Período de alegria e de celebração, o Réveillon é momento de preocupação para quem tem um animal de estimação. O barulho dos fogos provoca pânico em pets, que têm audição sensível e sofrem com sons mais altos.
Assustados, animais podem se machucar ao tentar se esconder e até fugir. Outros apresentam tremores, agressividade ou choro. Em alguns, o pânico pode levar à morte.
“É muito comum vermos animais tremendo de medo, escondendo-se embaixo de móveis ou latindo sem parar. Alguns podem até tentar fugir, colocando-se em situações perigosas, como pular janelas ou correr para a rua, o que pode ocasionar acidentes, até fatais. Entre outras complicações, o estresse pode desencadear reações físicas, como taquicardia, respiração ofegante, vômitos ou diarreia”, diz o médico-veterinário Pedro Risolia, da Petlove.
Um levantamento com 3.000 pessoas em todo o país, feito pela empresa em parceria com o Instituto Caramelo, mostra que 39% dos entrevistados perderam ou conhecem alguém que perdeu os pets devido ao pânico causado pelo estampido dos fogos de artifício. Segundo os dados, rojões são preocupação para a maioria dos tutores –82% indicaram que seus animais se assustam com o barulho, e as reações mais comuns são se esconder (71%) ou ficar desorientado (60%).
“Devido ao som alto e inesperado, os pets podem perceber os fogos de artifício como uma ameaça, principalmente os gatos, que possuem um instinto de proteção muito aguçado”, afirma o veterinário.
Entre outras reações, tutores ouvidos relataram buscar colo (43%), chorar (41%) e pedir carinho insistentemente (38%).
Para minimizar o efeito dos fogos, o tutor precisa adotar alguns cuidados. Como prevenção, deve manter o animal com identificação e telefone para contato —caso ele escape de casa—; deixá-lo livre de correntes para evitar acidentes e em locais onde ele esteja seguro, longe de janelas ou de objetos que ele possa derrubar e se machucar.
Deixar o pet em um local tranquilo, com janelas fechadas para reduzir o barulho, e manter as coisas do animal por perto também promove conforto.
“É essencial criar um ambiente seguro e acolhedor para o pet. Preparar um cantinho da casa onde ele possa se sentir protegido, como um quarto mais isolado ou uma caixa de transporte com cobertores pode ajudar. Além disso, fechar as janelas e portas ajuda a abafar o som e reduzir fugas. Coloque uma música relaxante para mascarar os ruídos externos e oferecer distração. Deixar petiscos e brinquedos favoritos à disposição também podem auxiliar na variação de estímulos. Caso o medo seja muito intenso, é importante conversar com um veterinário de confiança para avaliar a necessidade de calmantes ou outras intervenções, sempre priorizando a segurança e o bem-estar do seu pet”, diz Risolia.
Ainda de acordo com o levantamento, 60% dos tutores dizem acreditar que a prática de soltar fogos deve ser permitida somente com artefatos silenciosos e 38%, totalmente proibida.
Nos últimos cinco anos, diversas cidades e estados adotaram regras que proíbem ou limitam o uso dos fogos com estampido em festas públicas ou privadas. Essas leis visam proteger não só os animais de estimação, mas também idosos e pessoas com hipersensibilidade auditiva, como com aquelas com TEA (transtorno do espectro autista). No entanto, a aplicação das leis podem variar conforme a cidade, e a fiscalização é um desafio.
Como acalmar o pet em meio aos fogos
Veja dicas para tranquilizar o animal:
- Durante o dia, antes da queima dos fogos, passeie com o pet e estimule brincadeiras para gastar energia;
- Mantenha o pet dentro de casa, com portas e janelas fechadas para abafar os ruídos e evitar fuga;
- Deixe o animal em local tranquilo, sem acesso a varandas, e disponibilize tudo que o animal mais gosta, como cama, cobertor, brinquedo. Também deixe à disposição a caixa de transporte para que ele possa se refugiar em momentos de medo. Felinos gostam de se esconder, para isso, o ideal é restringir o espaço colocando caixas que possam servir de abrigo a eles, principalmente em pontos altos da casa;
- Se o pet quiser se esconder, não force sua saída do esconderijo nem reprima o animal por estar com medo;
- Não use guias. No momento de pânico, o pet pode tentar correr e se enrolar, elevando o risco de enforcamento acidental. Coleiras devem ser mantidas, inclusive com identificação do nome do animal e telefone para contato;
- Transmita tranquilidade. O tutor não deve parecer assustado nem tentar proteger o animal, pois fará o pet acreditar que realmente está em perigo;
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Não deixe o animal sozinho —estar perto faz com que o bichinho se sinta protegido. Caso seja necessário deixá-lo, a dica é espalhar pela casa alguma peça de roupa, toalha ou cobertor com o cheiro do tutor;
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Protetores auriculares próprios para pets podem ser usados no momento de maior barulho;
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TV ou rádio ligados podem disfarçar o som dos fogos. Procure interagir e desviar o foco dos pets;
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Ofereça recompensas e carinho. Esse é um momento de muito estresse para cães e gatos, portanto, não demonstre indiferença ao comportamento deles;
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Não ofereça medicamentos sem orientação de um veterinário na tentativa de acalmá-lo. Para gatos, tutores podem espalhar feromônios pela casa; para cães, deixe ao alcance brinquedos interativos.
Fonte: CRMV, DogHero e Petz
ÁUDIO
Para tentar aliviar os efeitos dos ruídos, a PremieRpet disponibiliza no YouTube três áudios que mascaram o barulho.
Segundo a marca, o áudio de baixa intensidade é indicado para reuniões de família ou encontros com poucas pessoas. O de média intensidade, para barulhos próximos ao local em que o pet está —como festas no vizinho e tempestades. Já o de alta intensidade é recomendado para fogos de artifício a uma curta distância ou festas no local em que o pet está.
Os áudios foram desenvolvidos com a técnica do ruído branco (White Noise), que une sons de diferentes frequências em uma só combinação. Chiado da TV, o rádio e o barulho do ventilador são alguns exemplos de ruídos brancos. Eles se sobrepõem ao barulho que causa ansiedade aos pets, minimizando a sensação de medo e desconforto.
De acordo com a PremieRpet, o áudio deve ser ligado logo que o barulho dos fogos começar, e o pet deve ser colocado perto da caixa de som. Não é aconselhável utilizar por mais de 30 minutos. E também vale a dica de não deixar o animal sozinho e agir normalmente para que o pet entenda que está em ambiente seguro.
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