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    Home » Pornografia mais violenta impacta o sexo, diz pesquisador – 25/04/2025 – Equilíbrio
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    Pornografia mais violenta impacta o sexo, diz pesquisador – 25/04/2025 – Equilíbrio

    Brasil ElevePor Brasil Eleveabril 25, 2025Nenhum comentário7 minutos de leitura
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    Robert Jensen, 66, é um autoproclamado feminista. Estudioso de mídias, dedicou sua vida acadêmica à pesquisa dos efeitos da pornografia na sociedade, o que fez com que se tornasse ativista do assunto. Para ele, a reprodução gráfica do sexo humilha mulheres de forma cruel.

    O professor emérito da Universidade de Texas em Austin, nos Estados Unidos, constatou que a indústria pornográfica ajuda a construir as dinâmicas de poder, reforçando imagens de submissão e criando o imaginário na cabeça de meninos de que o exercício da sexualidade heterossexual é a degradação feminina.

    Em entrevista à Folha por videoconferência, Jensen fala sobre a capacidade da mídia de influenciar o comportamento sexual e, por consequência, social.

    O senhor diz que a pornografia é um espelho. Por quê?

    Toda a mídia é um espelho da sociedade que a produz. As séries e filmes americanos refletem os valores dos Estados Unidos, por exemplo. A atividade sexual na pornografia é diferente do que a maioria das pessoas vive no cotidiano. É mais extrema, mais intensa. Mas o subtexto de ideias sobre sexo e mulheres reflete a cultura. Se a pornografia não representasse valores vinculados à cultura, não seria popular.

    Por que a pornografia é mais extrema que o ‘sexo real’?

    A pornografia moderna foi criada na última metade do século 20, quando restrições legais eram minimizadas e atitudes culturais mudavam. Os filmes daquele período –anos 1960 e 1970– refletem a dominação masculina e misoginia, mas a atividade sexual descrita é muito mais próxima da cotidiana.

    Com a expansão da indústria pornográfica nos anos 1980, 1990 e 2000, houve uma grande demanda por mais conteúdos e novos métodos de distribuição. Como em qualquer setor em expansão, os produtores tentaram criar vantagem para capturar o maior mercado que podiam. Se continuassem produzindo as mesmas imagens de sempre, perderiam consumidores.

    A partir do ano 2000, cresceu progressivamente o que chamamos de “pornografia extrema”, que envolve múltiplas penetrações.

    A pornografia é sexo que roteiriza a dominação. Por isso existem pornôs cuja trama é com o chefe e a secretária, ou professor e estudante. Qualquer lugar que tenha relações de poder, a pornografia criará uma dinâmica sexual ao redor disso.

    Como a pornografia pode moldar a maneira que os homens enxergam as mulheres?

    Toda narração forma a maneira que vemos o mundo. Os livros que lemos e as séries que vimos ao longo da nossa vida desempenham esse papel. Não se sabe muito sobre como isso realmente funciona. O mecanismo é difícil de articular, mas sabemos que as mídias moldam atitudes, e atitudes moldam comportamentos.

    Meninos estão assistindo pornografia a partir dos oito anos, período que a imaginação sexual começa a se desenvolver. Mas, nessa idade, se desconhece sobre sexualidade. Então, a pornografia, como mídia, molda atitudes de pessoas jovens no processo de formação da identidade sexual.

    Tenho 66 anos, se eu visse pornografia –o que não faço mais– poderia julgar, baseado na minha experiência no mundo, o que é uma imagem sexual típica. Alguém com 12 anos é inexperiente para saber o que é atípico. O desenvolvimento psicológico está em processo.

    Por exemplo, uma educadora sexual precisa dizer a universitários que, em um primeiro encontro, não devem tentar enforcar a sua parceira no sexo ou pedir sexo anal. Para alguém da minha geração, isso é quase óbvio. Mas a educadora precisa dizer isso porque são práticas muito comuns na pornografia. Os jovens estão se educando sexualmente através da pornografia, e, assim, tendo ideias distorcidas do que é aceitável.

    Podemos falar sobre o conceito de vício em pornografia, que é relevante também.

    O consumo saudável de pornografia é possível?

    Essa é uma pergunta controversa. Existe um movimento para criar o que algumas pessoas chamam de “pornô feminista” ou “ético”, em outras palavras, pornografia produzida sem degradar mulheres e que descreva a sexualidade de maneira saudável. Não acho que seja a tarefa mais importante, embora não critique quem cria esse tipo de material.

    Mas há uma questão mais profunda: por que precisamos de imagens sexualmente explícitas? Minha visão é que até as produções pornográficas que ilustram relações sexuais razoavelmente saudáveis não estimulam a imaginação, mas ao contrário.

    Sexualidade é uma parte bem complexa do ser humano. Desenvolvemos melhor ela comunicando-nos melhor uns com os outros, explorando a imaginação sexual sem que a mídia seja a forma dominante.

    Isso não é uma forma moralista de analisar a pornografia?

    A análise da pornografia de qualquer pessoa reflete visão moral do que a sexualidade é. A indústria da pornografia tem posição moral, assim como eu, você e todo mundo. Sempre que falamos sobre relações humanas, discutimos princípios morais.

    Não defino o que sexo é. Assumo que as pessoas têm ideias sobre isso. Apenas questiono se a pornografia impede que se explore [a sexualidade]. Acredito que [a resposta é] sim.

    No livro “Getting Off”, de 2007, o senhor diz que a crueldade na pornografia estava mais intensa. Dezoito anos depois, a violência aumentou?

    A natureza extrema da pornografia cresceu. Embora eu tenha parado de pesquisar imagens pornográficas atuais –não as assisto mais–, leio pesquisas de outras pessoas e converso com esses pesquisadores.

    Na pesquisa para “Getting Off”, perguntei a produtores e diretores de pornografia qual seria o próximo ato sexual a ser criado. Na época, todos disseram que não sabiam. “Fiz tudo com um corpo de uma mulher que sei que se pode fazer”, um deles me disse.

    Há limites para o corpo humano, e suspeito que a indústria da pornografia foi o mais longe que poderia ter ido. A única coisa que se pode mudar no pornô industrial é [acrescentar] mais violência.

    Qual é a consequência política da normalização da pornografia?

    Está claro que afeta a vida íntima das pessoas. Se você conversar com mulheres jovens sobre práticas sexuais que homens desejam realizar, é possível perceber uma relação direta entre a normalização do consumo de pornografia e o impacto disso nas relações sexuais cotidianas, que, muitas vezes, são bastante angustiantes para as mulheres.

    E isso é prejudicial para os homens também, porque, ao basear seu roteiro sexual na pornografia, considerando-a como o modelo de bom sexo, se privam de qualquer crescimento emocional e de diversos sentimentos sexuais que não conseguem acessar dentro dessa visão pornográfica do mundo. Esse é um tipo de política cotidiana.

    Em sociedades patriarcais, os homens segmentam ‘boas garotas’ e ‘más garotas’. Mas, como diz minha amiga Gail Dines, que dirige o Culture Reframed, agora os homens esperam que até mesmo as ‘boas’ sejam ‘más’. As normas estão mudando de maneiras difíceis de quantificar, mas que afetam a vida das pessoas.

    Nos Estados Unidos, acabamos de reeleger Donald Trump, notoriamente conhecido por tratar mulheres de forma cruel e insensível. Ele teve um caso com uma atriz pornô que tentou encobrir, e isso não o impediu de ser eleito presidente. Muitos acreditavam que poderia até ajudá-lo a ganhar votos entre homens que admiram alguém com aquela vida sexual.

    Se você removesse a indústria pornográfica, onde Donald Trump estaria? Difícil dizer, mas todas essas são tendências sociais que também são complicadas de quantificar. Nos Estados Unidos, vemos claramente uma ressurgência de uma masculinidade muito cruel e dominante, onde homens que defendem noções patriarcais antigas que estão ganhando muito espaço culturalmente. Não sei exatamente qual é o papel da pornografia nesse contexto, mas é algo que vale a pena questionar.


    RAIO X | ROBERT JENSEN, 66

    Professor emérito da Escola de Jornalismo e Mídia da Universidade de Texas em Austin. É autor de “The End of Patriarch: Radical Feminism for Men” (2017) e “Getting Off: Pornography and the End of Masculinity” (2007), além de diversos artigos sobre pornografia.



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