Albino Santos de Lima, 42, suspeito de ser o maior serial killer de Alagoas, atuava nas proximidades da casa em que vivia com os pais. A Polícia Civil do estado diz acreditar que ele cometeu dez homicídios no período de um ano. Ele confessou oito e negou ter matado um casal evangélico.
Os crimes aconteceram nos bairros Vergel do Lago, Ponta Grossa e Levada, que ficam a cerca de 850 m da residência em que Albino foi preso no dia 17 de setembro, na parte baixa de Maceió. Na ocasião, também foram apreendidos dados e fotos de vítimas que estavam sob investigação —o suspeito afirmou que escolhia pessoas ligadas a facções e que cometeria mais crimes.
“A cabeça dele é a cabeça de uma pessoa doente, sociopata. Esse vai ser o caminhar da minha defesa, visto que ele tem direito, mesmo sendo um ‘serial killer’”, declarou Geoberto Bernardo de Luna, advogado de Lima ao Fantástico.
Albino vivia no bairro de Ponta Grossa. A primeira morte registrada foi de Mikaele Leite da Silva, 21, no Vergel. O corpo deu entrada no IML (Instituto Médico Legal) no dia 29 de outubro de 2023 e teve como causa da morte perfuração por arma de fogo. De acordo com as investigações, Albino utilizava uma pistola calibre 380 que pertencia ao seu pai, um policial militar aposentado.
“Tivemos dificuldades iniciais porque o assassino cometia crimes em um raio de 850 metros, o que, no início, dificultou o trabalho da polícia. Com o passar do tempo, ele foi relaxando as cautelas e acabou expandindo a área e conseguimos identificar”, explicou o delegado responsável pelo inquérito, Gilson Rego Souza.
A última vítima, que culminou na prisão do possível serial killer, foi Anna Beatriz Santos Tavares, no dia 26 de agosto. Ela teria sido seguida pelo criminoso e baleada na cabeça no bairro da Levada. Ele fugiu, ainda com a arma em punho. Testemunhas afirmaram que o assassino utilizava roupas pretas e tinha cerca de 1,75 m. Anna Beatriz foi socorrida ao HGE (Hospital Geral do Estado), mas não resistiu.
A partir de imagens de câmera de segurança, foi notado o padrão de vestimenta utilizada por Albino. Estava sempre de roupa preta, máscara facial e boné. O assassino cometia os crimes à noite e se locomovia a pé para encontrar as vítimas. Ele atirava na cabeça, sem chance de reação.
Conforme a polícia, não houve contato com as vítimas nos momentos anteriores às mortes e nenhuma delas foi alvo de violência sexual. Albino, porém, teria arquivos com conteúdo sexual, que foram apreendidos. Ele também registrava o dia a dia das vítimas por meio das redes sociais, disse o delegado. Uma delas teria sido observada por mais de seis meses.
Os investigadores afirmam ainda que Albino marcava no calendário a data em que deveria cometer cada crime.
O suspeito já foi indiciado por homicídio qualificado em três dos crimes pelos quais é investigado.
Outros oito casos, dos anos de 2019 e 2020, serão reabertos. A polícia acredita que Albino teve envolvimento neles, já que morava na parte alta da cidade no período.
Ao confessar os crimes, o homem justificou os assassinatos dizendo que “todas as vítimas integravam facções criminosas”. Segundo a polícia, nenhuma delas tinha envolvimento com crimes.
As vítimas do serial killer de Alagoas
Nome, idade e data aproximada do crime
1. Mikaele Leite da Silva (21 anos) – 29/10/2023
2. Louise Gbyson Vieira de Melo (18 anos) – 12/12/2023
3. Beatriz Henrique da Silva (25 anos) – 15/12/2023
4. Debora Vitoria Silva dos Santos (21 anos) – 18/12/2023
5. John Lenno Santos Ferreira (20 anos) – 18/12/2023
6. Joseildo Siqueira Silva Filho (24 anos) – 8/1/2024
7. Tamara Vanessa da Silva Santos (21 anos) – 9/6/2024
8. Emerson Wagner da Silva (17 anos) – 22/6/2024
9. Ana Clara Santos Lima (13 anos) – 4/8/2024
10. Anna Beatriz Santos Tavares (13 anos) – 27/8/2024