Neymar, 33 anos, voltou ao Santos em busca da alegria que parecia perdida entre lesões e expectativas frustradas. Vitor Roque, ainda jovem, com 19 anos, luta para recuperar no Palmeiras a confiança abalada após um início difícil na Europa. Memphis Depay, 31, outrora estrela na Holanda e na Espanha, reencontra no Corinthians a chance de provar seu alto nível. Oscar, 33, após anos longe dos holofotes, vê no São Paulo a oportunidade de encerrar a carreira com protagonismo.
Agora, esses quatro jogadores carregam suas histórias de redenção para as semifinais do Campeonato Paulista, transformando a disputa estadual em um palco de reconstrução.
O contexto não poderia ser melhor para os atletas: pela primeira vez em seis anos, os quatro grandes clubes do estado se enfrentam na penúltima etapa da competição. Corinthians, Santos, Palmeiras e São Paulo seguem na disputa pelo título, após eliminarem, respectivamente, Mirassol, Red Bull Bragantino, São Bernardo e Novorizontino.
Na última vez que isso ocorreu, em 2019, o Corinthians venceu o São Paulo na decisão do torneio que teve como alguns de seus craques Vagner Love, Antony, Rodrygo e Gustavo Scarpa.
Neste domingo (9), o clássico alvinegro abre as semifinais de 2025 às 18h30 (horário de Brasília), na Neo Química Arena. Na segunda-feira (10), o Choque-Rei, às 21h30, no Allianz Parque, vai definir o segundo finalista. Os duelos serão transmitidos por Record, CazéTV, Max, Nosso Futebol, Uol Play e Zapping.
Enquanto Memphis, Vitor Roque e Oscar buscam uma taça inédita para suas galerias, Neymar luta por seu quarto troféu do torneio, no qual foi campeão pela primeira vez em sua carreira, em 2010.
O que pode parecer pouco para quem já esteve no topo do futebol mundial, acumulando títulos pelo próprio Santos, Barcelona e Paris Saint-Germain, tornou-se uma oportunidade para o camisa 10 mostrar que a recente convocação para a seleção brasileira é merecida.
Ele não veste a camisa amarela há mais de 500 dias, desde outubro de 2023, quando sofreu a lesão mais grave de sua carreira, no joelho esquerdo.
O problema físico abreviou sua passagem pelo Al Hilal, da Arábia Saudita, onde jogou pouco. Descartado pelo técnico Jorge Jesus, surpreendeu ao assinar com o Santos no início deste ano, retornando ao clube que o revelou, com a esperança de ter novamente uma sequência em campo
Se Neymar tenta resgatar um passado de glórias, Vitor Roque ainda luta para provar que seu futuro pode ser brilhante. Vendido ao Barcelona como uma das maiores joias do futebol brasileiro, o atacante se deparou com um cenário diferente do que imaginava. Com poucas oportunidades, dificuldades de adaptação e atuações que não convenceram, sua ascensão foi freada.
Revelado pelo Cruzeiro, o atleta foi emprestado ao Bétis depois de fazer apenas 16 jogos pelo time catalão. No novo clube, conseguiu completar quase o dobro de partidas (30), mas novamente não se firmou.
Quando o Palmeiras fez uma proposta, o Barcelona rapidamente percebeu que era a melhor maneira de recuperar seu investimento —em 2023, o clube pagou 40 milhões de euros (R$ 213 milhões na cotação da época). Já a equipe paulista desembolsou 25 milhões de euros (R$ 156 milhões) pelo jogador, tornando-o a contratação mais cara da história do futebol brasileiro.
Se a palavra “redenção” ainda soa precoce para ele, o talento que já demonstrou, especialmente pelo Athletico, gerou grandes expectativas sobre seu futuro, que ele busca corresponder.
Oscilações fazem parte da carreira de qualquer jogador experiente. Memphis Depay viveu altos e baixos, sempre com o rótulo de estrela. Brilhou na Holanda, encantou no Lyon e teve passagens importantes por Manchester United, Barcelona e Atlético de Madrid. Mas os últimos anos não foram generosos: entre lesões, perda de espaço e uma sequência de clubes onde não conseguiu se firmar, o atacante holandês viu seu espaço na Europa encolher.
Sem grandes propostas, aceitou o convite do Corinthians para um recomeço no Brasil. Sua qualidade técnica é inegável, mas ele precisa provar que pode ser decisivo em jogos grandes. As semifinais do Paulista são o cenário perfeito para esse teste.
Oscar, por sua vez, já foi peça fundamental da seleção brasileira e destaque no Chelsea. No entanto, a decisão de trocar a Europa pela China o afastou dos grandes holofotes. Durante anos, foi um dos jogadores mais bem pagos do mundo, mas, longe da competitividade de alto nível, viu seu nome sair das convocações e perder relevância no cenário internacional.
Agora, aos 33 anos, encara sua passagem pelo São Paulo como uma oportunidade de encerrar a carreira em grande estilo, sendo lembrado pelo que fez dentro de campo.
Para Neymar, Vitor Roque, Depay e Oscar, os jogos decisivos representam mais do que a busca por um título: são uma chance de provar que ainda há capítulos importantes a serem escritos em suas carreiras.