Nas últimas semanas, o mundo do fisiculturismo foi impactado pela presença de Chris Bumstead na Open (categoria em que estão os atletas com maior volume muscular, uma vez que não há limite de peso). Após reinar durante seis anos na Classic Physique (divisão na qual há uma relação entre o peso e a altura), “Cbum” migrou para a nova categoria e, de cara, ficou com a segunda colocação no EVLS Prague Pro –vencido por Martin Fitzwater.
Após vencer seu sexto título do Olympia (competição mais importante do mundo do fisiculturismo) de maneira consecutiva no dia 12 de outubro deste ano, o canadense anunciou que não defenderia seu título nas próximas edições do campeonato.
Dias depois, divulgou que competiria no campeonato de Praga, capital da República Tcheca, pela mesma categoria na qual conquistou seu “pro card” –documento que credencia o atleta como um profissional reconhecido pela IFBB (Federação Internacional de Fisiculturismo e Fitness).
Foi então que, nos dias 16 e 17 de novembro, Bumstead mostrou uma versão de seu físico jamais antes observada, com quase 10 kg a mais do que no dia em que se sagrou hexacampeão mundial. Ele não conquistou o título, o que o daria uma vaga para o Olympia na Open, mas venceu atletas como o italiano Andrea Presti e o brasileiro Marcello De Angelis, por exemplo.
Por que Cbum perdeu?
Árbitro do Olympia, Terrick El Guindy diz que Bumstead não apresentou o volume muscular necessário para bater Fitzwater: “faltou densidade muscular no peitoral, nos ombros e nos braços, principalmente nas poses laterais (…) faltou espessura nas poses de costas”.
Embora o canadense tenha perdido o confronto contra o americano, El Guindy afirma que a estrutura óssea do ex-classic lhe deu uma vantagem contra seu algoz, o que o fez vencer as poses de duplo bíceps e de expansão de dorsais, ambas executadas com os atletas de frente para os árbitros.
Critérios de julgamento
Para o leitor que não está familiarizado com o fisiculturismo, o julgamento pode parecer confuso. O que faz um atleta vencer seu adversário? Segundo o especialista, os critérios adotados se baseiam em:
- volume (a quantidade de músculos)
- linhas corporais (o formato desses músculos)
- condicionamento (a falta de gordura no corpo e de líquidos abaixo da pele, o que possibilita uma melhor visualização) e
- apresentação (a forma com que o atleta se mostra).
“Se alguém que não entende do esporte te pergunta o que deu o título do Olympia na Open para o Samson Dauda, você pede para a pessoa olhar o tamanho dele, ver como sua musculatura é arredondada, perceber como sua cintura é estreita e observar a definição dos músculos”, detalha o árbitro.
El Guindy também aborda as diferenças nos julgamentos em diferentes divisões do fisiculturismo: “em todas as categorias, há diferentes critérios”. Como exemplo, ele cita que, “se Cbum tentasse entrar na Men’s Physique (categoria na qual os atletas utilizam bermudas), ele possivelmente seria colocado dentre as últimas posições, pois está fora do critério”.
Ainda de acordo com o árbitro, a “muscularidade pesa mais” na Open do que na Classic Physique, assim como esse critério também é mais levado em consideração na Classic Physique do que na Men’s Physique, para efeito de comparação.
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