A Apple planeja usar tecnologia de inteligência artificial para resolver uma frequente fonte de frustração dos usuários: a duração da bateria do iPhone.
A empresa está planejando um modo de gerenciamento de bateria com IA para o iOS 19, atualização de software do iPhone prevista para setembro, segundo interlocutores a par assunto. O aprimoramento analisará como uma pessoa usa seu dispositivo e fará ajustes para conservar energia.
Para criar a tecnologia, parte da plataforma Apple Intelligence, a empresa está usando dados de bateria coletados dos dispositivos dos usuários para entender tendências e fazer previsões sobre quando deve reduzir o consumo de energia de certos aplicativos ou recursos. Também haverá um indicador na tela de bloqueio mostrando quanto tempo levará para carregar o dispositivo, disseram os interlocutores.
Um representante da empresa, sediada em Cupertino, Califórnia, recusou-se a comentar sobre os novos recursos.
A medida dá sequência à estratégia da Apple de integrar IA em seus recursos principais. A primeira versão do Apple Intelligence, lançada no ano passado, adicionou ferramentas para edição de texto e melhoria da escrita —em qualquer lugar onde texto possa ser inserido— além de recursos para resumir notificações, gerar emojis personalizados, remover elementos indesejados de imagens e criar esboços.
A força por trás do recurso de bateria é o próximo iPhone 17 mais fino, que será oferecido como uma alternativa aos modelos padrão e Pro. Devido ao seu design mais fino, o novo iPhone terá uma bateria muito menor —e menos horas de duração do que outros modelos.
Ao otimizar a vida útil da bateria com IA, a Apple visa compensar essas limitações físicas. Ainda assim, a função de bateria estará disponível para todos os iPhones que tenham o iOS 19.
A plataforma Apple Intelligence teve um lançamento conturbado. Embora a empresa tenha feito um forte marketing do software, ele chegou mais tarde do que o previsto e alguns recursos prometidos ainda não foram adicionados.
Uma atualização anunciada para a assistente digital Siri foi adiada sem nova data, destacando as dificuldades da Apple em alcançar a OpenAI, Alphabet e outros concorrentes de tecnologia em IA.
Mas a marca Apple Intelligence continua central para o impulso de IA da empresa. Vários recursos no iOS 19 estarão associados a essa tecnologia, disseram os interlocutores. A Apple também planeja usar a tática com seu smartwatch, mesmo que os modelos de IA da empresa, que consomem muita energia, não sejam realmente carregados nesse dispositivo.
O próximo iOS 19, iPadOS 19 e macOS 16 também terão grandes mudanças em suas interfaces de usuário. As atualizações incluem um novo visual apelidado internamente de Solarium —nome dado às salas envidraçadas que deixam entrar o sol— além de mudanças que farão o iPad e o Mac ficarem mais parecidos entre si.
Os novos sistemas operacionais também terão a função de sincronizar dispositivos que acessam redes Wi-Fi que passam por uma página de conexão, prática comum ao se conectar em locais públicos como academias, hotéis ou escritórios.
A empresa também está preparando um aplicativo de Saúde renovado com um médico de IA com o codinome Mulberry, mas esse lançamento deve ser deixado para o próximo ano.
Além das adições de IA e mudanças de interface, a Apple está pressionando os engenheiros para garantir que os lançamentos deste ano sejam mais funcionais e menos problemáticos. Atualizações anteriores foram criticadas por bugs e recursos que às vezes não funcionavam adequadamente.
A Apple pretende concluir o desenvolvimento de uma primeira versão beta dos novos sistemas operacionais até o final deste mês.
Em seguida, os lançará para desenvolvedores em 9 de junho, na sua conferência anual Worldwide Developers Conference. A empresa normalmente disponibiliza seu novo software publicamente por volta de setembro, quando lança novas versões do iPhone e Apple Watch.
Na segunda-feira, a Apple lançou o iOS 18.5, que corrige alguns bugs e adiciona recursos menores. A empresa também deve lançar o iOS 18.6 nas próximas semanas que dá acesso à Apple Intelligence na China.