O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teceu elogios ao ex-ministro dos governos Dilma e Lula, Aldo Rebelo, e disse que pensa em tê-lo como ministro da Amazônia em um eventual segundo mandato.
Bolsonaro lembrou que Rebelo assumiu uma agenda de defesa da Amazônia e viajou a região recentemente “mostrando para o Brasil o que é a nossa Amazônia”.
De acordo com Bolsonaro, Rebelo é “um cara fantástico em todos os aspectos”. Na ocasião, o ex-presidente falava sobre quadros políticos relevantes fora do seu partido, o PL.
“Tem gente boa em outros partidos. É difícil achar dentro do PT do PCdoB, do PSOL. Acho que quem tinha já saiu fora. Tem um deputado que não vou falar o nome dele, que foi do PCdoB, foi relator do Código Florestal em 2012 e saiu do PCdoB. Não vamos atirar nele por conta disso, é um cara fantástico em todos os aspectos. Ele viajou agora para a Amazônia e deu um recado para o Brasil”, disse Bolsonaro em entrevista concedida ao canal AuriVerde Brasil, na semana passada.
“A gente sonha muitas coisas, por exemplo, ele tinha que ser, se ele topasse obviamente, em sendo convidado, aí sim, Ministério da Amazônia. Com liberdade para trabalhar, como dei para todos meus ministros”, completou o ex-presidente.
Bolsonaro criticou acordo recente firmado entre Lula e Macron
Em seguida, Bolsonaro criticou o interesse do governo francês na Amazônia e disse que, a seu pedido, o deputado Cabo Gilberto (PL-PB), fez uma solicitação de informação para que o governo informe o teor de um acordo firmado entre o Brasil e a França, recentemente.
Bolsonaro quer saber se o acordo envolve a reserva de urânio de Santa Quitéria, no Ceará.
Segundo o ex-presidente, com uma renovação no quadro político, e com o funcionamento de um eventual Ministério da Amazônia sob o comando de Rebelo, “não íamos assistir o [Emmanuel] Macron (presidente da França) vir ao Brasil depois que o país da África que fornecia urânio para a França falou que não tem mais urânio, porque houve uma mudança de governo lá”.
Aproximação com Aldo Rebelo
Rebelo, que esteve no PCdoB entre 1985 e 2017, exerceu o cargo de ministro-chefe da Secretaria de Coordenação Política e Assuntos Institucionais no primeiro mandato do presidente Lula (PT), entre 2004 e 2005.
No governo Dilma, incluindo os quatro anos do primeiro mandato e os quase dois anos do segundo, Rebelo comandou 3 pastas diferentes: o Ministério do Esporte, o Ministério da Ciência e Tecnologia, e o Ministério da Defesa.
Em entrevistas recentes, Rebelo tem afirmado que Bolsonaro sofre perseguição política.
Rebelo também atuou como secretário de Relações Internacionais na prefeitura de São Paulo até julho deste ano, quando deixou o cargo para trabalhar na campanha de reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB).
Rebelo havia assumido a Secretaria na prefeitura de São Paulo em fevereiro deste ano, após a saída de Marta Suplicy (PT), que deixou o cargo para concorrer como vice na chapa do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), então candidato a prefeito da capital paulista.