O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sibiga, denunciou o bombardeio da Rússia ao território ucraniano entre a noite de sábado e este domingo como “os ataques aéreos russos mais massivos das últimas semanas”.
“Uma difícil manhã de domingo após uma noite sem dormir. O ataque aéreo russo mais massivo das últimas semanas durou a noite toda. A Rússia lançou centenas de drones, mísseis de cruzeiro e balísticos em cidades e vilas ucranianas durante a noite, ferindo e matando pessoas, incluindo pelo menos três crianças”, disse o chefe da diplomacia ucraniana em sua conta na rede social X.
Na mesma mensagem, Sibiga também pediu, assim como fez o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky neste domingo, que a comunidade internacional “intensifique sua pressão sobre a Rússia” para que o chefe de Estado russo, Vladimir Putin, “ponha um fim imediato às mortes”.
“Quando o mundo inteiro pede o fim da matança, Putin ordena ainda mais ataques, bombardeios e assassinatos de crianças”, lamentou o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, referindo-se aos últimos esforços internacionais para conseguir um cessar-fogo na guerra.
Pelo menos 12 pessoas foram mortas e 60 ficaram feridas em diferentes regiões da Ucrânia depois que o país foi atingido por uma série de ataques aéreos russos na noite de sábado, informaram as autoridades locais neste domingo. Segundo o ministro do Interior, Igor Klimenko, 13 regiões foram atingidas.
“O inimigo usou mísseis e drones de ataque. As casas dos civis foram o alvo: mais de 80 edifícios residenciais foram danificados, 27 incêndios foram registrados, e os bombeiros ainda estão apagando as chamas em três lugares”, escreveu Klimenko em sua conta no Facebook como uma avaliação provisória.
“Foi um ataque combinado e implacável que teve como alvo os civis. O inimigo provou mais uma vez que seu objetivo é o medo e a morte”, acrescentou o ministro do Interior.
Somente na região de Kiev, as autoridades informaram que três pessoas foram mortas em um ataque de drones e dez ficaram feridos em explosões causadas por ataques aéreos nos quais a Rússia usou drones e mísseis.
Mikola Kalashnik, chefe da Administração Militar Regional de Kiev, informou em sua conta no Telegram que “três pessoas foram mortas durante o ataque inimigo de ontem à noite na região de Kiev”.
“Dois corpos foram descobertos durante a extinção de um incêndio no distrito de Obukhiv. Outra pessoa foi morta no distrito de Bucha”, acrescentou a autoridade local em uma mensagem na qual também informou que dez pessoas ficaram feridas em diferentes distritos da região após uma noite de bombardeios pesados.
Kalashnik anexou à mensagem fotografias mostrando casas de civis queimadas ou reduzidas a escombros.
Na cidade de Nicolayev, no sul da Ucrânia, os serviços de emergência informaram neste domingo a morte de uma pessoa em outra explosão causada por um drone que atingiu uma área residencial e feriu cinco pessoas.
Na região de Khmelnitsky, no oeste da Ucrânia, as autoridades locais disseram que pelo menos mais quatro pessoas foram mortas no bombardeio, que também feriu cinco pessoas, embora o número de mortos no ataque ainda esteja sendo apurado.
Três pessoas também foram mortas e 12 ficaram feridas na região de Zhytomyr, no oeste do país, de acordo com os serviços de emergência. As três vítimas eram crianças de uma família em que os pais ficaram feridos e estão hospitalizados, informou o ministro do Interior.
“A mãe está em estado grave”, relatou Klimenko.
Em informações publicadas em sua conta no Telegram, os serviços de emergência disseram que estavam ativos em 30 cidades e vilas após o que chamaram de “ataque massivo”.
A Força Aérea, em seu relatório preliminar sobre suas atividades na noite de sábado para domingo, detalhou no Telegram que os militares ucranianos neutralizaram 266 drones no norte, sul, leste e oeste do país, e abateram 45 mísseis.
“Ataques aéreos inimigos foram registrados em 22 pontos, além da derrubada de mísseis de cruzeiro e drones de ataque abatidos em 15 outros locais. Quase todas as regiões foram afetadas por esse ataque inimigo”, comentou a Força Aérea, que também reconheceu “mortes e feridos, incluindo crianças”.