Dois jogos de cariz social simples e acessíveis, a oscilar entre a vertente moderna e a fantasia medieval.
MySims: Cozy Bundle é a versão remaster para a Nintendo Switch de dois jogos editados pela Electronic Arts para a Nintendo Wii e Nintendo DS. MySims, em 2007 e MySims Kingdom, uma espécie de sequela, em 2008. Pela distância temporal é normal que muitos de vós sintam desconhecimento relativamente a esta fornada de jogos de cariz social. Ambos os títulos venderam relativamente bem à época, ao mesmo tempo que introduziram uma vertente cómoda e acessível do conceito Sims nas consolas da Nintendo. Apontado claramente a uma audiência infanto-juvenil, não deixa de proporcionar uma jornada algo relaxante também para os adultos, se procuram por uma experiência mais leve, bastante acessível e vincada em termos de afectação do mundo onde vivem as personagens.
My Sims e My Sims Kingdom são dois jogos diferentes. O primeiro tem paralelo com o mundo moderno, enquanto que o segundo jogo é baseado num modelo medieval, de heróis, princesas e castelos. Ambos partilham um design minimalista e “cute”, como se de uma representação em desenho animado se tratasse. Parece ser esse o propósito deste MySims, em proporcionar uma versão mais simpática e “friendly” dos Sims. São evidentes as aproximações com outros jogos de cariz social, entre os quais contamos obviamente com Harvest Moon e Animal Crossing. Em comum partilham esse traço de acessibilidade.
Transformar uma cidade e melhorar um reino
A primeira coisa a fazer é criar uma personagem, um Sim que personifique os nossos traços e aspectos físicos. A margem é significativa entre os parâmetros. Em My Sims o objectivo consiste em melhorar uma cidade algo abandonada. Melhorar os interiores, dar uma nova vida a jardins e zonas exteriores, há um conjunto de missões a desenvolver que visam transformar para melhor a cidade e os seus npc’s. Curiosamente, as missões são bastante simples de executar. Não é aquele jogo que nos deixa estafados logo nos tutoriais. É certo que as ferramentas vão sendo dadas de forma gradual, libertando-nos para outras funções e actividades, mas não chega a tornar-se avassalador.
Como em qualquer construção ou recuperação de uma cidade decadente é necessária uma dose de esforço de procura pelos materiais adequados, algo que não é muito complicado de conseguir mas que estabelece uma rotina para que tenham stock. O editor é bastante simples e funcional e o procedimento pauta-se pela simplicidade. Tinha algum receio do que iria encontrar, mas a verdade é que até para uma audiência menos acostumada a jogar há esquemas intuitivos que deixam transparecer a boa base.
Descortinam-se também as origens da produção do jogo, originalmente criado para a Nintendo DS e Nintendo Wii, consolas com processamento gráfico limitado face à Switch. Daí o aspecto mais genérico e por vezes despido de alguns detalhes que em Animal Crossing New Horizons são claramente um reforço, o normal de um jogo desenvolvido originalmente para a Switch. No entanto, a adaptação à consola destes dois jogos é boa. Acabei por jogar mais “on the go”, num formato portátil que funciona muito bem (na TV as arestas e algumas cores esbatidas não tornam a experiência tão atractiva).
MySims Kingdom desenvolve a experiência a partir de moldes algo similares, embora num enquadramento da narrativa. Neste jogo o jogador trabalha para expandir e melhorar o reino. Melhorar edifícios, projectar a vitalidade nos interiores dos castelos e palácios, há um grande número de tarefas a realizar quase diariamente. Também neste sistema é necessário trabalhar à procura dos objectos e instrumentos necessários ao fabrico. O reino é como um vasto arquipélago, pontuado por ilhas conectadas entre si. De início os trabalhos resumem-se a uma zona central mas em pouco tempo se extendem por todas as ilhas. Apesar do conceito de jogo em mundo aberto, as sucessivas missões tornam a progressão menos estafante e mais progressiva. Muitas destas missões são curtas e assentam também em pequenos objectivos de cariz social.
Estamos em presença de um duo de jogos remasterizados que poderão ter caído no esquecimento. No meu caso, que não joguei os originais, conseguiram levar-me aos tempos da DS e da Wii. A adaptação à Switch é boa. Tudo bastante funcional e sem grandes dificuldades de maior. São realmente dois jogos acessíveis, claramente apontados a uma audiência infanto-juvenil, podendo no entanto atraír jogadores graúdos. Pela simplicidade e alternativa eis aqui uma fornada a considerar se os jogos de dimensão social integram os vossos favoritos.
Prós: | Contras: |
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