Estamos entrando na fase decisiva do principal torneio de futebol do ano para os clubes europeus, a Copa São Paulo de Futebol Júnior, que deve revelar os principais atletas de Real Madrid, Chelsea, Barcelona, Qarabag e Shakhtar —que já deve ter acertado com alguma revelação corintiana do sub-9.
Se bem que a Copinha, como é carinhosamente chamada, neste ano aceita jogadores de até 21 anos. Continuando assim, é o caso de ser rebatizada de Copa São Paulo de Futebol Máster.
E os estaduais já estão começando. Justamente por isso times como São Paulo, Flamengo, Atlético-MG e Cruzeiro viajaram para Orlando, nos EUA —nem eles querem assistir às primeiras rodadas.
Enquanto isso, o atleta jovem que mais chama a atenção do Brasil, e não só do Brasil, está do outro lado do mundo, na Austrália. O tenista João Fonseca, de 18 aninhos e na 112ª no ranking da ATP, faz na manhãzinha desta terça (14) sua estreia em torneios Grand Slam. De cara, pega o russo-temperamental-pedreira Andrei Rublev, 27, nono colocado do ranking.
É possível que o leitor que se depare com esta coluna apenas na versão impressa, na terça, já saiba o resultado do jogo —que pode ser uma derrota, naturalmente. No entanto, nem um eventual tropeço arranha o que pode ser o nascimento de um novo ídolo do esporte brasileiro em 2025.
Aliás, parece que nenhum homem jogou tênis no país depois do fenomenal Gustavo Kuerten e de Fernando Meligeni, que não era só raçudo, era muito bom. Tivemos bons nomes recentes, o principal deles foi o de Thomaz Bellucci, que chegou a 21º na ATP (mais que Meligeni, que foi número 25).
E temos no feminino Bia Haddad Maia, número 17 da WTA, que já foi top 10 e tem tudo para chegar ao top 5. Ninguém, porém, aproximou-se do que foi a Gugamania.
E nós, enquanto pátria de raquetes, não conseguimos surfar a onda de Guga e formar um grupo de brasileiros na elite, como acontece com a Argentina há muito tempo, para citar um país que também carece de investimentos esportivos.
Existem quatro argentinos no top 50, oito no top 100. No Brasil, o único top 100 do momento é Thiago Wild, na 79ª posição e já eliminado do Aberto da Austrália.
Nenhum dos argentinos, ou Wild, no entanto, chamou tanta a atenção da mídia dita especializada e de ex-jogadores de renome como Fonseca.
Não é tão normal quanto parece uma estrela do juvenil brilhar no tênis profissional. Fonseca, que foi primeiro do ranking juvenil, despertou a atenção do mundo com as boas atuações no Rio Open do ano passado, quando chegou às quartas de final.
Quando Guga venceu Roland Garros, em 1997, era número 66 do ranking, e não tinha metade da atenção que Fonseca, ainda 112, tem.
O norte-americano Andy Roddick, ex-número 1, foi o último a dizer que o jovem brasileiro é um nome para ficar de olho em 2025 e que ele tem chances, sim, de derrotar o top 10 Rublev na primeira rodada.
Fonseca não é Guga, ainda. Mas é a melhor combinação de talento e carisma que surgiu no tênis nas últimas décadas. Wild, que é talentoso e também pode ingressar no top 50, tem a simpatia de uma mamona.
Thiago Monteiro, 30, outro brasileiro que luta para ficar no top 100, postou uma imagem outro dia ao lado do jovem compatriota, dizendo que já está “fonsecalizado”. Este escriba, também.
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