Neymar sentiu nova lesão em sua segunda partida após um ano de afastamento por grave problema físico. O brasileiro de 32 anos atuou pouco menos de meia hora na vitória por 3 a 0 de seu time, o Al Hilal, da Arábia Saudita, sobre o Esteghlal, do Irã, nesta segunda-feira (4), pela Champions League da Ásia.
O atacante entrou em campo aos 13 minutos do segundo tempo e o deixou aos 41. Não ficou inicialmente clara a natureza da lesão, mas ele demonstrava dificuldade com a perna direita, que não é aquela do problema que o afastou do futebol por 369 dias: uma ruptura de ligamento cruzado anterior e de menisco do joelho esquerdo.
“Ele voltou de uma lesão que não é fácil e joga em uma posição que o torna muito vulnerável a contatos”, afirmou o técnico Jorge Jesus, lembrando uma falta dura sofrida no jogo. “Acredito que a lesão dele seja muscular, não no joelho. Deve ficar ausente por, pelo menos, duas semanas.”
O retorno havia ocorrido no último dia 21. Na ocasião, o paulista foi acionado pelo treinador aos 32 minutos da etapa final no triunfo por 5 a 4 do Al Hilal sobre o Al Ain, fora de casa, nos Emirados Árabes Unidos. Como não está inscrito no Campeonato Saudita, teve de esperar a rodada seguinte do torneio continental.
Desta vez, foi chamado mais cedo, porém não conseguiu terminar o duelo dentro de campo, frustrando o público presente na Kingdom Arena, em Riad. O jogo foi praticamente resolvido no primeiro tempo, com dois gols do centroavante sérvio Aleksandar Mitrovic, e os torcedores passaram a demonstrar sua ansiedade pela presença em campo do camisa 10.
Quando finalmente entrou, Neymar logo se envolveu em discussão com o volante Niknafs, com quem teria outros bate-bocas. Com a bola no pé, alternou bons momentos, como um belo chapéu, e lances em que a falta de ritmo ficou evidente. Em um deles, recebeu do compatriota Malcom em boa posição na área e falhou na tentativa de domínio.
Buscando o jogo, o brasileiro cavou um cartão amarelo para Zamani, que o atingiu por trás. E viu o excelente Mitrovic marcar seu terceiro gol no jogo: um de pé esquerdo, um de pé direito, um de cabeça. Não teve nenhuma finalização no gol –um chute de fora da área foi bloqueado– e, então, deixou o campo, irritado, com a mão na coxa direita.
Os detalhes da lesão –não são incomuns problemas musculares após longos afastamentos— ainda serão conhecidos, mas a expectativa do atleta é crescer, pouco a pouco, e estar na próxima convocação da seleção brasileira, já no próximo ano. Ele ficou fora da lista divulgada pelo técnico Dorival Júnior na última sexta-feira (1º), com os atletas que jogarão contra Venezuela e Uruguai, pelas Eliminatórias da Copa.
Todo o processo de retorno de Neymar tem sido acompanhado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol). O médico da seleção, Rodrigo Lasmar, viajou a Riad no mês passado para fazer uma avaliação do joelho lesionado em 2023 e preparar um relatório. Ficou decidido que a volta não ocorreria agora, mas, como já afirmou Dorival Júnior, o lugar de Neymar “está guardado”.
“Ele teve poucos minutos em campo, foi o que pesou bastante”, disse Dorival, na última sexta (1º), ao justificar ausência do jogador na convocação. “Ele se dispôs a estar aqui dentro, gostaria muito de ser relacionado, mas também entendeu a situação, a condição em que se apresenta e as próprias cobranças que nós faríamos, com ele no banco ou dentro de campo.”
O técnico elogiou o comportamento do atleta e sua disposição, após o longo afastamento. “Um atleta do nível dele tem que ter o prazer de estar aqui, e ele sempre mostrou isso. Temos que enaltecer essa postura, não foi diferente agora. Fisicamente, ele depende de um complemento. Se Deus quiser, daqui para a frente, terá uma evolução grande”, afirmou.
O passo seguinte não foi o melhor.