As Forças de Defesa de Israel (FDI) eliminaram Ali Mussa Daqduq, comandante sênior do Hezbollah e arquiteto de um ataque que vitimou cinco americanos no Iraque em 2007, disse um alto funcionário da defesa dos EUA à emissora NBC na sexta-feira.
A eliminação ocorreu na Síria, mas não está exatamente claro onde e quando aconteceu. Uma das atribuições de Daqduq em solo sírio era formar postos de observação contra Israel.
Tel Aviv, que raramente reconhece operações na Síria, tem intensificado os ataques aéreos contra o Hezbollah no país, em meio à escalada do conflito contra o grupo terrorista nos últimos meses.
O terrorista havia sido detido por forças americanas em missão no Iraque logo após o ataque de 2007, no qual homens armados apoiados pelo Irã, disfarçados de equipe de segurança americana, se infiltraram na base militar conjunta dos EUA-Iraque em Karbala, lançando uma granada que matou um soldado americano e resultou no sequestro de outros quatro militares, que mais tarde foram mortos a tiros pelos sequestradores.
Daqduq, que inicialmente fingiu ser surdo-mudo, disse aos interrogadores que o ataque foi resultado de apoio e treinamento direto da Força Quds, força de elite da Guarda Revolucionária Iraniana.
O terrorista foi mantido pelo exército dos EUA no Iraque por vários anos, até que foi entregue às autoridades daquele país, em dezembro de 2011, após oito anos de guerra, quando a missão militar de Washington foi encerrada.
Segundo a NBC, Daqduq foi o último prisioneiro entregue antes que as tropas saíssem do país. Entretanto, no final de 2012, Daqduq foi libertado após ser absolvido, o que enfureceu o governo americano.
Após a libertação, Daqduq voltou a operar para o Hezbollah, servindo como comandante de uma unidade de forças especiais do grupo terrorista. Além disso, era chefe de uma equipe de proteção do Secretário-Geral do Hezbollah, Hassan Nasrallah, antigo líder terrorista que Israel matou em um ataque aéreo em Beirute no final de setembro.
Acredita-se que Israel, que raramente comenta ataques individuais na Síria, tenha realizado centenas de ataques desde o início da guerra civil síria em 2011. Os objetivos principais eram destruir carregamentos de armas do Irã para o Hezbollah e eliminar terroristas apoiados por Teerã.
Em 2019, Israel identificou uma célula da milícia libanesa, liderada por Daqduq, em operação em uma cidade fronteiriça nas Colinas de Golã. A célula do grupo terrorista xiita era composta principalmente por mercenários sírios, incluindo alguns drusos que se juntaram por “razões financeiras”.
Na época, os militares divulgaram fotos dos documentos de identificação falsos que Daqduq havia usado em suas movimentações pelo Iraque, Líbano e Síria.
Além de Daqduq, seu filho teria sido morto em 8 de dezembro de 2023, em um ataque de drone israelense na Síria. Na época, Israel não reconheceu o ataque, mas o contra-almirante Daniel Hagari, porta-voz da FDI, publicou uma filmagem dele em fevereiro como uma rara evidência de que “continuaremos a agir onde quer que o Hezbollah esteja presente”.
O grupo terrorista Hezbollah tem atacado o norte de Israel a partir do Líbano e, em menor extensão, da Síria, quase que diariamente desde 8 de outubro de 2023, um dia após o massacre do Hamas contra o território israelense, que deixou milhares de mortos e outras centenas de sequestrados que foram levados para a Faixa de Gaza.