Quem acompanhou as transmissões e notícias sobre o conclave pode ter notado a movimentação do menor Exército do mundo: a Guarda Suíça, no Vaticano. Eles são os responsáveis por cuidar e proteger a sede do governo pontifício, bem como pela segurança do papa e cardeais – quando se encontram no Vaticano.
A Guarda Suíça tem sua criação datada em 1506, pelo papa Júlio II. O pontífice deu aos soldados o título de “Guardiões da Liberdade da Igreja” e, desde então, eles são os responsáveis pela segurança do Santo Padre.
Mas a escolha não foi feita em uma época pacífica. Muito pelo contrário, Os Guardas Suíços foram escolhidos naquele momento por serem “mercenários imbatíveis”.
Afinal, o século XVI foi marcado por um período de muitas guerras na Europa Renascentista. E, dentre todos os países do mundo, a Suíça era o local que tinha homens com desempenho acima da média nas batalhas devido à dedicação e coragem nos combates. Até hoje ser cidadão suíço é uma exigência para a função.
Com tanto tempo de atuação, os Guardas Suíços já enfrentaram inúmeros conflitos, como:
- Saque de Roma (1527): da Antiguidade até o período Renascentistas, Roma foi invadida e saqueada por diversos povos;
- Batalha de Lepanto (1571): batalha naval liderada por D. João da Áustria, que derrotou a frota do Império Otomano;
- Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945): conflito global que envolveu dois blocos opostos, os Aliados e o Eixo.
O que faz a Guarda Suíça?
Apesar de ter passado por várias fases, hoje os soldados são treinados para cuidar da segurança pessoal do papa e dos cardeais que estão no Vaticano. Além disso, eles são responsáveis pela ordem na Cidade do Vaticano, portanto ficam em pontos estratégicos para que possam agir rápido se algo acontecer dentro do lugar.
Os Guardas também participam de cerimônias e eventos do papado, como aconteceu tanto na morte do Papa Francisco, quanto no conclave que elegeu o novo papa, Leão XIV, em 8 de maio de 2025.
Uniforme curioso: qual a simbologia das roupas usadas pelos Guardas Suíços?
Os trajes podem parecer um “pouco demais”, mas seguem tradições que fazem parte da história. Júlio II determinou a Guarda Suíça como Exército oficial e escolheu as cores de sua família de origem – amarelo e azul – para compor os uniformes dos homens.
Logo em seguida, o papa Leão X acrescentou a coloração vermelha pelo mesmo motivo: sua família, a Médici. A simbologia faz referência a coragem, lealdade e fé.
Assim, até hoje os Guardas Suíços utilizam o uniforme, composto por:
- Túnicas: são listradas, nas cores: azul, amarelo e vermelho;
- Capacetes: possuem plumas coloridas para evidenciar a patente da Guarda;
- Armas: alabardas e armas de fogo modernas;
- Acessórios: colarinho e luvas brancas e armaduras em cerimônias.
Vale destacar que esse não é o único uniforme dos protetores do Vaticano, visto que os profissionais que rodeiam o papa em eventos se vestem de terno preto e também fazem parte da Tropa.
Salário no Vaticano: quanto ganha um Guarda Suíço?
O salário de um Guarda Suíço está entre 1.200 a 1.500 euros. Não é um valor considerado alto, ainda mais quando o país em foco é a Suíça, que tem um custo de vida mais elevado que a média.
Convertendo em real, o salário gira entre R$ 7.600,00 e pouco mais de R$ 9.000,00.
No valor não estão inclusas alimentação e hospedagem, que são fornecidas pela própria Cidade do Vaticano. Desse modo, eles não precisam arcar com essas despesas fixas.
Como os Guardas Suíços são escolhidos para proteger o Vaticano?
Para os interessados em cuidar da segurança pessoal do papa e de seu território existem regras rigorosas a serem seguidas. A primeira delas é: precisa ser cidadão suíço.
Sim, não é só o nome, é uma exigência marcada pelas tradições. E não é só isso. Afinal, para se propor a atuar como força de honra, é necessário abdicar de algumas situações cotidianas, como o relacionamento com outra pessoa durante o tempo de Guarda.
Requisitos para fazer parte do Exército que guarda o Vaticano
No total são 135 membros, sendo 5 oficiais, 26 sargentos e cabos, e 78 soldados. Para isso, é preciso:
- Ser cidadão suíço;
- Ser homem;
- Ser católico;
- Ser solteiro;
- Ter entre 19 a 39 anos;
- Ter, ao menos, 1,74 metro;
- Ter diploma do ensino médio ou profissional;
- Ter concluído treinamento básico do Exército da Suíça;
- Ter saúde boa;
- Comprometer-se com 26 meses de serviço;
- Ter carteira de motorista.
Qual juramento é feito pela guarda que protege o papa, na Itália?
Por ser um cargo excepcional no Vaticano, todos os admitidos após processos de testes, precisam fazer um juramento de lealdade e compromisso. O juramento completo é:
“Eu juro servir fiel, leal e honoravelmente o Sumo Pontífice e seus legítimos sucessores e dedicar-me a eles com todas as minhas forças. Assumo este mesmo compromisso com relação ao Sagrado Colégio de Cardeais sempre que a Sé Apostólica estiver vacante. Além disso, prometo ao Capitão Comandante e aos meus outros superiores respeito, fidelidade e obediência. Juro observar tudo o que a honra de minha posição exige de mim.”
A cerimônia de admissão dos Guardas Suíços acontece dentro do Vaticano, sempre quando um homem é escolhido.
É possível tirar foto com os Guardas Suíços?
Sim, é possível tirar foto com a Guarda Suíça. Porém, é preciso atenção, pois algumas áreas da Cidade do Vaticano são restritas. Pedir consentimento na hora de capturar imagem é recomendado, principalmente se estiver mais próximo do soldado.
O respeito por sua função é essencial. Portanto, mantenha distância e não os parem enquanto estiverem em serviço. E, caso esteja com alguma dúvida, você também pode fazer perguntas e pedir auxílio para eles.