Com a expectativa de diminuir os engarrafamentos e os níveis de poluição, a cidade de Nova York começou a cobrar pedágio de veículos que circulam na região central, entre a rua 60 e o sul da ilha de Manhattan.
A medida, pioneira em território americano, teve início início neste domingo (5) sem grandes alterações no trânsito, mas é a partir desta segunda (6) que a MTA (Autoridade de Transportes Metropolitanos) espera verificar a eficiência da cobrança diária de US$ 9 (R$ 55) por veículo.
Projeções indicam que o pedágio tem potencial de reduzir em até 13% o volume de carros que acessam a zona de amortecimento —são cerca de 700 mil veículos chegando diariamente por pontes e túneis na parte mais congestionada da ilha.
Em comunicado, a MTA indica que os congestionamentos têm dado prejuízos de US$ 20 bilhões anuais à cidade em termos de produção, e que a nova medida visa reverter esse cenário e melhorar a qualidade do ar, os níveis de ruído e a circulação de veículos de serviço, como ambulâncias e caminhões dos bombeiros.
“O pedágio urbano é nossa melhor aposta para finalmente resolver o problema dos congestionamentos de Nova York. Menos carros significa ar mais limpo, menos congestionamento, ruas mais seguras e melhor trânsito para a região”, diz o vídeo institucional do governo.
De acordo com a lei, 80% do valor arrecadado deve ser investido em melhorias do sistema de transporte coletivo, dando prioridade à acessibilidade, aumento da frota de ônibus elétricos e financiamento da construção da linha de metrô da Segunda avenida.
Também são considerados dentro da linha de financiamento projetos que tenham como objetivo melhorar as condições de deslocamento não motorizado e sua intermodalidade com o transporte coletivo. Expansão da malha de ciclovias e do sistema de compartilhamento de bicicletas estão em análise.
Inicialmente anunciado em 2019, o pedágio urbano de Nova York estava programado para começar em 2020 e já era considerado um plano piloto para implementação em outras cidades dos Estados Unidos. Contudo, a inação do primeiro governo de Donald Trump não possibilitou que o relatório de impactos ambientais, indispensável para a aprovação do plano, fosse concluído.
Nesse meio tempo, a medida sofreu vários revezes até a governadora do estado de Nova York, Kathy Hochul, do partido Democrata, conseguir sua aprovação após reduzir o valor da cobrança em 40%.
Mas o governador do estado de Nova Jersey, vizinho à Nova York e de onde chega a maioria dos veículos que entra na ilha, Phil Murphy, outro democrata, está processando o programa de pedágio. Também movem ações contra a cobrança a Federação Unida de Professores e parte dos moradores de Manhattan que se sentiram prejudicados.
O presidente eleito, Donald Trump, disse em maio do ano passado que se opõe à medida. “Acabarei com o pedágio urbano na minha primeira semana de governo.”
Cobranças de pedágio urbano já acontecem em outras cidades do mundo, como Londres, Estocolmo e Singapura
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