Em 1914, nasceu em São Paulo, fundada pela colônia italiana, a Società Sportiva Palestra Itália.
Sete anos depois, em Belo Horizonte, com a mesma origem, surgiu agremiação com nome idêntico.
Por causa da Segunda Guerra Mundial ambos mudaram de nome.
Os paulistas, para Sociedade Esportiva Palmeiras, e os mineiros, para Cruzeiro Esporte Clube.
Até aqui, novidade nenhuma para a rara leitora e o raro leitor, bem informados.
A novidade, e se é que é novidade, foi o que aconteceu na via Fernão Dias, onde torcedores da Mancha Verde palmeirense emboscaram, mataram e feriram os da Máfia Azul, que voltavam para a capital mineira de Curitiba.
Na Baixada curitibana, havia acontecido algo inusitado, a expulsão do atacante cruzeirense Rafael Silva, aos três segundos de jogo, por agressão ao adversário, recorde mundial no quesito cartão vermelho.
Na madrugada do domingo, repetiu-se a barbárie.
Qualquer consideração sobre a estupidez humana será redundante.
Da Segunda Guerra Mundial, antes dela, depois dela, atualmente, agora, olhe para o mundo.
O terror se espalha do Hamas ao primeiro-ministro de Israel, e a pregação do ódio contra minorias intoxica o universo da política em geral.
No esporte, é igual, no futebol particularmente, e não é de hoje, até a civilizada Inglaterra foi palco durante anos do fenômeno do hooliganismo.
No Brasil, a diminuição da violência é utopia, porque nada se faz de inteligente para combatê-la.
Soluções existem, são conhecidas e passam longe da adoção de torcida única nos estádios, porque existem ruas, esquinas, estações de metrô e estradas.
Uma coisa é certa: os italianos que fundaram o Palmeiras e o Cruzeiro jamais imaginaram que veriam algo parecido entre seus herdeiros.
As bestas humanas não fazem a menor ideia de suas origens.
Endividado e mal pago
O Corinthians joga em Cuiabá contra seu credor local pela negociação do volante Raniele.
Os times desesperados pela ameaça do rebaixamento, última chance para os cuiabanos escaparem e jogo também decisivo para os alvinegros, cuja superioridade técnica é indiscutível, embora fruto do chamado doping financeiro.
Provavelmente haverá mais corintianos que torcedores do Cuiabá na Arena Pantanal, e o máximo dos absurdos poderá acontecer caso Raniele jogue, o que é improvável porque, além do mais, virou reserva, e faça o gol de vitória corintiana.
Há controvérsias entre os fiéis se o jogo desta segunda-feira é mais importante que o da próxima quinta contra o Racing, porque a possibilidade de vir a ser campeão da Copa Sul-Americana, contra Lanús ou Cruzeiro, garantirá presença na Copa do Brasil e na Libertadores e uma fortuna pela participação, mesmo que na Série B nacional.
É a chamada escolha de Sofia, embora o segundo rebaixamento seja humilhação inaceitável, risco devido a Andrés Sanchez e companhia e agravado pela atual gestão de Augusto Melo, que resiste ao impeachment graças ao desejo de Romeu Tuma Júnior em sucedê-lo.
Segurar o processo à espera do fim do inquérito policial é mera artimanha porque Melo já deu motivos mais que suficientes para ser posto para fora de Parque São Jorge, independentemente do escândalo da Vai de Bet e seus laranjas, além do agravamento da dívida.
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