Uma missa na Praça São Pedro, no Vaticano, vai marcar, junto à comunidade internacional, neste domingo (19), o início oficial do pontificado de Leão XIV, eleito em 8 de maio após a morte do Papa Francisco.
A cerimônia deverá contar com o primeiro trajeto do pontífice no papamóvel diante dos fiéis. Estima-se que cerca de 200 mil pessoas compareçam ao evento, o que levou as autoridades romanas a montarem uma rigorosa operação de segurança envolvendo mais de 5 mil policiais e 2 mil agentes da Defesa Civil.
150 delegações internacionais também confirmaram presença. Dos Estados Unidos — país natal de Leão XIV — estarão o vice-presidente JD Vance e o secretário de Estado Marco Rubio. Do Peru, onde o papa serviu como missionário e bispo, é aguardada a presidente Dina Boluarte. Também são esperadas as presenças dos presidentes Daniel Noboa (Equador), Gustavo Petro (Colômbia) e Santiago Peña (Paraguai), entre outras autoridades latino-americanas.
A Europa terá presença expressiva, com líderes como a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o novo chanceler alemão Friedrich Merz, além dos reis da Bélgica e da Holanda. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky também confirmou presença, acompanhado da primeira-dama Olena Zelenska, do chefe de gabinete Andriy Yermak e do chanceler Andrii Sybiha.
Ritos da cerimônia que marca início do pontificado de Leão XIV
O rito terá início no interior da Basílica de São Pedro, onde Leão XIV descerá até o túmulo do apóstolo Pedro, acompanhado pelos patriarcas das Igrejas Orientais. Ali, em oração silenciosa, prestará tributo ao primeiro sucessor de Cristo na Terra. O incenso diante do sepulcro reforça a continuidade espiritual entre Pedro e o novo bispo de Roma, que ali professará, com humildade, o mesmo testemunho de fé que custou a vida ao Príncipe dos Apóstolos.
Após esse momento de recolhimento, dois diáconos levam o Pálio (estola de lã branca adornada com cruzes negras, que simboliza o Bom Pastor e a missão de carregar o rebanho nos ombros), o Anel do Pescador (que simboliza a missão de confirmar os irmãos na fé e permanecer firme como a pedra sobre a qual Cristo edificou Sua Igreja) e o Livro dos Evangelhos até o altar montado no átrio da Basílica, onde acontecerá a celebração. Leão XIV então se une à procissão solene, enquanto o canto das Laudes Regiæ — as ladainhas solenes — ecoa pela Praça de São Pedro, invocando os santos mártires, pontífices e padroeiros da Igreja.
Logo após, três cardeais — representando os diáconos, presbíteros e bispos de diferentes continentes — se aproximarão para o rito de imposição das insígnias (momento litúrgico em que o novo papa recebe os símbolos visíveis do seu ministério e autoridade eclesial).
O primeiro cardeal colocará o Pálio nos ombros do novo pontífice; o segundo pedirá, em oração, a assistência de Deus sobre o Papa; e o terceiro invocará Cristo, pastor e bispo das almas, para que Ele mesmo entregue o Anel ao sucessor de Pedro. O rito culmina com a oração ao Espírito Santo, pedindo que Leão XIV seja conduzido com mansidão e força no serviço à Igreja.
Durante o rito da obediência, doze representantes do Povo de Deus, de diferentes regiões e estados de vida, deverão se aproximar para prometer fidelidade ao papa. Após esse gesto, a celebração prosseguirá com a homilia de Leão XIV e o canto do Credo, seguido da Oração dos Fiéis em cinco línguas: português, francês, árabe, polonês e chinês — intercedendo pelo papa, pela Igreja, pelos governantes, pelos sofredores e pela assembleia presente.
A celebração será encerrada com o canto do “Regina Coeli” e a bênção solene, invocando a imagem da videira e da vinha para representar o cuidado divino com a Igreja plantada sobre Pedro. O novo pontífice abençoará os fiéis com o Livro dos Evangelhos, enquanto o coro proclama, em grego, o tradicional “Ad multos annos!” — votos de uma longa vida ao sucessor de Pedro.
Após a celebração, o papa Leão XIV receberá os chefes de Estado e representantes internacionais no tradicional beija-mão, realizado dentro da Basílica de São Pedro — cerimônia que costuma registrar momentos simbólicos e marcantes para a história da Igreja.