Negociações na Suíça, durante o final de semana, resultaram em um grande alívio na guerra tarifárias de Estados Unidos e China.
Os países concordaram com a suspensão parcial das cobranças recíprocas impostas nos no último mês. Washington e Pequim também anunciaram nesta segunda-feira (12) outras medidas concretas para aliviar as tensões comerciais.
O governo Trump afirmou que reduzirá as tarifas sobre produtos chineses de 145% para 30%. Em contrapartida, a China anunciou que reduzirá os impostos sobre produtos americanos de 125% para 10%. Ambas as medidas estarão em vigor na próxima quarta-feira (14) e durarão, inicialmente, 90 dias enquanto as negociações continuam.
Uma declaração conjunta, que foi divulgada pela Casa Branca e pelo Ministério do Comércio da China, os países declararam que a pausa nos impostos foi conquistado por meio do “espírito de abertura, comunicação contínua, cooperação e respeito mútuo”.
Estados Unidos e China também concordaram em estabelecer um mecanismo de consulta permanente, no que representa o gesto mais tangível de alívio das tensões desde o início da atual escalada tarifária. O novo mecanismo de diálogo será liderado pelo vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent; e o representante comercial americano, Jamieson Greer; e poderá ser reunido na China, nos Estados Unidos ou em um terceiro país.
O representante comercial americano disse que as negociações do final de semana proporcionaram a primeira discussão direta com a China sobre a epidemia de consumo de fentanil nos EUA, o que levou Washington a pedir a Pequim que reprima a produção e exportação ilegais dos produtos químicos usados em sua fabricação.
Bessent destacou que o governo Trump busca mais comércio e abertura da China para produtos americanos. “Queremos um comércio mais equilibrado e acredito que ambos os lados estão comprometidos em alcançar isso. Pressionarem a China a se abrir mais aos produtos americanos”, disse o secretário do Tesouro.
Por outro lado, o Ministério do Comércio da China afirmou que a primeira rodada de negociações com a Casa Branca foi um “primeiro passo importante” para resolver as divergências entre os países.
Por meio de um comunicado, o gigante asiático instou os Estados Unidos a “retificarem completamente o erro das tarifas unilaterais e trabalhar em conjunto para injetar mais certeza e estabilidade na economia global”.
Em sua parte do acordo, Pequim concordou em retirar algumas empresas da lista de restrições à exportação dentro do país asiático.
A taxa de 20% imposta pelo governo Trump para frear a entrada de produtos químicos relacionados à produção de fentanil continua em vigor. As tarifas chinesas sobre produtos agrícolas americanos, em retaliação às tarifas impostas por Trump sobre o fentanil, também permanecerão.
Mercados da Ásia sobem após anúncio
Os mercados de ações da Ásia reagiram positivamente nesta segunda-feira (12), com o anúncio de um acordo temporário entre China e Estados Unidos.
Apesar dos resultados iniciais das negociações na Suíça darem um impulso no mercado, analistas observam com cautela a situação, que não é vista como um acordo comercial duradouro, mas apenas o início de conversas mais robustas sobre o assunto.
A guerra comercial entre Pequim e Washington se intensificou em abril com a imposição de novas tarifas recíprocas, que elevaram as taxas a níveis sem precedentes: 145% para produtos chineses e 125% para produtos americanos.
A reunião de Genebra, realizada ao longo dos dias 10 e 11 de maio, foi a primeira reaproximação formal desde aquela escalada.