Com o avanço das mudanças climáticas e o aumento da temperatura global, é cada vez mais importante se proteger contra os raios UVA e UVB, principalmente quando falamos de crianças, que têm a pele mais delicada.
Ao escolher o protetor solar é importante saber que existem diferenças entre os produtos desenvolvidos para adultos e os feitos para os pequenos. Os filtros solares infantis possuem fórmulas mais suaves, livres de fragrâncias e conservantes que podem causar irritações.
Os filtros físicos, como dióxido de titânio e óxido de zinco, são os mais recomendados para as crianças, pois criam uma barreira protetora sobre a pele, refletindo os raios solares sem penetrar nela. Isso reduz o risco de alergias, irritações e dermatites, que são mais comuns com filtros químicos, que precisam ser absorvidos pela pele.
Além disso, os filtros físicos possuem uma coloração visível, o que facilita a aplicação e ajuda a garantir que a proteção seja uniforme. Embora algumas marcas indiquem que seus produtos são feitos especialmente para a pele infantil, se essa informação não estiver disponível, o ideal é verificar na embalagem se o protetor é hipoalergênico e utiliza filtros físicos, recomendam especialistas.
Qual o FPS ideal para as crianças?
Os médicos explicam que a pele das crianças é mais fina e tem menos proteção natural contra os danos do sol, tornando-as mais vulneráveis à exposição solar. “Por isso, o fator de proteção solar [FPS] deve ser, no mínimo, 50, e eficaz contra os raios UVA e UVB”, afirma o dermatologista Renato Soriani, membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
Além do uso do protetor solar, ele recomenda a adoção de barreiras físicas, como chapéus, roupas com proteção contra a radiação ultravioleta e a permanência em ambientes com sombra, especialmente nos horários de maior intensidade solar.
A dermatologista Mônica Aribi, sócia efetiva da SBD, menciona que estudos indicam a necessidade de um FPS de pelo menos 30, mas, considerando que as crianças geralmente se expõem à água, ela reforça a recomendação de usar filtros solares com fator superior a 50, como sugerido por Soriani.
Quais ingredientes evitar?
Mônica Aribi explica que, “os princípios ativos que nós devemos evitar em filtros solares, principalmente em crianças, são a oxibenzona e o octinoxato”. Renato Soriani complementa que essas substâncias apresentam risco de irritação e têm potencial de serem disruptores hormonais, não sendo indicado para uma derme sensível como a infantil.
Além disso, conservantes como parabenos e ftalatos, fragrâncias e corantes artificiais também devem ser evitados, pois podem causar alergias e irritações. Os dermatologistas também indicam fazer um teste para verificar possíveis reações alérgicas antes de usar o protetor solar no corpo inteiro da criança. Caso haja dúvidas, é sempre recomendável consultar o pediatra.
“Assim como em adulto, é preciso reaplicar, no mínimo, a cada três horas”, orienta Mônica Aribi. “Em casos de contato com água, seja na piscina ou no mar, ou após transpiração intensa, é essencial reaplicar o produto imediatamente após a secagem com toalha”, complementa Renato Soriani.