A Argentina é um país maravilhoso apesar de ter escolhido Javier Milei como presidente.
Circunstâncias históricas são responsáveis por acidentes de percurso difíceis mesmo de serem entendidos.
Os Estados Unidos, por exemplo.
Vá lá que pisassem na bola uma vez com Donald Trump. Insistir no erro é que são elas.
Dizer o que da Alemanha de Adolf Hitler, da Itália de Benito Mussolini e de Silvio Berlusconi?
Como confundir o Brasil com o inqualificável Jair Bolsonaro, que ainda bateu na trave antes de ser desmascarado e mesmo assim mantém grande número de seguidores nas melhores, e nas piores, famílias brasileiras?
Interesses inconfessáveis explicam e municiam tais barbaridades pelo mundo afora.
No do futebol é igual.
Quanta gente e por quanto tempo confundiu o Vasco com a nefasta figura que dele se serviu por anos a fio, até com conquistas históricas, sempre com métodos reprováveis.
É exatamente o que acontece com o Corinthians nos dias de hoje, apesar de muito longe de ganhar taças desde 2019, jejum de cinco anos como não acontecia desde que Basílio encerrou a fila de quase 23 anos.
Nada contra a felicidade da Fiel com a impressionante, e empolgante, arrancada alvinegra de oito vitórias consecutivas, nela incluída a contra o maior rival e que pode ter custado o tricampeonato alviverde.
Que se festeje a arte de Rodrigo Garro, a ressurreição de Yuri Alberto, artilheiro isolado do Campeonato Brasileiro e a um gol de ser o goleador da temporada, a qualidade de Memphis, as defesas de Hugo etc. etc. etc.
Mas que não se esqueça do tamanho da dívida, dos crimes cometidos na atual gestão, tão graves ou ainda piores que na anterior, do doping financeiro, por mais que o torcedor se interesse apenas pelo que acontece no gramado.
Nossa história já mostrou que grandes campeões do automobilismo podem se transformar em caloteiros cínicos ou cúmplices em ocultação de riquezas surrupiadas e motorista de farsante.
Ou ir de belas pedaladas ao extremo inominável do estupro.
O time Corinthians termina 2024 em grande estilo, e a diretoria do clube da pior maneira possível, ainda mais porque haverá de se aproveitar do sucesso de quem acabou de chegar para salvá-lo.
Não se fale, por favor, do espírito corintiano em vão, porque o simpático holandês, o guerreiro peruano, o mágico argentino, não têm ainda a menor ideia de seu significado, nem poderiam.
Se há um grupo de jogadores atualmente identificado com a tradição do clube que defende, por mais que não tenha alcançado todos os resultados que buscou neste ano, este elenco é o do Palmeiras, com acertos e erros.
Autênticos na reviravolta alvinegra são os de sempre, os torcedores. E tais torcedores, sabe-se, quando mobilizados para grandes empreitadas, são capazes de ressuscitar o que parecia condenado. Como mergulham em autoengano por puro fanatismo, uma forma de cegueira coletiva.
Está dada aos que decidem a vida política da religião corintiana a oportunidade rara de estancar anos de flagelo e começar nova caminhada, por mais que não se vislumbre quem possa liderá-la.
Só há uma certeza: quem lá está produzirá apenas o caos.
O estarrecedor relatório do CORI basta para botar um fim na gestão de Augusto Melo.
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