Uma colecção superior à primeira, que se destaca pela base de Metal Slug em GunForce 2 e por dois jogos lançados pela primeira vez em consolas.
A Irem Collection Volume II chega praticamente um ano depois da edição do primeiro volume. Editada online pela Inin Games para a PlayStation 5, Xbox Series S/X e Nintendo Switch, com edição física (em versões normal e especial) pela mão da Strictly Limited Games, é novamente a nipónica Tozai Games (composta por alguns membros da Irem) que desenvolve esta segunda vaga de títulos. Se o primeiro volume assente nos Image Fight I e II, e em X-Multiply nos pareceu razoável embora longe de impressionar, este segundo volume oferece mais três jogos (quatro se considerarmos as versões Super Nintendo e Super Famicom de um deles) dos quais três com as respectivas versões japonesa e ocidental.
GunForce, GunForce 2 e Air Dual são os jogos servidos. GunForce, para além da versão arcade japonesa e ocidental, contém ainda as edições Super Nintendo e Super Famicom, o que é uma óptima forma de começar a descobrir esta quase trilogia de jogos Irem. Apesar das limitaões visíveis na consola 16 bit da Nintendo face à congénere arcade, é uma óptima versão com todos os elementos que compõem o nucleo da jogabilidade e um grafismo que não é posto em causa de forma significativa.
Na comparação com o primeiro volume de jogos, esta colecção dirá um pouco mais aos fãs dos jogos de acção. GunForce contém uma jogabilidade algo próxima e parecida da série Contra, da Konami, que tanto nas arcadas como nas consolas 8 e 16 bit fazia furor. GunForce 2, ou GeoStorm no Japão, é claramente a fundação da série Metal Slug. Há quem diga que GunForce 2 funciona como um Metal Slug Zero. Vários elementos do jogo ditam essa fundação e semelhança, bases que seriam depois desenvolvidas por muitos membros que trabalharam no jogo e formariam depois a Nazca, ao serviço da SNK, dando início à série Metal Slug.
Pressão no gatilho
É na verdade o jogo mais saliente e imponente dos 3, um verdadeiro festival de explosão, arte e cadência de fotogramas por segundo. Existe uma componente militar, especialmente nos bosses, transportados através de aeronaves de grandes dimensões, ao mesmo tempo que há um comboio em movimento, muitas explosões e uma permanente vibração no gatilho, aniquilando tudo o que está no encalço da mira. O jogo funciona como uma verdadeira evolução de GunForce, ao ponto de se diferenciar do original. Além disso, nunca foi lançado para além do formato arcade, o faz desta versão uma oportunidade para experimentar aquele que é considerado o último jogo da Irem.
Com um sistema de mira em rotação, a dificuldade não é suave nem branda. Logo de início terão de suar para vencer a sucessiva vaga de inimigos e “bosses” em catadupa. É um jogo que funciona por créditos e como tal o melhor será prepararem logo uns dez só para se adaptarem ao ritmo do jogo. Uma particularidade dos GunForce reside na possibilidade de recurso a veículos e máquinas de combate. Carros ou mesmo helicópteros podem ser controlados, fazendo uso das torres e metralhadoras à disposição. Outra particularidade é que o embate corporal com os inimigos não causa morte, mas sim as balas, o que é óptimo em certas situações. Mas no meio de tantas balas e explosões, encontrar uma na nossa direcção pode ser problemático.
Título diferenciador no conjunto é Air Dual. Recorde-se que este jogo lançado em 1990 para as arcadas japonesas, nunca registou uma versão ocidental, nem saiu noutro sistema. É também outra preciosidade por quem tenha interesse em descobrir mais sobre a extinta Irem. Air Dual consiste num shooter de acção 2D em scroll vertical, no qual o jogador escolhe um de dois tipos, o caça ou o helicóptero, com duas opções de cada. Apesar da menor produção visual é um jogo dotado de uma arte bastante aprazível. A cadência de disparos muda consoante os power ups adquiridos em combate. Mais e melhor poder de fogo pode ser adquirido ao longo dos sete níveis. A dificuldade também é elevada.
Parâmetros personalizáveis
Em termos de opções de jogo há todo um conjunto de seleccionáveis, podendo jogar de forma casual (com possibilidade de recuo, entre outras ajudas) e a experiência original, semelhante a entrar numa arcade. Existem opções de visualização, com mais ou menos píxeis, num efeito de emulação que pode ser mais pronunciado ou discreto.
Atendendo à qualidade dos jogos presentes neste segundo volume, o seu resultado é um furo acima da primeira colecção. Aqui estão alguns jogos mais sonantes e apetecíveis do ponto de vista da acção, especialmente pelos fãs de Metal Slug, que podem por aqui recuperar a origem de uma série ganhou dimensão nos sistemas da SNK. Além disso, Air Dual é uma óptima adição, pela primeira vez editado em consolas. Resumindo, se deixaram passar o primeiro volume da colecção Irem, esta segunda vaga talvez vos faça mudar de ideias.
Prós: | Contras: |
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