Pequenos discos com alguns centímetros de altura circulando de forma mais ou menos inteligente não são lá o futuro prometido pela ficção científica de décadas atrás, mas quebram um galho para quem quer manter o chão de casa limpo com maior praticidade.
Existem robôs aspiradores simples, que movem-se aleatoriamente, e versões mais avançadas, com mapeamento inteligente dos cômodos e funções de autolimpeza.
Com preços variando de cerca de R$ 500 a R$ 10 mil, é importante ficar de olho em fatores como potência, capacidade dos reservatórios, sistemas de navegação e conectividade, que é o que vai definir a “inteligência” do aparelho.
Apesar da praticidade na hora da faxina, eles ainda não dispensam a presença humana, mesmo nos modelos mais caros.
Veja a seguir o que levar em conta ao comprar um robô aspirador.
1. Tipo
Os modelos mais acessíveis geralmente aspiram e passam pano seco, mas não têm mapeamento inteligente dos cômodos, movendo-se por rotas pré-definidas. Como também apresentam potência menor e poucas funcionalidades extras, podem ser uma boa opção para quem busca limpezas superficiais ou quer usá-los em ambientes pequenos e com poucos móveis.
Como muitos desses modelos tampouco têm conexão wifi, controle por aplicativos e sensores avançados, eles requerem maior atenção durante o funcionamento —e ainda mais se a casa tiver crianças ou animais.
Para essas versões básicas, é importante ficar de olho se o filtro é do tipo Hepa (alta eficiência na separação de partículas), que retém partículas que causam alergia, e sensores que evitam quedas em desníveis como escadas.
Já os modelos avançados mapeiam o ambiente, criam rotas otimizadas e podem passar pano úmido, oferecendo maior autonomia e uma faxina mais completa. Eles também são controlados por aplicativos e oferecem configurações melhores.
Se a ideia é ter o menor trabalho possível, robôs premium, ainda mais caros, contam com estações de autolimpeza, que esvaziam automaticamente o reservatório de pó do aparelho e o recarregam sem necessidade de intervenção.
2. Preço
Até cerca de R$ 1.000, marcas como Multilaser, Mondial, WAP e Kabum oferecem robôs com funções smart, sensores antiqueda e pano úmido. São adequados para limpezas mais leves em ambientes com poucos obstáculos.
Entre R$ 1.500 e R$ 3.000 é possível encontrar robôs com mapeamento inteligente, navegação otimizada e estações de autolimpeza. Aparelhos nessa faixa são adequados para casas maiores e ambientes mais complexos. Marcas como Xiaomi, Positivo e algumas versões mais completas das marcas anteriores oferecem uma boa relação custo-benefício nesse segmento.
Acima de R$ 3.000 estão os modelos de ponta, como os Roomba da iRobot e os Jet Bot da Samsung. Esses aparelhos oferecem mapeamento preciso, integração mais completa com aplicativos, funções de limpeza personalizáveis e maior durabilidade. Modelos premium geralmente também vêm com sistemas de filtragem melhores e maior autonomia.
O melhor robô aspirador vai depender do tipo de uso e do orçamento do usuário. Muitas vezes, um modelo intermediário pode oferecer a melhor relação custo-benefício ao entregar funcionalidades essenciais e bom desempenho a um preço mais acessível.
Durante a escolha, também é importante considerar custos recorrentes, como a troca de filtros e escovas.
3. Navegação
A capacidade de navegação e mapeamento do ambiente de um robô aspirador se relaciona com a eficiência da limpeza e a autonomia do aparelho.
Em modelos mais simples, o robô se move pelo local de forma aleatória ou pré-definida (como zigue-zague ou espiral), mudando de direção quando esbarra em obstáculos. Esse tipo de movimentação pode ser um problema em cômodos grandes ou com muitos obstáculos, já que algumas partes podem ficar sem cobertura.
Modelos intermediários ou superiores usam sensores para criar um mapa detalhado dos ambientes. Isso permite a definição de rotas mais eficientes que cobrem toda a área da casa e evitam a repetição. Alguns aplicativos ainda separam o mapa por cômodo, permitindo a criação de rotinas para, por exemplo, limpar um quarto específico em determinado horário.
Esses modelos com mapeamento são melhores para quem busca maior autonomia, já que também permitem ao usuário definir até mesmo áreas proibidas para limpeza, o que pode ser útil em casas com animais de estimação.
4. Capacidade de limpeza
A potência da sucção, medida em Pascal (Pa), determina a eficácia na remoção de sujeira pelo robô aspirador. Quanto maior a capacidade, melhor tende a ser a capacidade de limpeza do aparelho em superfícies variadas, de pisos lisos a tapetes.
Modelos mais simples têm potência geralmente inferior a 2.000 Pa, sendo mais voltados para limpar poeira e pequenas partículas de pisos lisos.
Aparelhos intermediários, com potência variando entre 2.000 Pa e 3.000 Pa, oferecem um desempenho mais versátil, suficiente para diferentes tipos de superfícies e níveis de sujeira.
Já modelos mais avançados, com sucção acima de 3.000 Pa, são melhores para limpezas mais profundas ou para locais que costumam ter muitos cabelos, pelos de animais e tapetes grossos. Alguns desses robôs vêm programados para ajustar automaticamente a potência conforme o tipo de piso, otimizando a limpeza e economizando energia.
Além da sucção, o sistema de filtragem, a qualidade das escovas laterais e as funções de limpeza também vão definir a eficiência do robô.
Versões inteligentes oferecem mais versatilidade, como uma função voltada à limpeza de cantos e rodapés, um modo turbo e até sistemas de detecção de sujeira.
Muitos robôs aspiradores hoje incluem a função mop, o pano úmido que ele passa no chão após aspirar. Embora não substitua uma limpeza profunda, é útil para remover a poeira residual e manchas leves. Versões mais caras chegam a controlar a quantidade de água liberada.
5. Conectividade
Modelos de robôs aspiradores com acesso à internet e compatíveis com aplicativos são os mais recomendados para quem quer aproveitar ao máximo a experiência de uma limpeza automática.
Isso porque essas plataformas permitem programar rotinas, ajustar os modos de funcionamento e monitorar o progresso até mesmo fora de casa. Nos robôs mais caros, o mapeamento ainda permite definir áreas proibidas, cômodos prioritários e rotas personalizadas, adaptadas ao dia a dia de cada usuário.
Para entusiastas da casa inteligente, esses modelos smart geralmente são compatíveis com assistentes de voz como Alexa ou Google Assistant, permitindo o início da limpeza sem sequer tocar no celular.
Algumas versões ainda incluem um controle remoto, opção para quem quer controlar o robô sem configurar a conexão nem baixar aplicativos, embora não tenha a mesma versatilidade.
No tipo mais simples há geralmente apenas um botão físico para ligar e desligar o robô e LEDs que indicam se ele está com pouca bateria, por exemplo.
6. Bateria
Em ambientes grandes, a autonomia da bateria do robô aspirador pode ser crucial para uma cobertura eficiente. A capacidade é medida em miliampère-hora (mAh), mas geralmente os fabricantes indicam o tempo médio de duração em horas por carga.
Aparelhos com duração de até 100 minutos são suficientes para apartamentos menores, mas casas maiores e com muitos cômodos podem demandar mais tempo. Alguns modelos chegam a ter uma autonomia superior a 180 minutos.
Uma alternativa é verificar se o robô tem a função de continuar a limpeza de onde parou, caso a bateria se esgote antes da conclusão.
Também vale observar a potência em watts (W) e o tempo de recarga. Modelos mais potentes podem limpar melhor, mas também consomem mais energia. Aparelhos que levam menos tempo para recarregar ainda conseguem realizar ciclos de limpeza com frequência maior.
7. Reservatórios
O tamanho dos reservatórios de sujeira e de água também pode ser um diferencial na hora de decidir por um robô aspirador.
Modelos com capacidade maior podem realizar sessões de limpeza mais longas sem precisar ser esvaziados (ou reabastecidos, no caso da água) com frequência.
Para ambientes pequenos, 300 mL são suficientes. Já para casas com animais de estimação e muitos tapetes, é melhor optar por capacidades maiores. Há modelos com reservatórios de 600 mL, por exemplo.
Robôs premium vêm com estações de autolimpeza, que transferem a sujeira do robô para um reservatório maior após cada sessão. Essas versões são boas opções para quem busca maior praticidade e menos manutenção manual.
Também vale verificar se a limpeza do reservatório é simples e se há a disponibilidade de filtros de poeira para reposição, já que garantem o bom desempenho e prologam a vida útil do aparelho.
8. Manutenção
O robô aspirador ainda está longe de ser autossuficiente, então sua durabilidade e seu bom funcionamento ao longo do tempo dependerão de alguns cuidados.
O reservatório onde a sujeira é armazenada após a sucção precisa ser esvaziado regularmente. Nos modelos sem a estação de autolimpeza, isso deve ser feito após cada ciclo ou quando o reservatório estiver cheio (alguns modelos têm esses indicadores).
Os filtros usados para reter partículas de poeira, como o filtro Hepa, precisam ser limpos e trocados periodicamente, a depender da sugestão do fabricante e do uso. Filtros sujos comprometem a eficiência do aparelho.
O mesmo vale para as escovas e as rodas, que precisam ser limpas com frequência, já que podem acumular fios de cabelo, pelos de animais e outras partículas. Alguns fabricantes vendem peças de reposição.
Além disso, manter o aparelho e os sensores limpos é essencial para garantir uma navegação precisa. Como nos aspiradores tradicionais, é importante não deixar objetos no caminho que possam danificá-lo, como parafusos, cacos de vidro e cabos.
Eles facilitam a rotina de limpeza, mas ainda não substituem completamente a supervisão humana.
9. Barulho
O nível de ruído do aparelho, medido em decibéis (dB) pode ser levado em conta especialmente se o usuário pretende usá-lo enquanto estiver em casa ou durante a noite.
Modelos mais silenciosos operam com níveis de ruído abaixo de 60 dB, equivalente a uma conversa normal ou uma chuva leve. Esses robôs podem ser uma opção mais adequada para o uso noturno ou para casas com bebês e animais sensíveis ao barulho.
Já as versões mais potentes, com maior capacidade de sucção, podem gerar níveis de ruído superiores a 70 dB, equivalente ao som de um escritório cheio. O nível é aceitável para algumas pessoas, mas pode incomodar durante atividades que exigem concentração.
Se essa questão é crucial para a decisão, vale a pena procurar vídeos sobre o modelo ou, à moda antiga, testá-los em lojas físicas.
10. Tamanho
Se o espaço não for o forte do seu apartamento, vale ficar de olho nas dimensões do robô aspirador na hora da compra.
O mais importante nesse quesito é prestar atenção na altura do robô para que ele consiga passar facilmente sob móveis como sofás, camas e armários, espaços que costumam acumular poeira e são mais difíceis de limpar.
Modelos com menos de 8 cm de altura geralmente conseguem se mover nesses espaços com mais facilidade.
Um robô mais compacto também pode navegar melhor entre pernas de cadeiras, corredores estreitos e cantos apertados que frequentemente são esquecidos na hora da faxina.
A principal desvantagem é que robôs pequenos podem ter potência e capacidade de armazenamento de sujeira menores em relação aos grandes. A melhor opção vai depender do espaço onde o aparelho vai trabalhar.