O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou nesta segunda-feira (6) o governo da Argentina de estar diretamente envolvido em um suposto plano para assassinar sua atual vice no Executivo venezuelano, Delcy Rodríguez. Segundo o ditador chavista, 125 “mercenários” estrangeiros, de 25 diferentes nacionalidades, foram presos no país sob a alegação de envolvimento em “atividades terroristas” contra a ditadura de Caracas.
Em um evento transmitido pela televisão estatal, Maduro afirmou que esse grupo partiu do “sul da América com planos específicos para tentar atentar contra a vida da vice-presidente”. Segundo o ditador venezuelano, o governo de Javier Milei estaria “diretamente” ligado ao plano por meio do gendarme Nahuel Gallo, que foi preso arbitrariamente na Venezuela sob alegações de que estava cometendo atos de espionagem. Maduro não apresentou provas das acusações.
O ditador chavista classificou a situação denunciada como uma “agressão fascista internacional contra a Venezuela” orquestrada pelo “imperialismo norte-americano”.
Nesta terça-feira (7), a ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, reagiu duramente às declarações de Maduro. Por meio de uma postagem em sua conta oficial na rede social X, Bullrich declarou: “Escuta bem, Maduro: suas mentiras não vão te salvar. Acusar sem provas Nahuel Gallo de um complô ridículo só expõe o desespero de seu regime assassino, que está chegando ao fim. Ao delírio de um assassino de seu próprio povo não há palavras com que responder. A Argentina não vai tolerar mais este atropelo. Liberte Nahuel já!”
As acusações de Maduro ocorrem em um momento de tensão crescente entre os dois países. Diosdado Cabello, ministro do Interior, Justiça e Paz venezuelano, participou nesta segunda de um evento ao lado de Maduro onde reforçou as acusações contra a Argentina. Cabello detalhou que os indivíduos capturados tinham como “primeira missão” assassinar Delcy Rodríguez.
“Foi a primeira informação que nos chegou e, a partir dela, iniciamos a investigação. Eles foram presos, estão sendo processados e levados à Justiça, como corresponde”, afirmou.
Ainda segundo Cabello, os supostos “terroristas” tinham tarefas adicionais, como ataques a serviços públicos e atos de sabotagem contra dirigentes do regime chavista. Ele alegou que as investigações seguem em curso e que a ditadura venezuelan está tomando medidas para evitar novos “atos de agressão”.
O regime chavista anunciou na última sexta-feira (3) o envio de 1,2 mil militares para reforçar a segurança em todo o país. A medida busca garantir a tranquilidade durante a posse do ditador Maduro, que fraudou as eleições de 2024, marcada para o próximo dia 10 de janeiro. Tanto Maduro quanto o líder opositor Edmundo González Urrutia manifestaram desejo de tomar posse neste dia. González é o vencedor de fato do pleito, conforme provam as atas divulgadas pela oposição. O opositor já manifestou desejo de retornar ao país, mesmo estando sob ameaça de prisão.