A queniana Agnes Keino, de 36 anos, e o queniano Wilson Too, de 33, foram os vencedores da Corrida Internacional de São Silvestre de 2024. Na 99ª edição da tradicional prova de rua de São Paulo, nesta terça-feira (31), voltou a prevalecer a qualidade dos atletas africanos, que têm sido soberanos na competição.
O Brasil não tem um ganhador desde 2010, quando Marílson Gomes dos Santos triunfou entre os homens –a última mulher do país a obter a primeira colocação foi Lucélia Peres, em 2006. Desta vez, os melhores brasileiros da disputa foram Núbia de Oliveira, terceira na prova feminina, e Johnatas Cruz, quarto na disputa masculina.
“A gente mostrou nossa força. Fui terceira e estou feliz pelo resultado. A gente trabalhou muito para chegar até aqui”, disse a baiana de 22 anos, que espera galgar posições no pódio. “Hoje, fui terceira colocada, mas a gente pode sonhar, sim, que uma brasileira pode voltar a vencer a São Silvestre. Dá para sonhar mais, pode ter certeza.”
Cruz também celebrou bastante e aprovou a própria estratégia. “Eu fiz uma prova mais mental, porque não é fácil. Deixei os caras irem na frente e fui buscando, pouco a pouco. Para isso, é preciso treinar muito. Às vezes, a gente treina muito o físico e a cabeça fica mais baixa. A parte mental foi importante”, afirmou o mineiro de 34 anos.
Como de hábito no último dia do ano, atletas profissionais e amadores se juntaram para a largada na avenida Paulista. Também como de hábito, parte dos 37.500 inscritos percorreu com fantasias o trajeto de 15 km –que, após uma descida ao centro histórico da capital paulista, é finalizado na própria Paulista depois da temida subida da avenida Brigadeiro Luís Antônio.
As mulheres largaram às 7h40. Agnes Keino e a compatriota Cynthia Chemweno se estabeleceram na frente e foram inicialmente seguidas de perto pelas brasileiras Núbia de Oliveira e Pedrina Silva Vieira. Logo elas se distanciaram das demais, antes de Keino sobressair e abrir vantagem também sobre Chemweno.
A atleta completou o trajeto em 51min26, assegurando a sétima vitória seguida do Quênia e a 17ª em sequência de competidores da África na prova feminina. Na masculina, coube a Wilson Too, com 44min22, dar o segundo triunfo consecutivo ao Quênia e o 13º em série de esportistas do continente africano.
Os homens partiram às 8h05. O queniano Wilson Mutua estabeleceu um ritmo fortíssimo –e insustentável– no início. Estava claro que não suportaria por muito tempo e já ficou para trás na marca do terceiro quilômetro, perto do estádio do Pacaembu, onde Too assumiu a liderança para não mais perdê-la.
Cada um dos vencedores levou R$ 59.700. A prova, que neste ano distribuiu um total de R$ 281.900, agora tem 37 vitórias de atletas do Quênia desde sua primeira edição com não brasileiros, em 1945. O recordista Paul Tergat é responsável por cinco desses triunfos, em 1995, 1996, 1998, 1999 e 2000.
Ele só não ganhou mais a corrida do que a portuguesa Rosa Mota, campeã seis vezes consecutivas, de 1981 a 1986. O brasileiro com mais títulos na fase internacional é Marílson Gomes dos Santos, primeiro colocado em 2003, 2005 e 2010. O Brasil tem, desde 1945, 11 vitórias no masculino e seis no feminino.