Antes de qualquer coisa, é preciso dizer que a fase do Botafogo é tão boa que o clube não perdeu nem o Mundial de Clubes. Cortesia da mãe-Fifa.
A entidade resolveu mudar, pelo menos neste ano, o nome do torneio para Copa Intercontinental. Então a nova Copa Intercontinental é o antigo Mundial de Clubes, que antes já foi chamado de… Copa Intercontinental, mas a Fifa da época trocou (seria a Fifa do signo de gêmeos?). Também teve o glorioso período em que a alcunha era Copa Toyota, bons tempos.
E tudo isso para ninguém confundir esse torneiozinho fubanga com o incrível Mundial de Clubes de 2025, que, neste caso, a Fifa também já apelidou de Copa do Mundo de Clubes.
Este humilde escriba acredita que a mãe-Fifa deveria pegar algum estudo de algum renomado jornalista e unificar os campeões das competições supracitadas com o Troféu Ramón de Carranza. Tem muito clube brasileiro que seria a favor.
Esse Mundial…, desculpe, Intercontinental só serve hoje em dia para brochar as equipes brasileiras que deveriam estar comemorando a conquista da Libertadores. Em vez disso, o rega-bofe é suspenso para que todos passem vergonha internacional e voltem para uma celebração mais discreta, trocando o uísque importado por uma bebidinha sem álcool.
O Botafogo teve uns três dias para fazer a festa pelos títulos nacional e continental antes de virar chacota online pela derrota para o intrépido Pachuca. É muita injustiça. Sem falar que fizeram o time viajar num avião fubanga (gostei de escrever “fubanga”) do New England Patriots —por que acham que o Tom Brady saiu de lá? A única coisa que não responderam foi por qual motivo o elenco do time do bilionário João Textinho teve que viajar com avião emprestado.
Para quem não é mexicano e deixou de prestar atenção, o Pachuca continua em franca recuperação na vida e, depois de passar pelo Putfire, eliminou o Al Ahly, do Egito, nos pênaltis, após um não emocionante 0 a 0 —o Al Ahly, aliás, é um dos grandes rivais mundiais do Palmeiras e os dois têm encontro marcado na Copa do Mundo de Clubes, o “Super Mundial”, de 2025.
Nesta quarta (18), o Pachuca faz a final do Inter-qualquer-coisa contra o Real Madrid, que acabou de chegar ao Qatar e precisa jogar rapidinho antes de voltar à Espanha para fazer a partida mais importante da semana, domingo (22), contra o Sevilla.
É provável que o campeão da Champions League não use seu recém-contratado, Mbappé, e tenha que formar ataque só com Vini Jr., Rodrygo e Bellingham. Talvez sobre uns minutinhos até para Endrick —que deveria ser titular e estará faminto.
No entanto, para este escriba, a mãe-Fifa, sem querer, ajudou os times do resto do mundo com este novo regulamento. O que era para ser um mimo para o gigante da Europa, pode ser uma inesperada mãozinha para o pobrezinho não europeu.
Explico: agora o europeu não tem mais período de adaptação. É chegar no Qatar, que é mais longe do que Jacarepaguá, fazer uma partida e voltar para o avião.
Se o time estiver um pouco fora de fuso, pode se dar mal.
Já foi assim que o Pachuca eliminou o Botafogo, completamente “lost in translation” na partida válida pelas quartas de final. E, no futebol, o raio cai várias vezes no mesmo lugar.
LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.