A Meta está revertendo muitos de seus esforços de diversidade e inclusão, informando aos funcionários que eles não serão mais obrigados a entrevistar candidatos de minorias para vagas abertas nem buscar fazer negócios com fornecedores diversos.
A nota para os funcionários, compartilhada verbalmente com a Bloomberg News, representa um recuo significativo nas prioridades de diversidade, equidade e inclusão da empresa.
Maxine Williams, diretora de diversidade da Meta e mulher negra de mais alto escalão, será transferida para um novo cargo, afirma o memorando.
“O panorama legal e político acerca dos esforços pela diversidade, equidade e inclusão nos EUA está mundando”, afirmou a vice-presidente de recursos humanos da Meta, Janelle Gale, em um comunicado interno visto pela Reuters.
“O termo ‘DEI’ também ficou carregado, parcialmente porque é compreendido por alguns como uma prática que sugere tratamento preferencial a alguns grupos, em detrimento de outros”, escreveu.
Ela também disse que a Meta continuará buscando candidatos de diferentes perfis, mas que não mais usará uma “abordagem de lista diversificada”, afirmou.
A Amazon também anunciou internamente em dezembro que suspenderá alguns de seus programas de diversidade e inclusão considerados datados. As empresas de tecnologia se juntam ao McDonald’s e ao Walmart na lista de empresas que anunciaram recentemente um recuo dos objetivos internos chamados de DEI (diversidade, equidade e inclusão).
A mudança da Meta ocorre enquanto o CEO, Mark Zuckerberg, tem trabalhado para agradar o presidente eleito Donald Trump, com quem se encontrou recentemente em Mar-a-Lago, na Flórida, após anos de relações tensas.
Em 2023, a Meta era uma empresa majoritariamente asiática, com 51% de asiáticos e 36% de brancos, de acordo com a análise da Bloomberg dos dados que a empresa reporta à Comissão de Igualdade de Oportunidades de Emprego dos EUA a cada ano.
As porcentagens de trabalhadores negros e hispânicos, em 3,5% e 6%, respectivamente, tiveram ligeiras quedas desde 2020. A Meta teve uma das maiores quedas de gerentes negros entre 84 empresas do S&P 100 de 2022 a 2023.
Na terça-feira (7) Zuckerberg ainda anunciou a interrupção do programa de verificação de conteúdo por organizações nas redes da Meta. A novidade também levou a uma mudança nas diretrizes sobre que tipo de conteúdo pode ser removido dos sites.
As novas regras permitem que os usuários usem, em alguns casos, linguagem ofensiva “ao discutir direitos transgêneros, imigração ou homossexualidade”, e que discutam limitações baseadas em gênero ou orientação sexual em empregos militares, policiais e da área de educação.
Após a proibição de ação afirmativa nas admissões universitárias pela Suprema Corte dos Estados Unidos, desafios legais impostos aos programas de diversidade corporativa destinados a aumentar grupos sub-representados levaram executivos a revisar as iniciativas. Trump, um crítico vocal das políticas de DEI, prometeu erradicar os esforços do tipo por parte do governo federal.
O portal Axios noticiou primeiro o recuo, confirmado por um porta-voz da Meta.
Com Reuters