Uma série de explosões atingiu nesta quinta-feira (20) ônibus estacionados em garagens da cidade de Bat Yam, localizada no subúrbio de Tel Aviv, em Israel. Autoridades israelenses suspeitam que os incidentes sejam parte de uma tentativa coordenada de ataque terrorista, possivelmente conduzida por grupos extremistas palestinos operando a partir da Cisjordânia.
Segundo informações da mídia local, cinco dispositivos explosivos, com temporizadores programados, foram encontrados – três detonaram, enquanto dois foram desativados pelas forças de segurança. Não houve vítimas.
As explosões ocorreram quase simultaneamente em dois estacionamentos de ônibus. Mais tarde, um terceiro ônibus também foi atingido por uma explosão. A polícia israelense confirmou que todos os dispositivos encontrados eram semelhantes e estavam equipados com temporizadores. Segundo investigações preliminares, os explosivos estavam programados para detonar na manhã desta sexta-feira (21), quando os ônibus já estariam em circulação, ampliando o potencial de vítimas.
A investigação preliminar também sugeriu que os explosivos podem ter sido preparados na Cisjordânia, conforme destacou o chefe da polícia do distrito de Tel Aviv, Haim Sargarof.
“Cinco bombas idênticas foram plantadas em ônibus, e o ataque parece ter vindo da Cisjordânia”, disse.
De acordo com o jornal israelense Times of Israel, a prefeitura de Bat Yam destacou que “milagrosamente, os ônibus chegaram aos estacionamentos momentos antes da explosão”. Segundo a polícia, um dos dispositivos não detonados foi identificado por um passageiro, que alertou o motorista sobre uma mala suspeita. Os veículos estavam vazios no momento das explosões.
Diante do ocorrido, o serviço de inteligência de Israel (Shin Bet) foi acionado para coordenar as investigações. Todos os motoristas de ônibus na área metropolitana de Tel Aviv foram instruídos a inspecionar seus veículos antes de iniciar suas rotas nesta sexta-feira.
Alerta máximo em Israel
A ameaça já gerou uma série de medidas emergenciais em todo o país. A segurança foi reforçada no Aeroporto Internacional Ben Gurion, em Tel Aviv, incluindo inspeções rigorosas em todos os ônibus que entram e saem da área aeroportuária. O sistema de transporte público, especialmente trens e o metrô de Jerusalém, também recebeu reforço na vigilância.
O comissário de polícia de Israel, Danny Levy, visitou um dos locais das explosões e determinou que buscas fossem feitas em toda a região para localizar possíveis suspeitos.
O porta-voz da polícia, Aryeh Doron, afirmou que a operação de segurança continua. “Neste momento, o evento ainda está em andamento, nossas forças ainda estão vasculhando a área”, declarou Doron à emissora israelense Channel 12. Ele fez um apelo à população para que esteja atenta a “todas as bolsas ou objetos suspeitos”, ressaltando que “isso pode fazer a diferença.”
O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, anunciou que as Forças de Defesa de Israel (FDI) intensificarão as operações militares na Cisjordânia em resposta às explosões, classificadas por ele como ataques frustrados.
“Diante das severas tentativas de ataques terroristas por organizações palestinas contra a população civil de Israel, ordenei o aumento da intensidade das operações antiterroristas no campo de refugiados de Tulkarem e em todos os campos na Judeia e Samaria”, declarou Katz, utilizando a nomenclatura utilizada por Israel para a região.
Ele também afirmou que “os terroristas serão caçados até o fim” e que a infraestrutura utilizada por grupos extremistas será “completamente destruída.” Katz alertou ainda que “residentes que derem abrigo a terroristas pagarão um preço alto.”
Um dos explosivos encontrados levava uma inscrição dizendo “Vingança de Tulkarem”, fazendo referência ao campo de refugiados palestino onde o Exército de Israel realiza uma grande operação militar contra terroristas do Hamas.