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    Home » Santarém, no Pará, já foi uma Meca amazônica indígena – 07/05/2025 – Ciência
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    Santarém, no Pará, já foi uma Meca amazônica indígena – 07/05/2025 – Ciência

    Brasil ElevePor Brasil Elevemaio 7, 2025Nenhum comentário5 minutos de leitura
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    Os grandes assentamentos indígenas que existiam na área da atual cidade de Santarém, no Pará, antes da chegada dos europeus incluíam um sofisticado centro cerimonial, uma Meca ou Jerusalém amazônica. O local seria liderado por poderosos xamãs cujos rituais eram uma ponte entre o mundo dos seres humanos, o dos demais seres vivos e o dos espíritos, de acordo com um novo estudo.

    A conclusão, fruto de escavações na mancha urbana da cidade, apresenta uma visão diferente sobre as populações densas e a complexidade social que estavam presentes em diversos lugares da Amazônia antes de 1500. É comum que esses processos sejam vistos como algo que tem relação com o aumento da centralização política e econômica, mas esse não teria sido o caso de Santarém.

    É o que defende a arqueóloga Denise Cavalcante Gomes, do Museu Nacional da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Em artigo publicado recentemente no periódico especializado Journal of Field Archaeology, ela detalha os resultados de seu trabalho em dois sítios de grande porte que ficam dentro da cidade e às margens do rio Tapajós.

    Conhecidos como Aldeia (área de 121 hectares) e Porto (89 hectares), ambos os locais foram ocupados continuamente durante vários séculos antes da invasão portuguesa e estavam próximos um do outro, sendo separados por um lago temporário (que chegava a atingir 30 hectares na época das cheias), hoje aterrado.

    Santarém é considerada uma das joias da arqueologia amazônica há várias décadas. A chamada cerâmica tapajônica, que caracteriza o passado pré-cabralino da região, destaca-se pela complexidade da decoração e das pinturas nas vasilhas.

    Entre os modelos reproduzidos estão os chamados vasos de cariátides, com vários “andares” de cerâmica apoiados em figuras de seres humanos, animais ou criaturas que estão no meio do caminho entre as duas coisas, designadas como zooantropomórficas. Também há estatuetas humanas, frequentemente gorduchas e sentadas, e os muiraquitãs, feitos de pedra verde e muitas vezes com forma de sapos estilizados. Antigos sistemas de trocas comerciais faziam com que os muiraquitãs, por exemplo, fossem parar no Amapá e até mesmo nas ilhas do Caribe.

    A complexidade artística, bem como a grande área estimada para os sítios arqueológicos da região, levaram pesquisadores como a americana Anna Roosevelt a propor que a Santarém pré-colonial era um centro urbano dominado por uma elite de chefes poderosos e os “nobres” que os auxiliavam. Esse grupo teria estendido seu domínio por uma região ampla da confluência entre o Tapajós e o rio Amazonas.

    Escavações realizadas em localidades mais distantes da atual cidade de Santarém, no entanto, mostraram que os tipos de assentamentos no entorno eram diferentes, com seus próprios tipos de cerâmica, ainda que influenciada, em certos aspectos, pelos vasos tapajônicos “clássicos”. Havia motivos para achar, portanto, que a influência do centro de poder não era politicamente tão forte, já que não era capaz de padronizar a cultura material da região.

    Gomes conta que o novo estudo é fruto de escavações que aconteceram entre 2006 e 2015, seguidas de análises do material encontrado e do trabalho estatístico com as datações, que permitiram comprovar que tanto o sítio Aldeia quanto o Porto foram ocupados de forma contemporânea e contínua, mais ou menos entre os anos 1200 e 1600 d.C., embora a região também conte com datas muito mais antigas, milhares de anos antes da Era Cristã.

    Boa parte dos bairros modernos da cidade tinha coberto o material arqueológico com asfalto e concreto, o que levou a arqueóloga a procurar uma saída inusitada: escavar até mesmo nos quintais de moradores.

    “Isso exigia o convencimento deles, o que me permitia ficar cerca de um mês escavando em cada uma das unidades dos sítios”, diz ela. “Entrei em quintais de residências, estabelecimentos comerciais e até um bordel, tudo para delimitar os dois sítios e o lago que os separava.” Nesse trabalho, ela foi auxiliada por um historiador local e antigo morador de Santarém, Hélcio Amaral de Souza, que acabou morrendo antes que o trabalho fosse publicado.

    Em ambos os locais, Gomes identificou a presença de espessas camadas de terra preta (solo amazônico rico em nutrientes e resultado de longos períodos de ocupação, que pode ter sido produzido intencionalmente pelo manejo de matéria orgânica) e fragmentos de cerâmica, tanto a doméstica, relativamente simples, quanto a cerimonial, incluindo pedaços das famosas figuras zooantropomórficas.

    Mas esse tipo mais requintado de cerâmica era especialmente abundante no sítio Aldeia. E havia uma associação entre a presença dela e antigas covas com um formato característico, nas quais a cerâmica cerimonial parece ter sido enterrada depois de sofrer uma quebra intencional.

    Esse padrão é relativamente bem conhecido no xamanismo amazônico e parece corresponder a uma prática semelhante a “desligar” o poder mágico de um artefato depois de seu emprego em determinado ritual, como se para evitar que seus efeitos continuassem depois do fim da cerimônia. As figuras mistas de humanos e animais, bem como as estatuetas de homens sentados, poderiam representar os xamãs em seus transes e suas jornadas espirituais.

    “A recorrência dessas estruturas me levou a propor a existência de um centro cerimonial em Aldeia”, explica a arqueóloga. “O que é interessante é que a Anna Roosevelt, cuja interpretação sobre centralização política eu contestei por anos, hoje aceita a minha interpretação.”

    Eis como a pesquisadora resume sua reconstrução do local. “Pode-se construir um quadro de uma sociedade pré-colonial, situada em meio à floresta amazônica, densamente povoada, com grandes aldeias, de alcance regional mas descentralizada, com atividade cerimonial vibrante, bem como a presença de chefes e xamãs como figuras de prestígio e poder”, escreve ela.

    “A hierarquia de assentamentos em Santarém não se traduz em centralização política, baseada na submissão das pessoas e comunidades em sua periferia, mas como a de um lugar de convergência ritual.”



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