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    Home » Aumento do IOF pode dificultar entrada no “clube dos ricos”
    Economia

    Aumento do IOF pode dificultar entrada no “clube dos ricos”

    Brasil ElevePor Brasil Elevemaio 26, 2025Nenhum comentário9 minutos de leitura
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    Com o aumento no IOF, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anulou a política da gestão de Jair Bolsonaro que buscava reduzir a alíquota progressivamente até zerá-la em 2028. O fim do imposto sobre o câmbio era um dos passos para adesão à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), conhecida como “clube dos países ricos”, e sua reversão tende a dificultar o ingresso do Brasil no grupo.

    O pesquisador do Núcleo de Inteligência Internacional da FGV Leonardo Paz afirma que a OCDE busca organizar boas práticas do ponto de vista da política pública. Ao integrar a organização, os países se comprometem a buscar os mesmos padrões do grupo.

    Nesse sentido, o advogado e economista Marcelo Guaranys, ex-secretário-executivo do Ministério da Economia, diz que a entrada na OCDE era uma prioridade tanto para o governo Temer quanto para a administração Bolsonaro.

    Ambas as gestões viam na organização uma forma de “traçar os caminhos das reformas econômicas que se entendiam necessárias” para o Brasil. Na visão do jurista, ao revogar a redução do IOF, o governo Lula demonstra não dar a mesma importância à organização.

    A OCDE não recomenda a aplicação de tarifas sobre operações cambiais por funcionarem como uma barreira tributária para a troca de moedas entre países.

    Com as mudanças no IOF, a alíquota para operações de câmbio, que estava em 3,38% e nos próximos anos cairia a zero, subiru para 3,5%.

    Hélder Santos, especialista em Gestão Tributária na Fipecafi, relembra que, em janeiro de 2025, quando o dólar ultrapassou a marca de R$ 6, houve rumores de possíveis aumentos do IOF para conter a valorização da moeda.

    No entanto, após a primeira reunião de 2025 com o presidente Lula, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o dólar estava em processo de “acomodação natural” e descartou a possibilidade de aumentar o IOF para conter a alta da moeda americana.

    Contudo, revendo o posicionamento assumido, o governo aumentou as alíquotas do IOF para operações de câmbio, crédito e seguros, visando arrecadar R$ 20 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026 — montantes necessários para atingir o equilíbrio das contas públicas e cumprir as regras do arcabouço fiscal.

    “Preocupa a rápida mudança de posicionamento do governo e a prioridade de cumprir o arcabouço fiscal por meio de arrecadação, ao invés de austeridade nos gastos”, afirma Santos.

    Mesmo assim, segundo Kelly Massaro, presidente-executiva da Associação Brasileira de Câmbio (Abracam), o Brasil é um dos países que mais cumprem os padrões da OCDE, entre os que não são membros plenos da organização. “A questão do Brasil parar de convergir na questão do IOF é mais pontual”, afirma.

    Regras para integrar o “clube dos ricos”

    O apelido de “clube dos ricos” não é à toa. A OCDE reúne, entre seus 38 membros, algumas das principais economias mundiais, como EUA, Japão, Coreia do Sul, França, Alemanha e Reino Unido. No entanto, nações como Colômbia, Costa Rica, Grécia e Lituânia também são membros oficiais. Atualmente, segundo o site da organização, Argentina, Brasil, Bulgária, Croácia, Indonésia, Peru, Romênia e Tailândia são candidatos à adesão.

    Para integrar a organização, os países precisam seguir um roteiro de adesão que estabelece os termos, condições e revisões técnicas a serem realizadas pelos comitês da OCDE em uma ampla gama de áreas políticas. O processo visa avaliar a disposição e a capacidade do país candidato de implementar instrumentos legais e políticas compatíveis com as melhores práticas defendidas pela instituição nas áreas correspondentes.

    Na visão de Leonardo Paz, da FGV, as vantagens colaterais de integrar a organização incluem gerar mecanismos de estímulo para criar e compartilhar dados sobre o país e métricas de comparação internacional.

    “Quer dizer, como supostamente é uma instituição relacionada à democracia, aos capitalistas, liberais, às economias bem estruturadas, relativamente estáveis, assume-se que essas boas práticas vão nessa linha”, afirma Paz.

    Governos Temer e Bolsonaro buscaram se aproximar da OCDE

    Marcelo Guaranys, que participou da coordenação do processo de entrada do Brasil na OCDE durante os governos Temer e Bolsonaro, disse que o Brasil tem uma relação muito próxima com a organização desde os anos 1990, e que ela foi se aprofundando com o passar do tempo.

    “O Brasil era o país não membro que fazia parte do maior número de comitês e tinha assinado o maior número de instrumentos”, conta. Mesmo com a aproximação, ele explica que não havia a intenção política dos primeiros governos de Lula e Dilma Rousseff de fazer parte da organização, mas de se “aproximar cada vez mais”.

    O cenário muda com a entrada do governo Temer, que já sinaliza a necessidade de integrar a OCDE como forma de viabilizar as reformas econômicas consideradas necessárias à época: trabalhista, previdenciária, fiscal e o teto de gastos. “São várias linhas para poder aumentar a competitividade e produtividade do Brasil”, afirma Guaranys.

    O Brasil formalizou o pedido de adesão à organização em 2017, mas a resposta veio somente na gestão Bolsonaro. Em 2022, o secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann, enviou uma carta confirmando o convite à adesão. Naquele momento, o então ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o Brasil cumpria 103 dos 251 requisitos para integrar a organização.

    Para a política econômica de Bolsonaro e Guedes, a entrada na OCDE era prioridade. Guaranys afirma que o Executivo via a necessidade de fazer reformas e, portanto, de seguir o caminho de boas práticas sinalizado pela organização.

    “É a opção de seguir o caminho das melhores práticas que o mundo ocidental capitalista democrático já fez. Então, essa é a lógica de entrar na OCDE. Por isso era tão importante para o presidente Bolsonaro e para o Paulo Guedes”, diz.

    IOF é incompatível com regra de entrada na OCDE

    O advogado e economista ainda explica que, para a entrada na OCDE, importa muito o caminho, mais até do que a própria adesão. “O caminho para você fazer as reformas do seu país, baseado nas melhores práticas que os outros países já fizeram, é muito importante”. Um ponto fundamental nesse processo são os códigos de liberalização.

    Eles são dois: o código de liberalização de movimento de capital e o de liberalização de operações correntes intangíveis. Guaranys conta que, já em 2017, o Brasil pediu para antecipar tudo o que fosse importante para se tornar membro da OCDE, inclusive a adequação a esses códigos.

    Kelly Massaro, da Abracam, explica que o Fundo Monetário Internacional (FMI) considera que, se a diferença da taxa de câmbio para algum tipo de operação for superior a dois pontos percentuais, isso pode caracterizar câmbio múltiplo. O Brasil, por outro lado, declarava ter câmbio flutuante único.

    Dessa forma, ao negociar a adesão aos códigos da OCDE, o Brasil assumiu o compromisso de convergir para essa regra do FMI e da própria organização, fazendo com que o IOF fosse, no máximo, de até um ponto percentual.

    Em 2022, a alíquota do IOF para transações cambiais era de 6,38%. O Decreto 11.153, daquele ano, estabeleceu a redução gradual do IOF câmbio, fazendo-o cair para 5,38% em 2023, 4,38% em 2024, 3,38% em 2025 e assim por diante, até chegar a zero em 2028.

    Não há punição na OCDE por quebra de cronograma do IOF

    Massaro explica que não há previsão, na OCDE, de punir países que, como o Brasil, violem o cronograma de redução de alíquotas como o IOF. Mas o país terá que apresentar explicações para o ocorrido.

    Será necessário, por exemplo, justificar por que adotou a medida e optou por esse patamar de alíquota em vez de sua redução. Além disso, o país precisará apresentar justificativas fiscais, argumentos sobre a arrecadação, explicações sobre outras medidas mais eficientes, além de estabelecer um novo prazo para que o IOF alcance o limite de um ponto percentual.

    A tarefa pode não ser simples. Hélder Santos, da Fipecafi, afirma que, enquanto alterações no IOF para conter a deterioração da moeda frente ao dólar eram desconsideradas, tal medida tornou-se uma oportunidade para compensar estratégias frustradas de arrecadação — como o voto de qualidade no Comitê Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).

    Além disso, o especialista cita o conjunto de medidas do Congresso para compensar a desoneração da folha salarial de 17 setores — que, assim como o Carf, acabou sendo retirado da previsão de arrecadação e também não atingiu o efeito esperado. E o pacote fiscal apresentado pelo governo em novembro de 2024 deve arrecadar R$ 81,5 bilhões a menos que o estimado neste ano.

    “A verdade é que o governo não recriou a CPMF, mas mexeu onde é mais simples: no IOF”, disse.

    País pode “ficar para escanteio”

    De acordo com Leonardo Paz, da FGV, ainda que não haja punições, o Brasil pode passar a ser visto como um naming and shaming, termo que indica a explicitação de que um agente ou instituição não agiu conforme as regras e que o leva a ficar “meio mal no grupo”.

    “Todo mundo está vendo que você está ali e você fica sabendo quem performa pior nas estatísticas. Então tem um perfil um pouco reputacional”, afirma. Paz relembra que nenhuma nação integrante da OCDE consegue cumprir 100% das regras do grupo, cada qual tendo suas idiossincrasias.

    A atual política tarifária de Donald Trump é um exemplo. “O mecanismo que o Trump usou para poder organizar e negociar essas tarifas, isso certamente não está nada de acordo com nenhuma recomendação da OCDE, mas ele está fazendo e ninguém está questionando se os Estados Unidos vão sair da organização ou se ela vai punir os EUA por causa disso”, afirma Paz.

    OCDE é importante fórum de discussão diante de guerra comercial

    Marcelo Guaranys afirma que, nesse momento de guerras comerciais, a organização se torna ainda mais importante como fórum de discussões. Ele explica que os diversos comitês da OCDE são propícios para responder questões como o que esse novo mundo pode gerar e o como essa ação dos Estados Unidos pode afetar o comércio internacional.

    “É importante que haja fóruns internacionais em que esses tipos de questões sejam discutidas. Para que, no final desse processo, as boas práticas continuem gerando desenvolvimento econômico e aumento do comércio exterior entre os países”, afirma.

    No entanto, mesmo que não haja punições formais da OCDE pela quebra do cronograma do IOF no Brasil e que o país siga um não membro com grande atuação na organização, Guaranys também vê disse que a medida não foi um bom sinalizador.

    “Qualquer quebra de compromisso gera quebra de confiança. E isso é ruim para o país, porque mudanças de governo e políticas que se alteram com a troca de comando acabam gerando uma alteração da credibilidade do país”, conclui.



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