O Carnaval chegou e, com ele, ondas de calor espalhadas por todo o Brasil. Em São Paulo, a previsão é de temperaturas máximas por volta dos 33ºC durante todo o feriado prolongado. Para quem vai aproveitar os blocos de rua, é preciso tomar cuidado para evitar riscos à saúde.
Estar exposto a altas temperaturas pode afetar o bem-estar, a qualidade de vida e causar sintomas como tontura, mal-estar, dor de cabeça, náusea, variação na pressão arterial e até mesmo levar ao desmaio. A população de maior risco são idosos com mais de 65 anos e crianças de até dois anos, além de gestantes e pessoas com doenças cardiovasculares, hipertensão e diabetes tipo 2.
Ramon Andrade de Mello, médico do Hospital Israelita Albert Einstein e do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, explica que, em períodos de calor extremo, o indivíduo pode perder a capacidade de autorregular a temperatura corporal. Assim, pode perder a consciência, desmaiar, ter crises convulsivas e entrar em estado de coma.
Nessa altura, a pessoa pode passar de um estresse térmico para um golpe de calor. O estresse térmico é quando o indivíduo começa a sentir os efeitos negativos da temperatura na sua saúde, com dores de cabeça, náusea e câimbra. Esse quadro pode evoluir para confusão mental, fraqueza, convulsões e desmaio devido à insolação ou desidratação.
Esses fatores são englobados no que Mello chama de golpe de calor. “O golpe é um termo para chamar a atenção da população que o calor pode ser prejudicial e que é preciso a gente se proteger dele também.” Taquicardia, taquipneia (respiração acelerada), vômitos e diarreia também são sinais de risco.
Para quem vai frequentar blocos de Carnaval e passar horas exposto ao sol e ao calor, há algumas dicas para minimizar os efeitos negativos à saúde. “Evite escolher ir a blocos nos horários do pico do sol, entre 10h e 16h”, afirma o médico. Outro fator importante é a proteção, como “óculos de sol, bonés e chapéus”.
A ingestão de álcool inibe a reabsorção de água no rim, fazendo com que a pessoa elimine mais água, favorecendo a desidratação. Isso propicia também a hipoperfusão, que é a diminuição do fluxo sanguíneo.
Assim, quando for beber, o médico afirma que o ideal é intercalar com copos de água. A hidratação é um ponto importante em ondas de calor, com água ou isotônicos. “Eu recomendo tomar de dois a quatro litros de água, aproximadamente de 35 ml a 39 ml de água por quilo do peso da pessoa”, recomenda Mello.
Neste ano, a Prefeitura de São Paulo anunciou na semana passada que vai distribuir 2,2 milhões de copos de água nos três finais de semana de blocos, em parceria com a Sabesp.
Como se manter saudável na onda de calor:
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mantenha-se hidratado, mesmo se não sentir sede;
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evite a ingestão de bebidas alcoólicas e com alto teor de açúcar;
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use roupas leves, inclusive ao dormir;
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proteja-se do sol: procure uma sombra e use chapéu ou boné;
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use protetor solar;
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evite alimentos gordurosos e calóricos e prefira alimentos frescos;
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evite atividade física intensa nas horas mais quentes do dia;
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coma com mais frequência;
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use água fria para se refrescar;
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certifique-se que familiares e amigos estejam bem e hidratados, principalmente crianças e idosos;
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use umidificadores de ar ou toalhas molhadas nos ambientes;
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facilite a circulação do ar.