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    Home » Crise climática é sintoma da desigualdade, diz cientista – 10/05/2025 – Ambiente
    Meio Ambiente

    Crise climática é sintoma da desigualdade, diz cientista – 10/05/2025 – Ambiente

    Brasil ElevePor Brasil Elevemaio 10, 2025Nenhum comentário7 minutos de leitura
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    A prestigiada climatologista alemã Friederike Otto foi uma das pioneiras dos chamados estudos rápidos de atribuição. Eles combinam observações meteorológicas e modelagem computacional para quantificar como as mudanças climáticas influenciam a probabilidade e a intensidade de eventos extremos.

    Há pouco mais de uma década, ela cofundou o WWA (World Weather Attribution), centro de pesquisa colaborativo com cientistas de todo o mundo, que acaba de lançar seu centésimo estudo. No ano passado, um desses trabalhos mensurou o papel do aquecimento global nas chuvas que devastaram o Rio Grande do Sul.

    Otto publicou recentemente um livro ainda inédito no Brasil, “Climate Injustice: Why We Need to Fight Global Inequality to Combat Climate Change” (injustiça climática: por que precisamos combater a desigualdade global para enfrentar as mudanças climáticas). Na obra, por meio de oito eventos extremos —de ondas de calor na América do Norte a enchentes no Paquistão—, expõe as mudanças climáticas como sintoma da desigualdade.

    “A cada estudo, percebia que os mais marginalizados são os que pagam o preço mais alto dos eventos extremos”, afirma a cientista em entrevista à Folha.

    Ela destaca ainda como as mulheres vêm sendo as mais afetadas. “São elas, em geral, que cuidam dos mais vulneráveis, trabalham em condições mais precárias e tendem a usar os recursos da reconstrução para fortalecer a resiliência familiar.”

    Ao ser questionada sobre o que a ciência deveria priorizar num momento em que já temos tantas evidências da crise climática, Otto defende a promoção da interdisciplinaridade, expressando frustração com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês). Segundo ela, apesar de ter elaborado um relatório especial sobre cidades unindo ciências físicas e sociais, o painel manteve a estrutura tradicional no Sétimo Relatório de Avaliação (AR7).

    Para ela, um grande problema para a ação climática é a manifestação do status quo. “Discutimos alterar alguns aspectos disso, mas sem questionar se esse é o melhor que podemos imaginar. Não pensamos em como seria o mundo no qual gostaríamos de viver. Acho que é isso que torna a mudança tão lenta.”

    Quais foram os principais achados dos estudos de atribuição da primeira década do World Weather Attribution?

    Fomos capazes de mostrar que as ondas de calor se tornaram mais prováveis e mais intensas por causa das mudanças climáticas. Conseguimos demonstrar o papel das mudanças climáticas em muitos outros eventos extremos, como episódios de chuvas intensas e enchentes.

    Mostramos que nem tudo se deve às mudanças climáticas, há também o papel de outros fenômenos, como o El Niño. O que transforma um evento climático em desastre é a vulnerabilidade, a preparação e a exposição das pessoas.

    No seu novo livro, a senhora defende que o colonialismo, o sexismo e o racismo são causas fundamentais da crise climática. Gostaria de saber de que forma a senhora, que é física e climatologista, foi desenvolvendo essa compreensão.

    A cada estudo, percebia que os mais marginalizados são os que pagam o preço mais alto dos eventos extremos, e ficava cada vez mais claro que, sem enfrentar a desigualdade e o racismo e sem encontrar uma maneira de lidar com o mundo pós-colonial, não conseguiremos resolver a crise climática.

    O filme “Não Olhe para Cima”, onde a mudança climática é tratada como se fosse um asteroide, é, na minha opinião, extremamente enganoso, porque sugere que a mudança climática é algo que vem de fora, algo externo.

    No entanto, as mudanças climáticas surgem de dentro das estruturas de poder da nossa sociedade. E as soluções precisam ser implementadas em diferentes níveis. Isso torna a situação mais confusa, pois não há uma única solução tecnológica.

    Por outro lado, isso dá a cada um de nós uma capacidade de agir, porque todos temos alguma influência para mudar as coisas.

    No livro, a senhora propõe que pensemos como uma mulher para enfrentar a crise climática. O que isso significa?

    Na pesquisa que acabamos de lançar sobre os sobre incêndios florestais na Coreia do Sul, país com um excelente sistema de alerta precoce, as principais vítimas foram os idosos, porque não conseguiram reagir a tempo.

    Acredito que, se tivéssemos projetado o sistema levando em consideração aqueles com mais dificuldade de se mover ou acessar informações, ele teria funcionado tanto para eles quanto para os demais. Essa mentalidade é o que quero dizer com pensar como uma mulher.

    Planeta em Transe

    Uma newsletter com o que você precisa saber sobre mudanças climáticas

    Nem todas as mulheres agem dessa maneira. Contudo, pela minha experiência e pelo que observamos, as mulheres, em geral, têm essa visão. Enquanto isso, o mundo que vivemos é projetado para funcionar para homens brancos e plenamente capacitados.

    Como a desigualdade de gênero se manifesta nos eventos climáticos extremos?

    Frequentemente, são as mulheres que têm a responsabilidade de colocar comida na mesa, cuidar dos filhos, cuidar dos outros, especialmente em situações de calor extremo ou de seca.

    São elas as que saem para buscar água. São elas que trabalham em condições de trabalho mais precárias. Isso é algo que temos visto em todo o mundo.

    Muitas vezes, elas também têm menos acesso à educação, o que significa que os alertas não chegam a elas da mesma forma. E, quanto mais desigual a sociedade, mais desiguais são os empregos ou responsabilidades das mulheres.

    Quando se trata de reconstrução, se você oferece dinheiro a um homem chefe da casa, geralmente a vulnerabilidade da família não muda. Se você entrega esse dinheiro a uma mulher, ele tende a ser investido na melhoria da resiliência da família.

    Por que a senhora diz que a adaptação climática continua mais sendo um sonho do que uma realidade?

    Quando a Convenção do Clima foi criada, os impactos das mudanças climáticas ainda não eram tão visíveis e, por isso, os instrumentos financeiros e mecanismos internacionais foram desenvolvidos com foco na mitigação (diminuição da emissões de gases-estufa).

    Assim, não se trata apenas de menor conscientização sobre adaptação, mas também de muito menos recursos financeiros destinados a isso. Só nos últimos dez anos conseguimos mostrar que as mudanças climáticas já estão aqui, não são algo do futuro.

    Outro fator é que quem mais sofre são justamente aqueles com menos acesso à educação e menos recursos econômicos, grupos com os quais a sociedade não se importa muito.

    O que priorizar para enfrentar eventos extremos como o que tivemos no Rio Grande do Sul no ano passado?

    A primeira coisa são os sistemas de alerta precoce, para que, idealmente, nenhuma vida seja perdida. Quando as pessoas são avisadas, não apenas pelas notícias, mas também por mensagens de texto no celular ou por agentes locais dizendo que é preciso evacuar, isso faz muita diferença.

    No ano passado, enchentes na Europa causaram grandes danos à infraestrutura, mas poucas mortes, mesmo com chuvas piores que dez anos antes. Isso foi resultado do investimento nos sistemas de alerta.

    Depois disso, o grande desafio é que sabemos que, quanto mais concreto e asfalto existem, piores são os danos causados pelas enchentes. Quando há chuvas fortes, a água não tem para onde ir. Ao reconstruir, não devemos repetir exatamente o que havia antes, mas assegurar que haja áreas de inundação para os rios.

    Qual deve ser a prioridade dos cientistas em um momento delicado como este e com tantas evidências acumuladas sobre o problema?

    É importante falar sobre o que sabem e fornecer evidências sempre que possível, em qualquer contexto. Acho que estamos começando a ver pesquisadores não ficarem mais tão enclausurados em seus silos, dizendo: “Ah, eu sou um cientista social, então só vou analisar como a adaptação poderia funcionar” ou “eu sou um cientista físico, então só vou olhar os impactos e parar por aí”.

    O ideal é que cada pesquisa busque integrar essas diferentes perspectivas.


    Raio-X

    Friederike Otto, 42

    Kiel (Alemanha), 1982 Climatologista e física alemã, é professora sênior no Instituto Grantham de Mudanças Climáticas e Meio Ambiente do Imperial College de Londres. Foi cofundadora do grupo WWA (World Weather Attribution). Em 2021, foi incluída na lista Time 100 das pessoas mais influentes do mundo e foi eleita pela revista científica Nature um das dez cientistas mais influentes daquele ano.

    O projeto Excluídos do Clima é uma parceria com a Fundação Ford.



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