Ben Affleck, o ator de 52 anos, fez um balanço da sua carreira no universo dos super-heróis, com destaque para as dificuldades e lições que aprendeu ao interpretar Batman. Durante uma entrevista, Affleck descreveu a experiência de filmar Liga da Justiça como “exaustiva”, justificando-a com o desencontro de objetivos, expectativas e também falhas pessoais. Reconhece que trouxe consigo uma dose considerável de insatisfação para o set, o que afetou o seu desempenho e o ambiente geral das filmagens. Obrigado GQ.
Affleck não mostrou interesse em participar em novos filmes de super-heróis, referindo que perdeu a paixão que o atraiu inicialmente para este género. Apesar disso, recordou com apreço momentos positivos noutros projetos da DC, como Batman v Superman e Esquadrão Suicida, e valorizou a ambição criativa de retratar um Bruce Wayne mais velho e frágil.
“Há uma série de razões pelas quais foi uma experiência realmente dolorosa. E nem todas têm a ver com a simples dinâmica de, digamos, estar num filme de super-heróis ou algo do género. Não estou interessado em voltar a esse género em particular, não por causa dessa má experiência, mas simplesmente: Perdi o interesse no que me interessava. Mas não gostaria certamente de repetir uma experiência dessas. Muito do que aconteceu foi um desalinhamento de agendas, entendimentos, expectativas. E, já agora, eu também não estava a trazer nada de particularmente maravilhoso para essa equação na altura. Tive as minhas próprias falhas, falhas significativas, nesse processo e nessa altura.”
A preocupação surgiu quando Affleck se apercebeu que a sua interpretação de Batman estava a afastar o público mais jovem. O próprio filho do ator sentiu-se assustado ao ver o filme, o que levou Affleck a concluir que a interpretação não correspondia às expectativas de uma parte importante do público. Este aspeto mostrou um conflito entre a visão do realizador, que queria explorar uma narrativa mais sombria, e o estúdio, que procurava reconquistar o público jovem.
“Diverti-me imenso. Adorei fazer o filme do Batman. Adorei Batman v Superman. E gostei das minhas breves participações em The Flash e de trabalhar com Viola Davis em Esquadrão Suicida durante um ou dois dias. Em termos criativos, acho que gosto muito da ideia e da ambição que tinha para o filme, que era a de um Bruce Wayne mais velho, destroçado e destruído. E isso foi algo que procurámos no primeiro filme.
Mas o que aconteceu foi que começou a ser demasiado velho para uma grande parte do público. Até o meu filho, na altura, estava demasiado assustado para ver o filme. E quando vi isso, pensei: “Merda, temos um problema.” Depois, acho que foi aí que se deu a contradição entre um cineasta que queria continuar a seguir esse caminho e um estúdio que queria reconquistar o público mais jovem. Depois, tens duas entidades, duas pessoas que querem realmente fazer algo diferente e isso é uma péssima receita.”
Atualmente, Affleck está focado em transformar a indústria cinematográfica por meio de sua empresa de produção, a Artists Equity, fundada em parceria com Matt Damon e Gerry Cardinale. A empresa tem como objetivo redesenhar a dinâmica do financiamento em Hollywood, promovendo maior equidade para artistas e equipas de produção. Affleck insiste na importância de alinhar incentivos e explorar novas oportunidades, incluindo o uso de inteligência artificial, para criar um ambiente mais justo e colaborativo na indústria.