Os usuários do X checaram o Partido dos Trabalhadores (PT), através das notas da comunidade, e corrigiram uma publicação em que o partido atribui ao presidente Lula (PT) os créditos pela descoberta da fraude bilionária no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
O partido publicou o seguinte em seu perfil: “Se o golpe tivesse dado certo a roubalheira no INSS continuaria e você mais ficaria sabendo. Compartilhe a verdade! Lula salvou o INSS.”
Após a checagem dos usuários, a publicação exibiu o seguinte comentário: “O roubo aumentou 253% desde que Lula assumiu a Presidência”.
VEJA TAMBÉM:
Os leitores também citaram a atuação da ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, para “barrar a CPMI do INSS e não investigar nada”.
A nota ainda cita o envolvimento do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi) com os descontos ilegais. A entidade é comandada por Frei Chico, irmão do presidente Lula.
O sindicato presidido por Frei Chico é a terceira entidade que mais arrecadou com os descontos entre 2019 e 2024. Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), o Sindnapi teve salto de faturamento de R$ 100 milhões em três anos.
Apesar disso, o Sindnapi ficou de fora da ofensiva do INSS contra 12 entidades investigadas por descontos irregulares.
Governo tem atuado para impedir apuração da fraude em Comissão Parlamentar
Na semana passada, em reunião com lideranças da base governista, a atual ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, pediu apoio para barrar a tentativa da oposição de criar uma CPMI que apure os desvios.
Nesta segunda-feira (12), o deputado José Guimarães (PT-CE), líder do governo Lula na Câmara, descartou a possibilidade de instauração de uma CPMI para apurar os desvios no INSS. De acordo com Guimarães, falar em CPMI do INSS neste momento é “factóide”.
O deputado ainda afirmou que o governo não deixará a oposição transformar o tema em “palanque político” e que o foco do governo é esperar o avanço das investigações da Polícia Federal (PF) “doa a quem doer”.
Oposição protocola pedido para instauração de CPMI do INSS
Também na segunda-feira (12), a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) protocolou o requerimento para a abertura de uma Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI) para apurar a responsabilidade pela fraude bilionária no INSS.
O pedido conta com o apoio de 223 deputados federais e 34 senadores. No caso de CPMI, são necessárias as assinaturas de 171 deputados e 27 senadores.
Damares afirmou que uma comitiva de parlamentares levará o pedido pessoalmente ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), na semana que vem. Alcolumbre está em viagem à China junto com o presidente Lula (PT).
Pedido de CPI está parado na Câmara
Na Câmara, deputados da oposição já protocolaram um pedido de CPI para apurar os desvios no INSS, mas o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), indicou que respeitará a fila formada por 12 comissões de inquérito. Esse posicionamento praticamente inviabiliza a instauração da CPI do INSS neste momento.
Sem uma sinalização positiva de Motta, a oposição mudou de estratégia e passou a se movimentar para a criação de uma CPMI, com deputados e senadores. No caso da comissão mista, basta o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) ler o requerimento para a criação do colegiado no plenário.
Por outro lado, os parlamentares podem retirar o apoio à CPMI a qualquer momento, o que dá espaço para o governo negociar com os parlamentares.
De acordo com as investigações da Polícia Federal (PF), os chamados descontos associativos, feitos na folha de pagamento de aposentados e pensionistas, teriam movimentado cerca de R$ 6,3 bilhões.