Entre mitos, lendas e mistérios, a base americana denominada “Área 51” não é qualquer instalação militar. Localizada em um deserto no estado americano de Nevada, é uma base confidencial da Força Aérea dos Estados Unidos.
Inaugurada em 1955 durante a Guerra Fria, a base era usada pelo serviço secreto do país – a CIA – no desenvolvimento e teste dos aviões U-2 e SR-71 Blackbird.
Embora sua inauguração tenha sido nos anos 50, o reconhecimento oficial da existência da Base 51 ocorreu somente em 2013, através da CIA. Quatro meses depois, o então presidente Barack Obama mencionou pela primeira vez a base militar.
A gestão da base foi entregue pela CIA à Força Aérea no final dos anos 70, quando o serviço secreto publicou documentos desclassificados – sem sigilo –, confirmando a instalação militar como um local de testes de desenvolvimentos de aviões de guerra.
Segundo o documento, o sigilo sobre a Área 51 era para manter as informações longe dos inimigos de guerra, a União Soviética.
Ninguém sabe o que acontece dentro da área militar. Até hoje, tudo é mantido em sigilo. Os militares afirmam que o local “é um campo de treinamento restrito”. Estudiosos acreditam que a Área 51 continua sendo usada para o desenvolvimento de aeronaves de última geração, incluindo drones.
VEJA TAMBÉM:
Existe discos voadores e vida extraterrestre na base misteriosa dos EUA?
O sigilo total da Área 51, quebrado parcialmente em 2013, alimentou diversas teorias conspiratórias. A mais famosa é de que o local segue sendo um lugar de estudos, abrigando extraterrestres.
A mais famosa justificativa é baseada em um fato ocorrido em Roswell, no Novo México, em 1947, quando uma espaçonave alienígena teria caído ao solo. Os teóricos afirmam que a Área 51 abriga os supostos extraterrestres.
Entretanto, o governo americano diz que o objeto caído era, na verdade, um balão meteorológico e rechaça teorias que envolvam alienígenas.
Outras acusações dão conta de cidadãos, que afirmam teriam visto objetos voadores não identificados (OVNIS) sobrevoando o local.

No final dos anos 80, Robert Lazar, um homem que afirma ter trabalhado com tecnologia alienígena na Área 51, afirmou ter visto fotografias médicas de extraterrestres.
Estudiosos no assunto como Annie Jacobsen, autora do livro “Área 51: Uma história sem censura das forças armadas ultrassecretas dos Estados Unidos”, afirmam que a CIA alimentou em benefício próprio teorias conspiratórias envolvendo extraterrestres para despistar o que realmente acontecia no local.
“Desde 1950, a CIA desenvolveu um escritório de ovnis para lidar com avistamentos de objetos voadores não identificados sobre Nevada. Quando as pessoas viram o avião espião U-2 voando pela primeira vez, ninguém sabia o que estava vendo. A CIA usou essa desinformação em seu benefício, promovendo uma mitologia alienígena”, diz, Jacobsen.
Proteção total: o que acontece se alguém entrar na Área 51?
A entrada da Área 51 é altamente restrita, protegida e os sinais de alerta dão conta que invasores não serão tolerados. A base conta com vigilância eletrônica e guarda armada, e o público é mantido afastado. Além disso, sobrevoar a área também é ilegal.
Em 2019, Matty Roberts, de 20 anos, criou um evento no Facebook onde convocava cidadãos para invadir a base mais secreta do mundo. “Podemos correr mais rápido que as balas deles. Vamos ver os alienígenas”, dizia o “convite”.
Dois milhões de pessoas confirmaram presença, entretanto, o “evento” foi cancelado para que um “possível desastre humanitário” fosse evitado.
Em comunicado, a Força Aérea alertou que “está sempre pronta para proteger a América e seu patrimônio”, reforçando ainda que o local é de uso militar restrito.