Investing.com – O Bank of America (NYSE:) decidiu rebaixar a recomendação das ações da Tesla (BVMF:) (NASDAQ:) de compra para neutra, mas elevou seu preço-alvo previsto de US$ 400 para US$ 490, alertando para o que considera ser um alto risco de execução.
“O risco de execução é alto, e a TSLA está sendo negociada em um nível que já incorpora grande parte de nosso cenário-base de potencial de longo prazo em seus segmentos principais, como automóveis, robotáxis, Optimus e geração e armazenamento de energia”, escreveram os analistas.
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De acordo com os analistas liderados por John Murphy, o serviço de robotáxis da Tesla oferece a maior oportunidade para a montadora, representando atualmente cerca de 50% de sua avaliação.
O serviço, previsto para ser lançado em 2025, poderia atingir um valor de US$ 420 bilhões nos EUA e mais de US$ 800 bilhões globalmente. A análise do BofA assume que a Tesla inicialmente será proprietária e operará a frota, embora se espere que futuramente permita a participação de provedores terceirizados.
Embora o lançamento do robotáxi deva ser lento e com custos por milha elevados inicialmente, a Tesla é vista como tendo uma vantagem de custo substancial a longo prazo em relação a concorrentes como Uber (NYSE:) e Lyft (NASDAQ:), “dado a ausência de um motorista,” disseram os analistas.
“Com essa vantagem de custo significativa, o serviço de robotáxis da TSLA poderia oferecer viagens a preços muito mais baixos para o consumidor e ainda assim obter margens mais altas,” acrescentaram.
A valorização da tecnologia Full Self-Driving (FSD) da Tesla também é relevante, com o BofA estimando que ela possa atingir US$ 480 bilhões. A análise destaca que o FSD ainda está nos estágios iniciais de monetização, mas sua adoção vem crescendo, especialmente entre compradores do Cybertruck, onde a adesão subiu de 22% no início de 2023 para cerca de 60% em 2024.
O banco projeta que 23 milhões de veículos poderiam estar equipados com FSD até 2030, número que pode crescer para 75 milhões até 2040. Além disso, o FSD tem potencial para gerar lucro operacional substancial (EBIT) anualmente e apresentar margens superiores às do negócio principal de automóveis da Tesla.
“Nosso valuation do FSD não reflete um possível upside com a licença para outros fabricantes de equipamentos originais (OEMs),” apontaram os analistas.
Olhando para o futuro, os analistas identificam vários catalisadores que podem impulsionar as ações da Tesla, mas ressaltam que os riscos de execução permanecem elevados, justificando o rebaixamento.
Entre os principais catalisadores estão:
- A introdução de um modelo de baixo custo no primeiro semestre de 2025;
- O lançamento de outro novo modelo no final do ano;
- O início do serviço de robotáxis até meados de 2025;
- A escalada da produção do Megapack em Xangai, prevista para o primeiro trimestre.
Outros possíveis impulsionadores incluem atualizações sobre assinaturas do FSD, a expansão do robô humanoide Optimus, com meta de 1.000 unidades até o final de 2025, e o risco de mudanças desfavoráveis nas políticas públicas.
Além disso, o BofA destaca a possibilidade de uma captação de capital, o que considera positivo, pois poderia acelerar o crescimento da empresa.