O Ministério das Relações Exteriores da China classificou como “importante” nesta segunda-feira (12) a visita oficial do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, em meio a um cenário internacional “repleto de mudanças e turbulências”.
“Esta visita é importante e demonstra a firme determinação e responsabilidade de ambos os países na hora de liderar uma maior solidariedade e coordenação entre os países do Sul Global e promover a estabilidade e os obstáculos na região”, disse o porta-voz da pasta de Exteriores chinesa, Lin Jian, em uma coletiva de imprensa.
Segundo o porta-voz, as relações entre China e Brasil “entraram em um novo cenário histórico” e seu vínculo é “um dos mais avançados” nas relações de Pequim com os países em desenvolvimento.
Lin lembrou ainda que esta é a sexta visita do presidente brasileiro ao gigante asiático, e a terceira troca de visitas do mais alto nível em dois anos, uma vez que Lula visitou a China em 2023 e o ditador chinês, Xi Jinping, viajou ao Brasil em 2024.
O porta-voz também ressaltou que a presença de Lula acontece no âmbito da Quarta Reunião Ministerial China-Celac, que acontecerá nesta terça-feira (13), em Pequim, e também contará com a participação dos presidentes da Colômbia e do Chile.
“A China atribui grande importância ao papel vital do Brasil nos assuntos da América Latina e do Caribe”, acrescentou.
Lula chegou a Pequim no último sábado, mas só iniciou sua agenda oficial nesta segunda-feira, quando deverá se reunir com diversas empresas chinesas interessadas no mercado brasileiro.
Durante sua estadia, também se reunirá com o ditador Xi, com quem apoiará novos acordos bilaterais, e participará nesta terça-feira do já mencionado fórum de chanceleres da China e da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
Lula diz que viagem é “grande passo na relação de amizade” com a China
O presidente Lula, que já havia feito uma visita de Estado à potência asiática em abril de 2023, descreveu a viagem como “um grande passo na relação de amizade e proximidade estratégica com a China, maior parceiro comercial do Brasil desde 2009”.
Desde 2009, a China é o maior parceiro comercial do Brasil, e as trocas comerciais têm crescido desde então, atingindo um recorde de US$ 157,5 bilhões em 2023, com um superávit a favor do Brasil de US$ 51,1 bilhões, de acordo com estatísticas oficiais.
Além do comércio, a cooperação bilateral abrange quase todos os setores, de acordo com um amplo acordo de parceria estratégica em vigor desde 2012, que agora incluirá internet via satélite, segunda negociação em andamento entre os dois governos.
Em nível global, além de serem membros do G20, que realizaram sua cúpula anual em novembro de 2024 no Rio de Janeiro, Brasil e China, juntamente com Rússia, Índia e África do Sul, são fundadores do grupo Brics, ao qual se juntaram no ano passado Irã, Egito, Emirados Árabes Unidos e Etiópia.
O Brasil ocupará a presidência anual do Brics em 2025 e sediará a próxima cúpula, portanto, presume-se que Xi Jinping visitará o país nos próximos meses.