O Nubank (BVMF:) acaba de chegar a 100 milhões de clientes no Brasil e vê espaço para avançar ainda mais. A cada mês, o “roxinho” abre 1 milhão de novas contas no País em média, várias delas de pequenas empresas e de menores de idade, público em que chegou a 3,1 milhões de usuários sem nenhum marketing. “Nosso negócio continua sendo um negócio de crescimento”, afirma a CEO da fintech no País, Lívia Chanes à Coluna do Broadcast. Apesar da base representativa no Brasil, que responde pela maior parte da operação da fintech, a participação do Nubank em produtos como seguros, investimentos e no próprio crédito ainda é pequena, de menos de 1% dependendo do caso. Por isso, vê chances para avançar em frentes como crédito consignado e em segmentos como o de alta renda.
Mais de 1 milhão de clientes por mês
Apesar de reconhecer que em algum momento o número de novos clientes vai cair, Chanes ressalta que o ritmo de atração da empresa segue bastante alto. “Nossas taxas de crescimento seguem na mesma velocidade. Continuamos adicionando mais de 1 milhão de clientes novos por mês, e nosso custo de aquisição continua constante”, afirma.
Espaço em bolsões
A executiva vê espaço para crescer em “bolsões” como as pequenas empresas e entre o público menor de idade. “Temos 17% dos CNPJs ativos do Brasil, então temos espaço para crescer, principalmente entre os microempreendedores”, diz. “A procura tem sido tão grande [por contas para menores de idade] que é um produto em que devemos investir mais”, acrescenta.
Representatividade. Na alta renda, apesar de dizer que a penetração está no mesmo patamar do mercado, a estratégia é ampliar a representatividade na vida financeira do cliente. “Certamente podemos mais. Nosso market share nos principais produtos financeiros que oferecemos é ainda muito inferior à nossa penetração”, destaca Chanes.
Customização. Neste sentido, ao atingir o patamar atual, o Nubank começa a migrar de um modelo único para todos os clientes rumo à customização, a exemplo dos pacotes de serviços Ultravioleta, para alta renda, e Nu+, para média renda, além de iniciativas para fortalecer o portfólio de pessoas jurídicas, de menores de idade e o crédito consignado.
Primeiro mundo. Chanes diz ainda que o caso do Nubank mostra o potencial da América Latina, e do Brasil em especial, na área de tecnologia. “Podemos construir soluções de tecnologia com escala e qualidade de nível mundial”, conclui.
Caiu. A captação que fundos de private equity, que investem em empresas, e de venture capital, que apostam em negócios iniciantes, conseguem fazer junto aos fundos de pensão vem diminuindo desde 2010. Se há 14 anos representava 45% do total captado por “safra”, atualmente está mais perto de 2%. Os dados são da plataforma Pebay.info, que acompanha e analisa mais de 1.500 fundos, de 550 gestores.
Receio. A partir de 2015, a deflagração de investigações de corrupção envolvendo políticos e grandes empresas, bem como o uso de fundos de investimentos em participações (FIPs) para tal fim, “acabaram por responsabilizar executivos de fundos de pensão e prestadores de serviço de FIPs, o que assustou e retraiu a comunidade dos fundos de pensão”, diz a Pebay.info.
Veto. Segundo a plataforma, as entidades fechadas de previdência complementar que continuaram investindo em private equity e venture capital tornaram-se mais seletivas ou passaram a delegar a gestão para os chamados “fundos de fundos” especializados. Já fundos de pensão maiores cessaram seus investimentos nessas áreas.
Seguro… As seguradoras estão em fase de experimentação sobre a oferta de produtos para os proprietários de veículos elétricos no Brasil. “Os carros elétricos e híbridos têm características diferentes. A manutenção e a reparação desses veículos acabam sendo mais caras que as dos tradicionais. Essa diferença tem exigido certo esforço das seguradoras para entender como que essa frota se comporta do ponto de vista de seguro”, disse o presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Dyogo Oliveira, na 29ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP29), em Baku, no Azerbaijão.
…em teste. Oliveira disse que, atualmente, as empresas estão testando esse mercado e mantendo os preços iguais. “As empresas ainda não estão olhando para o mercado de carro elétrico como um negócio propriamente. O setor está numa fase de experimentação no Brasil”, disse Oliveira. Ele relatou que, em outros países, o seguro de um carro híbrido chega a ser 20% a 30% mais caro que o de um a combustão.