Em 2025, continuarei indo ao banco, pagando as pequenas contas em dinheiro, frequentando a banca onde compro jornais e converso fiado, conversando no telefone, prática em desuso como tantas outras. Continuarei caminhando diariamente para fortalecer o corpo e a alma. Desejo também amar mais as pessoas que amo.
Pretendo ainda ver mais jogos dos campeonatos Brasileiro e Italiano. A fama de retranca das equipes italianas, mesmo sendo eficientes, é coisa do passado. Os principais times jogam um futebol moderno, ousado, de muita compactação, de pressão para recuperar rapidamente a bola e de muita troca de passes para chegar ao gol.
Na final da Copa de 1970, a Itália atuou contra o Brasil com quatro defensores que faziam marcação individual em todo o campo, além de um zagueiro atrás dos quatro para fazer a cobertura. É uma estratégia diferente da usada hoje quando há uma linha de cinco defensores. O zagueiro da sobra em 1970 não era também um líbero, como falam. Os líberos atuavam atrás dos quatro defensores, mas, quando o time recuperava a bola, avançavam e se tornavam meio-campistas.
Antes da final do Mundial de 1970, Zagallo e nós jogadores combinamos que eu atuaria atrás dos quatro defensores e à frente do zagueiro de sobra para evitar que ele saísse na cobertura. Combinamos também que, quando Jairzinho se deslocasse da ponta direita para o centro e fosse acompanhado pelo lateral adversário, o lateral Carlos Alberto Torres avançaria e ocuparia esse espaço pela direita. Assim saíram o gol de Carlos Alberto e o de Gerson, que driblou o marcador e finalizou livre de fora da área, pois o zagueiro de sobra, impedido por minha presença, não saiu na cobertura. Foi uma conquista do talento individual e da estratégia.
Todos os treinadores são pragmáticos, pois querem vencer, independentemente das variadas estratégias de jogo. Os treinadores, os jogadores, a imprensa esportiva, os torcedores e todos os profissionais envolvidos com o futebol deveriam fazer um esforço para unir a beleza do jogo, o prazer de ver o espetáculo, com a eficiência.
Os principais times do mundo são os que, com poucas exceções, possuem os melhores jogadores. Mas, para eles brilharem, precisam da importante presença dos treinadores, no comando, no planejamento e na execução das estratégias.
Neste momento de chegadas e partidas no futebol brasileiro, alguns times têm melhorado, e outros têm piorado com as contratações de jogadores e treinadores.
O técnico Cuca, contratado pelo Atlético-MG, será um reforço ou um problema? Ele, com sua esquisitice e instabilidade emocional, costuma sair dos clubes de uma maneira inesperada, embora tenha feito excelentes trabalhos em sua carreira. Além disso, muitos torcedores e torcedoras vão protestar por causa das gravíssimas acusações de estupro no passado.
A contratação pelo Flamengo do experiente e austero diretor técnico português José Boto foi saudada pelo clube e pela imprensa como a chegada de um craque. Ele, por ser um profissional e não um diretor escolhido pelos amigos do clube, como é frequente no Brasil, poderá contribuir bastante para a evolução do nosso futebol, impregnado pelo jeitinho brasileiro, pelas trocas de favores, pela adulação e pelos privilégios.
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