Investing.com – O ano de 2024 foi de mudanças expressivas no mercado brasileiro, com empresas pressionadas pela alta na taxa de juros e outros ventos contrários, mas outras com receitas favorecidas por um dólar mais elevado. O Investing.com Brasil traz alguns dos desempenhos mais expressivos do ano:
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Embraer (BVMF:)
A Embraer conquistou a maior valorização entre as empresas que fazem parte do índice da bolsa de valores neste ano. A performance da fabricante de aeronaves foi positiva em 150,83% em 2024 – e a companhia anunciou novos pedidos nos últimos dias, reforçando sua carteira robusta.
“Esperamos que o momento comercial favorável em todas as principais divisões e um real depreciado continuem a sustentar o momentum positivo nas ações da Embraer”, afirmaram analistas do BTG (BVMF:).
Enquanto isso, analistas do Itaú BBA enxergam forte crescimento dos lucros nos próximos anos, o que, junto com os benefícios de receitas dolarizas e um valuation atrativo, deve elevar o interesse por investidores, principalmente os internacionais.
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Ações de frigoríficos
As empresas produtoras de proteína animal tiveram performances de destaque em 2024. Os papéis da BRF (BVMF:) subiram 82,62% desde o início do ano, enquanto os da Marfrig (BVMF:) ganharam 73,30% e os da JBS (BVMF:) registraram acréscimo de 47,01%. Somente a Minerva (BVMF:) ficou no vermelho, com baixa de 31,46% na mesma análise.
A valorização das ações foi motivada por fatores setoriais, incluindo melhoria dos custos de insumos dos frigoríficos e melhor relação entre oferta e demanda de proteínas, mas também por acontecimentos específicos dessas empresas, com volumes robustos e diversificação de receitas.
O forte ciclo avícola foi o destaque, segundo o Itaú BBA, “com os spreads dos exportadores brasileiros aumentando em torno de 18% ao ano, principalmente devido a um aumento de cerca de 6% nos preços de exportação, além de uma redução de aproximadamente de 12% nos custos de grãos para ração”, detalham os analistas.
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Weg (BVMF:)
As ações da Weg registraram valorização de 45,76% desde o início do ano, em meio à transição energética, com oportunidades em geração, transmissão e distribuição de energia, além da maior demanda de energia em data centers utilizados para inteligência artificial (IA). Neste ano, a companhia também apostou na diversificação de receitas ao realizar a maior aquisição de sua história, com a compra da unidade de motores Regal Rexnord, localizada nos Estados Unidos, por quase R$2 bilhões.
A valorização da moeda americana frente à brasileira é uma oportunidade evidente, tendo em vista que o mercado externo representa mais de 60% da receita consolidada da Weg. “Para 2025, a continuamos a estimar benefícios da alta do dólar, apesar de margens ligeiramente pressionadas pela integração de aquisições”, disseram analistas da Genial Investimentos.
Azul (BVMF:)
Em contraposição às ações citadas acima, a Azul enfrentou um ano difícil, levando a uma queda de 78% nos papéis desde o início de 2024. Endividada, a empresa anunciou acordo com credores, afastando os rumores de eventual pedido de recuperação judicial, mas não o movimento não foi suficiente para uma recuperação vais evidente nas cotações.
Azul afirmou em comunicado em outubro que os acordos com credores “representam uma parte significativa de um plano abrangente projetado para fortalecer a geração de caixa da Azul e melhorar sua estrutura de capital no futuro”. A companhia aérea, assim como a Gol (BVMF:), enfrenta dificuldades desde a pandemia de covid-19, quando sofreu fortes perdas resultantes da diminuição na demanda.