A diretora de Assuntos Corporativos da Petrobras, Clarice Coppeti, afirmou nesta sexta-feira (8) que a Petrobras planeja entregar ainda este mês resposta aos questionamentos do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) sobre a licença para operar na margem equatorial.
A empresa defende que sua proposta segue todas as diretrizes estabelecidas pelos manuais de processos de licenciamento ambiental do órgão. Ainda assim, foi rejeitada pela área técnica do Ibama na semana passada, com pedido de arquivamento do caso.
O pedido não foi aceito pelo presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, que decidiu conceder mais prazo para que a empresa explique os pontos divergentes, principalmente o tamanho da estrutura de resgate de animais em caso de vazamento.
“Desde então a gente vem discutindo em cima das questões técnicas, dos detalhes técnicos”, disse Copetti, em entrevista nesta sexta para detalhar o lucro de R$ 32,5 bilhões registrado pela empresa no terceiro trimestre de 2024.
Ela defendeu que a base de resgate a animais em Oiapoque (AP),proposta pela empresa em agosto, está articulada com uma frota de embarcações marítimas e fluviais, aeronaves e “um conjunto significativo de profissionais para dar assistência e fazer o atendimento”.
“Toda a proposta da Petrobras vem de acordo com aquilo que está dentro dos manuais técnicos”, completou. “As equipes não têm parado em nenhum momento de discutir e a gente acredita que até o fim do mês responderemos todos os questionamentos e detalhes técnicos que o Ibama nos enviou”.
O bloco 59 da bacia da Foz do Amazonas, no litoral do Amapá, é o principal alvo exploratório da estatal neste momento. Em 2023, o Ibama negou o primeiro pedido de licença para perfuração no bloco, dando início a um embate entre as áreas ambiental e energética do governo.
A estatal e o MME (Ministério de Minas e Energia) alegam que a busca por novas reservas é fundamental para evitar que o país se torne importador de petróleo na próxima década. E que o petróleo brasileiro é menos poluente do que o de outros países e, portanto, ajudaria no processo de descarbonização global.
Organizações ambientalistas questionam os argumentos e pedem compromisso do governo com a redução da produção de combustíveis fósseis, principais fontes globais de emissões de gases do efeito estufa.
O risco de importação, dizem, considera que o Brasil seguirá sendo grande exportador de petróleo nos próximos anos, consumindo rapidamente as reservas já descobertas no país.
Na entrevista desta sexta, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, celebrou a chegada do petróleo ao topo da pauta exportadora brasileira, ultrapassando a soja e o minério de ferro.
“A Petrobras, a principal operadora do Brasil, conseguiu entregar um resultado esplendoroso: chegamos à marca do primeiro produto de exportação do Brasil”, afirmou ela.