O ano começou bastante agitado nas redes sociais. Desde a declaração do fundador da Meta, Mark Zuckerberg, passando por Donald Trump, e chegando a especulações sobre um novo vírus na China, a disputa no ambiente digital se intensifica.
Na última terça (07), Zuckerberg deu o tom de como a Meta deve conduzir seus negócios nos próximos anos. Colocando a liberdade de expressão como o elemento norteador de suas decisões, o fundador da empresa decretou o fim do programa de checagem de fatos. Além disso, a Meta também anunciou uma alteração na política de restrições de conteúdo.
Nas redes sociais, esse movimento foi celebrado pela direita. Nos grupos públicos de WhatsApp analisados pela Palver, os usuários compartilharam mídias com recortes das falas de Zuckerberg em que anuncia o fim do programa de checagem e acusando os checadores de serem tendenciosos politicamente.
O movimento da Meta foi entendido, ainda nesses grupos de direita, como uma ação de combate à censura, o que gerou uma empolgação em torno das possibilidades de uma ação mais ampla de favorecimento da direita.
Nos grupos de esquerda, esse novo posicionamento da Meta é visto com preocupação por conta das consequências possíveis. Ao não banir conteúdo com dano potencial ou com linguajar discriminatório, a plataforma permite que palavras preconceituosas sejam utilizadas para se referir a um grupo ou a pessoas. Para esses usuários, a liberdade de expressão defendida por Zuckerberg não pode ser confundida com liberdade de agressão.
A nova diretriz da Meta indica um alinhamento ao novo governo americano. O presidente eleito Donald Trump, que já contava com o suporte do dono do X, Elon Musk, terá ainda mais liberdade para manipular a opinião pública através de insinuações que tendem a ganhar bastante relevância se potencializadas pelos algoritmos das redes sociais controladas pela Meta, como o Facebook e Instagram.
As declarações recentes de Trump têm gerado engajamento nos grupos públicos de WhatsApp. Com ideias expansionistas, o presidente eleito postou uma foto em suas redes sociais com o mapa dos Estados Unidos considerando o Canadá como parte do território americano. Além disso, levantou a possibilidade de comprar a Groenlândia e ainda mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América.
Os grupos públicos de direita estão inflamados com essas falas do presidente eleito e procurando utilizar esse momento para colocar força total no bolsonarismo. Há um grande número de mensagens sobre o bom relacionamento entre Bolsonaro e Trump e destacando que o ex-presidente brasileiro foi convidado à cerimônia de posse do novo governo americano.
Nas mensagens, os usuários ainda criticam Alexandre de Moraes com bastante contundência e começam a alimentar a esperança de que haja uma grande transformação em favor da direita a partir da posse de Trump, que ocorrerá no próximo dia 20.
Esse sentimento é alimentado por um vídeo de Eduardo Bolsonaro em tom vingativo dizendo que se lembrará de todos aqueles que, de uma forma ou de outra, não estiveram alinhados ao bolsonarismo. Os usuários acreditam que Eduardo possui informações de bastidor sobre uma possível influência americana na política brasileira.
Para fechar esse rebuliço, desde segunda passada (06) há um aumento no número de mensagens aventando diversas teorias sobre o HMPV, vírus respiratório que tem causado elevado número de infecções na China. Essa movimentação nas redes foi detectada tanto nos grupos de esquerda quanto de direita, destacando-se o medo de uma nova pandemia.
O nível de intensidade das discussões políticas nas redes e tentativa de controle de narrativas indicam que esse será um ano de testes de ferramentas e estratégias mais sofisticadas já tendo em vista as eleições presidenciais de 2026.
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