Será conhecido neste domingo (8) o vencedor do Campeonato Brasileiro de 2024. Atual bicampeão, o Palmeiras alimenta a esperança de buscar o tri, mas sabe que não depende apenas das próprias forças: pior, precisa de uma vitória de um de seus maiores rivais, o São Paulo, que já não tem nenhum objetivo relevante no ano.
O time alviverde soma 73 pontos, contra 76 do líder Botafogo. Em caso de igualdade na pontuação, levará vantagem no desempate, com um triunfo a mais. Só há um cenário, portanto, para o tri: vitória dos comandados de Abel Ferreira sobre o Fluminense, no Allianz Parque, em São Paulo, e derrota do Botafogo para o São Paulo, no Engenhão, no Rio de Janeiro –todas as partidas da 38ª e última rodada estão marcadas para as 16h.
“Está praticamente definido. O Botafogo joga em casa, e vocês conhecem o futebol brasileiro”, sorriu ironicamente Abel, referindo-se ao histórico na competição de pontos corridos de questionamentos a respeito de times que têm jogos que interessam a rivais na reta final, na briga pelo título. Um histórico que tem o próprio Palmeiras em papel central.
No caso mais caricato, registrado em 2010, um dirigente do Palmeiras chegou a convocar para um duelo da penúltima rodada, na Grande São Paulo, a torcida do Fluminense, que enfrentaria a equipe alviverde e lutava pelo troféu com o Corinthians. “Venham. Ainda temos 8.000 ingressos à disposição. Será o jogo do título”, disse o então diretor executivo Antonio Carlos Corcione. “Tenho certeza de que será uma tarde bastante agradável tanto para o torcedor do Fluminense quanto para o do Palmeiras.”
Não começou assim. O habitual reserva Dinei logo de cara surpreendeu a si mesmo com um chutaço e foi xingado na Arena Barueri. “Fiz um golaço, o mais bonito da minha carreira, mas a torcida não comemorou. Eles ficaram bravos e até vaiaram“, recordou, em 2010, em entrevista à ESPN. “Mas o Fluminense virou o placar, e tudo ficou mais tranquilo.”
Foi tão constrangedor que a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) instituiu no ano seguinte uma rodada final com clássicos. E o Corinthians foi campeão com um empate por 0 a 0 com o Palmeiras, no Pacaembu.
A fórmula foi posteriormente abandonada, mas a discussão sobre ela volta à tona agora, que o clube alviverde precisa do São Paulo. Nenhum cartola tricolor deu uma entrevista explícita como a de Corcione, mas o time tricolor já sabe que terminará o Brasileiro em sexto lugar, independentemente dos resultados de domingo. Em ritmo de férias, a equipe não vence há um mês, vem de derrota em casa para o Juventude e deverá dar descanso a atletas importantes.
“Se estivéssemos frescos da cabeça para casos importantes [briga por objetivos maiores na temporada] e também frescos fisicamente, eu poderia ser um pouco menos conservador com os jogadores agora na reta final. Mas a próxima temporada já pode começar mal, e aí não nos sobrará nada”, disse o técnico Luis Zubeldía.
Rodada final tem luta feroz contra rebaixamento
Se a parte de cima da tabela tem seu desenho mais ou menos claro –sete das oito vagas na Copa Libertadores estão definidas, e o Bahia só precisa ganhar em casa do rebaixado Atlético Goianiense para beliscar a oitava–, a situação é diferente nas posições finais. Quatro times lutam contra a degola, com diferentes cenários bastante plausíveis.
Criciúma (18º), Atlético Goianiense (19º) e Criciúma (18º) já caíram. Bragantino (17º, com 41 pontos), Athletico Paranaense (16º, com 42), Fluminense (15º, com 43) e Atlético Mineiro (14º, com 44) batalham para evitar a última e indesejável vaga na próxima edição do Campeonato Brasileiro da Série B.
Cada um deles depende apenas de si. Mesmo o Bragantino, que está atrás, deixará a zona de rebaixamento em caso de vitória, independentemente dos outros resultados, porque Atlético Mineiro e Athletico Paranaense vão se enfrentar, em Belo Horizonte. A equipe de Bragança jogará em casa contra o já degolado Criciúma. O Fluminense visitará o Palmeiras.