SÃO PAULO (Reuters) – O tinha pouca oscilação nesta segunda-feira, em meio à expectativa por medidas fiscais do governo, esperadas para esta semana, enquanto no exterior o mercado repercutia a escolha pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, do investidor Scott Bessent como seu secretário do Tesouro.
Por volta de 10h56, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, tinha variação negativa de 0,07%, a 129.036,81 pontos, operando em uma margem estreita. O volume financeiro somava 2,55 bilhões de reais.
“O grande destaque da semana, sem dúvida, será o pacote fiscal”, afirmou o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, destacando também a pesquisa Focus, que mostrou nesta segunda-feira elevação pelo mercado de suas projeções para a Selic e a inflação em 2025.
De volta à cena fiscal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne ao longo do dia com seus ministros, incluindo o chefe da Fazenda, Fernando Haddad, e há expectativa de que a data para o anúncio do pacote com medidas para contenção de gastos seja decidida a partir deste encontro.
Na noite de sexta-feira, o governo anunciou o bloqueio adicional de 6,04 bilhões de reais do Orçamento para 2024, com o objetivo de cumprir a meta de resultado primário estabelecida para o ano. Haddad já havia antecipado que a equipe econômica bloquearia um pouco mais de 5 bilhões de reais do Orçamento.
No exterior, os agentes financeiros avaliavam a escolha pelo presidente eleito norte-americano, Donald Trump, de Scott Bessent como secretário do Tesouro dos EUA.
Bessent defende uma reforma tributária e a desregulamentação, especialmente para estimular mais empréstimos bancários e produção de energia, conforme observado em um recente artigo de opinião que ele escreveu para o Wall Street Journal.
“O mercado interpreta como uma sinalização um pouco mais moderada, principalmente depois de toda a retórica do Trump, que vai ‘tarifar tudo’, e não é muito a política e o modelo de pensamento do Scott Bessent”, afirmou o analista Renato Nobile, da Buena Vista Capital.
Em Nova York, os futuros acionários apontavam para um início de semana positivo, com os contratos futuros do , 100 e no azul.
DESTAQUES
– VALE ON (BVMF:) ganhava 0,31%, em dia de avanço dos preços do , impulsionados pela maior produção global de aço. O contrato de janeiro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 0,84%, a 781,5 iuanes (107,88 dólares) a tonelada.
– PETROBRAS PN (BVMF:) tinha acréscimo de 0,79%, na contramão dos preços do no exterior, onde o tinha queda de 0,43%. No setor, BRAVA ENERGIA ON ganhava 1,55% e PRIO ON (BVMF:) operava estável e PETRORECONCAVO ON subia 0,12%.
– BRADESCO PN (BVMF:) perdia 1,45%, entre as principais contribuições de baixa para o Ibovespa, enquanto ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:) cedia 0,35% e BTG PACTUAL (BVMF:) UNIT recuava 1,17%. Na contramão, BANCO DO BRASIL ON (BVMF:) subia 0,23% e SANTANDER BRASIL UNIT (BVMF:) ganhava 0,53%.
– CARREFOUR BRASIL ON (BVMF:) recuava 0,75%, em meio à polêmica envolvendo seu controlador francês e frigoríficos brasileiros. De acordo com relatos da imprensa nacional, frigoríficos como JBS (BVMF:) e Marfrig (BVMF:) teriam parado de fornecer carne ao grupo Carrefour no Brasil depois que o presidente-executivo global do varejista prometeu manter a carne sul-americana fora das prateleiras da França em solidariedade aos fazendeiros franceses.
– CVC ON (BVMF:) subia 3,56%. O conselho de administração da companhia de serviços de turismo propôs na sexta-feira a inclusão de uma cláusula de “poison pill” no estatuto da empresa caso algum acionista atinja participação “relevante” no grupo. A assembleia de acionistas para a votação da proposta foi marcada para 23 de dezembro.
(Reportagem de Patricia Vilas Boas)