram
    Facebook X (Twitter) Instagram YouTube
    Brasil Eleve
    Anunciar
    • Início
    • Últimas notícias
    • Economia
    • Educação
    • Esportes
    • Internacional
    • Política
    • Contato
      • Política de Privacidade
      • Termos de Uso
    Brasil Eleve
    Home » Somos muito ignorantes em relação à amazônia, diz Drauzio – 26/03/2025 – Ambiente
    Meio Ambiente

    Somos muito ignorantes em relação à amazônia, diz Drauzio – 26/03/2025 – Ambiente

    Brasil ElevePor Brasil Elevemarço 26, 2025Nenhum comentário6 minutos de leitura
    Compartilhar
    Whatsapp Facebook Twitter LinkedIn Pinterest E-mail Link de cópia


    Alguns anos atrás, o médico e escritor Drauzio Varella foi a uma área de palafitas, na periferia de Belém, para gravar uma reportagem com uma equipe da TV Globo.

    Habitações sustentadas por estacas às margens de um rio, palafitas são “lugares horríveis”, diz ele em referência às péssimas condições sanitárias. “O banheiro das casas tem um buraco no assoalho, e tudo cai na beira do rio. Quando as águas sobem, elas lavam a sujeira. Mas até que subam, tudo fica por lá.”

    Ao saber que Drauzio preparava uma reportagem para a TV, uma jovem moradora se aproximou: “Vocês só vêm aqui para mostrar as coisas feias que temos”.

    O médico de 81 anos jamais se esqueceu do puxão de orelha. “Ela tinha razão. Quando um barco de transporte afunda [na Amazônia], o fato aparece nos jornais. No dia a dia, a gente esquece essa parte do Brasil. Só que essa, na verdade, é a maior parte do país e é justamente a parte que pode tornar o Brasil muito diferente dos outros, no bom sentido”, diz o colunista da Folha.

    Em livro recém-lançado, Drauzio não trata da Amazônia de modo geral. Por outro lado, não é um recorte de um microcosmo. O rio Negro, tema de “O Sentido das Águas” (Companhia das Letras), nada tem de diminuto. Desde a nascente na Colômbia até se juntar ao Solimões para formar o Amazonas, logo abaixo de Manaus, são 2.200 km, o que faz do Negro um dos três maiores rios do mundo.

    O 19º livro de Drauzio pode ser visto como mais uma tentativa de reduzir a distância que separa os brasileiros de outras regiões do país da amazônia.

    “Nós somos muito ignorantes em relação à floresta amazônica. Ficamos com essa ideia de um lugar cheio de árvores e que é preciso preservá-las. Sim, é preciso, mas temos que entender a importância de viabilizar a vida [humana] naquele local. Sem outras oportunidades, as pessoas derrubam as árvores para vender madeira. Se você ou eu estivéssemos naquelas condições, com filhos para alimentar, nós também agiríamos dessa forma”, afirma.

    Ao longo do livro, Drauzio se empenha em combater mitos ligados à região, como a ideia de que é um grande vazio populacional. “Veja o rio Negro. Há populações indígenas que vivem em pequenas comunidades espalhadas ao longo do rio, algumas mais no interior [da floresta], outras na beirada, nos igarapés.”

    Pensar na amazônia como um “tapete verde” é outro mito contra o qual ele se insurge. “Ao sobrevoar algumas áreas, vemos que, de repente, aquela floresta [mais densa, com árvores altas] desaparece para dar lugar a árvores baixas e arbustos, como se estivéssemos no Planalto Central. Parece que uma tesoura monumental passou por ali e podou a floresta.”

    Não foi, entretanto, o objetivo de derrubar ideias prontas –e equivocadas– que impulsionou Drauzio inicialmente a escrever sobre a vida em torno do rio Negro. Como na maior parte dos seus livros anteriores, foi a vontade de contar boas histórias que prevaleceu.

    Ele integra uma equipe de pesquisadores bancada pela Unip (Universidade Paulista) que, desde 1992, viaja para a região em um projeto de pesquisas botânicas ligadas à atividade farmacológica. Acredita que tenha ido mais de cem vezes ao rio Negro e seus afluentes. “Houve uma época em que íamos todo mês”, lembra.

    Curioso como sempre, começou a colher histórias dos moradores, como a de dona Elisabel, uma parteira de Barcelos (AM), mas pensava que um livro sobre a região seria “uma empreitada muito grande”. O tempo passou e, em 2023, um ano depois do lançamento de “O Exercício da Incerteza”, ressurgiu o desejo de se dedicar a um novo projeto.

    A essa altura, ele se deu conta de que tinha reunido boas histórias anotadas ao longo de mais de três décadas. Percebeu, porém, que elas não bastariam. Era preciso também apresentar o rio Negro aos leitores.

    “O livro exigiu que eu estudasse muito para entender melhor a região. Nos livros de cadeia [‘Estação Carandiru’, ‘Carcereiros’ e ‘Prisioneiras’], era só contar o dia a dia. Neste não, havia a exigência de um preparo maior”, afirma o autor.

    Entre os guias de Drauzio, estava o naturalista britânico Alfred Wallace (1823-1913), que passou quatro anos pesquisando a flora e a fauna do rio Negro em meados do século 19.

    Em “O Sentido das Águas”, as descrições são claras e pormenorizadas, levando o leitor para dentro da floresta.

    “Nessas matas mais baixas, a luz consegue penetrar com relativa facilidade até as bromélias agarradas nos troncos e as samambaias do solo. O chão fica repleto de uma camada espessa de folhas caídas sobre um emaranhado de raízes, troncos e galhos cobertos de musgos, briófitas, cogumelos e gravetos que estalam sob os pés do caminhante”, escreve.

    Drauzio mostra a exuberância da botânica assim como a riqueza de idiomas do Alto Rio Negro, onde os indígenas “são fluentes em pelo menos duas ou três línguas, não sendo raros os que falam quatro, cinco ou mais”. São capítulos que agradariam à moradora das palafitas de Belém do início deste texto.

    Planeta em Transe

    Uma newsletter com o que você precisa saber sobre mudanças climáticas

    Por outro lado, expõe as tragédias sociais, como a vista por ele em São Gabriel da Cachoeira (AM), município localizado na fronteira com a Colômbia e a Venezuela. Para receber benefícios, como o Bolsa Família, indígenas de comunidades mais afastadas levam quatro ou cinco dias em pequenos barcos para chegar à cidade.

    Como frequentemente há entraves burocráticos para o pagamento, eles precisam ficar alguns dias em São Gabriel e se veem obrigados a gastar para comprar alimentos e combustível para os barcos, entre outros itens.

    “O que fazem os comerciantes? Pegam o cartão deles, com a senha, e lançam as despesas com o preço que querem. Aquela gente é ingênua, poucos indígenas conhecem a vida selvagem das cidades. E, assim, criam uma dívida permanente. Não é uma escravidão descarada, como no passado, mas é uma forma de escravidão.”

    Como “Arrabalde”, de João Moreira Salles, outro livro sobre a amazônia voltado ao público geral, “O Sentido das Águas” questiona visões preconcebidas a respeito da região e revela o gigantismo das belezas e dos problemas. “Nas florestas do rio Negro, é inevitável o conflito entre o deslumbramento e a inquietude diante de tamanha exuberância e imensa fragilidade”, escreve Drauzio.



    Source link

    Compartilhar. Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Tumblr E-mail Link de cópia

    Related Posts

    COP30: Campeã climática defende criatividade de jovens – 09/05/2025 – Ambiente

    maio 9, 2025

    Ibama faz mega-ação contra desmatamento, e Helder reclama – 09/05/2025 – Ambiente

    maio 9, 2025

    Projeto de pesquisa rastreia caminhos da água na Amazônia – 09/05/2025 – Ambiente

    maio 9, 2025

    Leão 14: Novo papa tem histórico a favor do meio ambiente – 09/05/2025 – Ambiente

    maio 9, 2025

    Não sabemos lidar com a crise do clima, diz pensador – 09/05/2025 – Ambiente

    maio 9, 2025

    Marina fala em desmonte do licenciamento ambiental – 08/05/2025 – Ambiente

    maio 8, 2025

    Assine para atualizações

    Receba as últimas notícias criativas sobre arte e design.

    Últimas postagens
    Manter contato
    • Facebook
    • Twitter
    • Pinterest
    • Instagram
    • YouTube
    • Vimeo
    Não perca

    COP30: Campeã climática defende criatividade de jovens – 09/05/2025 – Ambiente

    maio 9, 2025

    A ativista carioca Marcele Oliveira, 26, eleita campeã climática da juventude da COP30 (30ª conferência…

    Líder do PL pressiona Motta após decisão do STF sobre Ramagem

    maio 9, 2025

    Como relação de Brasil e Rússia pode afetar programa de caças

    maio 9, 2025

    Recent Posts

    • COP30: Campeã climática defende criatividade de jovens – 09/05/2025 – Ambiente
    • Líder do PL pressiona Motta após decisão do STF sobre Ramagem
    • Como relação de Brasil e Rússia pode afetar programa de caças
    • Só em “tiranias” um ramo estatal pode concentrar poderes
    • o risco moral nos bancos

    Recent Comments

    Nenhum comentário para mostrar.
    maio 2025
    D S T Q Q S S
     123
    45678910
    11121314151617
    18192021222324
    25262728293031
    « abr    
    Sobre nós
    Sobre nós

    Brasil Eleve - Informação de Crescimento um portal de notícias sobre economia, empreendedorismo e desenvolvimento pessoal.

    Envie-nos um e-mail: contato@brasileleve.com

    Facebook Instagram Pinterest YouTube
    Nossas escolhas

    Decisão da Champions deixa eleição de melhor do mundo em aberto – 09/05/2025 – Marina Izidro

    maio 9, 2025

    Ancelotti deve ter na seleção salário igual a CEO do Itaú – 09/05/2025 – Esporte

    maio 9, 2025

    Xabi Alonso deixa Leverkusen com Real Madrid no horizonte – 09/05/2025 – Esporte

    maio 9, 2025
    Mais popular

    Salazar propõe lei para renovar TPS e “proteger” venezuelanos

    maio 9, 2025

    Bom ou ruim? Líderes católicos dizem o que acham do novo papa

    maio 9, 2025

    conheça a família de Leão XIV

    maio 9, 2025
    Copyright © 2024. Todos os Direitos Reservados por bomscript.com.br
    • Início
    • Contato

    Type above and press Enter to search. Press Esc to cancel.